Famílias e sobreviventes lembram 1º ano do naufrágio do Costa Concordia
Missas, cultos e cerimônias de todas as religiões em todo o continente da pequena ilha toscana de Giglio: as famílias das vítimas, os sobreviventes e a companhia Costa Concordia lembram o primeiro aniversário do naufrágio do navio de cruzeiro Costa Concordia.
Na noite de 13 de janeiro de 2012, este gigante dos mares que transportava 4.299 pessoas, entre elas 3.200 turistas, encalhou próximo as margens da Ilha Giglio depois de bater numa rocha a 300 metros da costa.
A maioria dos passageiros e membros da tripulação foram salvos, mas 32 pessoas morreram no acidente. Duas das vítimas nunca foram encontradas.
As cerimônias vão começar no domingo às 09h00 GMT (07H00 no horário de Brasília). Uma placa com o nome das vítimas será fixada em um rochedo no mar e, em seguida, uma missa será celebrada na igreja que acolheu durante a madrugada os primeiros sobreviventes do naufrágio. Uma medalha também será entregue aos salva-vidas. Às 20h45, hora do acidente, sirenes vão tocar e um concerto de música clássica acontecerá em uma outra igreja.
"Será um dia muito triste. A aproximação deste aniversário nos lembra este momento trágico, sentimos as mesmas sensações, a mesma tristeza", explicou à AFP o prefeito de Giglio, Sergio Ortelli. Para ele, o mais comovente será encontrar as famílias das vítimas, "rever estas pessoas que nós acolhemos desde os primeiros instantes".
Várias cidades europeias, onde residem as famílias das vítimas e os sobreviventes, também vão celebrar missas.
A companhia proprietária, Costa Crociere, organizará uma cerimônia indiana em Mumbai e Goa, uma outra muçulmana em Jacarta e Bali, uma budista em Xangai e duas missas católicas em Manila e Lima. Neste dia, as bandeiras em todos os seus escritórios serão hasteadas a meio mastro.
Segundo contas da AFP, entre as 30 vítimas identificadas estão 12 alemães, seis franceses, seis italianos, dois peruanos, dois americanos, um húngaro e um espanhol. As duas vítimas não encontradas são um tripulante indiano e uma passageira italiana.
"Faz doze meses que acordo todos os dias com a esperança de receber uma ligação. Eu preciso de um túmulo para chorar", declarou o marido da italiana, Elio Vicenzi, ao jornal La Stampa. "Eu não estou à procura de vingança, mas de justiça", disse.
A Promotoria de Grosseto, responsável pela investigação, se prepara para pedir o reenvio à justiça de oito pessoas, incluindo oficiais do navio e diretores da Costa Crociere.
O principal acusado aos olhos da justiça e do mundo é o capitão do navio, Francesco Schettino, que responderá por naufrágio, homicídios por negligência e por abandonar o navio. Ele não pode deixar a cidade onde reside sem permissão judicial.
A Justiça suspeita que o capitão navegou muito próximo da ilha e a uma alta velocidade. Além disso, é acusado de ter iniciado tardiamente o procedimento de evacuação e de ter minimizado a situação.
Na segunda-feira, o capitão queixou-se de ser "retratado como alguém pior do que Bin Laden", em uma entrevista ao jornal La Stampa. Ele assegura ter salvado muitas vidas se aproximando da costa.
Ele também nega que tenha abandonado o navio, afirmando que "caiu" em um bote salva-vidas devido à "gravidade", já que o navio estava muito inclinado.
O resgate do navio de 114.500 toneladas, que continua perto do porto, atrasou e não deve ser concluído em fevereiro, como previsto.
Em outubro, especialistas das empresas americana Titan e italiana Micoperi, responsáveis por esta operação, indicaram que não seria possível o resgate do navio antes do verão no hemisfério norte, e a região da Toscana espera que a remoção dos destroços aconteça até setembro.
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