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Presidente do Zimbábue comemora 90 anos como 'um menino de nove'

Presidente do Zimbabwe, Roberto Mugabe, no velório do ex-líder sul-africano Nelson Mandela, no Union Buildings, em Pretória, no ano passado - Jacoline Prinsloo/AP
Presidente do Zimbabwe, Roberto Mugabe, no velório do ex-líder sul-africano Nelson Mandela, no Union Buildings, em Pretória, no ano passado Imagem: Jacoline Prinsloo/AP

De Marondera

23/02/2014 14h59

Cerca de 10.000 zimbabuanos celebraram neste domingo no estádio de Marondera, a 75 km da capital do Zimbábue, Harare, o aniversário de 90 anos de seu presidente, Robert Mugabe, que disse sentir-se "com a energia de um menino de nove anos".

O chefe de Estado mais velho da África falou durante mais de uma hora diante da multidão, composta em sua maioria por estudantes.

Mugabe, que nesta semana viajou para Cingapura para se submeter a uma cirurgia de catarata no olho esquerdo, chegou ao estádio de pé em um caminhão.

"Aqueles que se opõem a nós e que nos impuseram sanções estão surpresos", disse.

"A verdade é que o ZANU-PF ganhou. O ZANU-PF tem apoio, uma mensagem, uma história e um povo!", ressaltou Mugabe, referindo-se ao seu partido, vencedor das eleições do ano passado.

O líder zimbabuano, que estava acompanhado de várias autoridades e de seus filhos, também leu as mensagens de felicitação dos embaixadores da China e da Rússia.

Acusado em julho do ano passado de fraude eleitoral pela oposição, Mugabe governa desde a independência do país, em 1980.

Em seu pronunciamento, ele também falou da luta contra o colonialismo, um de seus temas preferidos.

"Britânicos, não odiamos vocês. Simplesmente amamos o nosso país e a nossa liberdade", ressaltou o chefe de Estado, ao falar dos antigos colonizadores.

Mugabe, nascido em 21 de fevereiro de 1924, conseguiu importantes êxitos no país em educação e saúde, antes de levar o Zimbábue à ruína econômica e deixá-lo à beira de uma guerra civil nos anos 2000.

A União Europeia suspendeu a maior parte das sanções contra seu país por violações dos direitos humanos, embora o casal presidencial permaneça na lista negra.