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Obama 'duvida' que talibãs optem por diálogo com governo afegão

26/05/2016 13h05

Ise-Shima, Japão, 26 Mai 2016 (AFP) - O presidente americano, Barack Obama, disse nesta quinta-feira, no Japão, que duvidava que os talibãs retomem as negociações com o governo do Afeganistão.

"Não esperava que nomeassem um democrata", ironizou Obama ao comentar a eleição do mulá Habatullah Akhundzada à frente dos talibãs, em substituição do mulá Mansur, assassinado no sábado passado por um drone americano.

"Acreditamos que os talibãs vão continuar no caminho da violência", acrescentou em uma coletiva de imprensa no marco da cúpula do G7.

"Minha esperança, embora não seja minha expectativa, é que os talibãs se deem conta do que deve ser feito" e comecem a dialogar com o governo, declarou Obama.

"Duvido que isso ocorra", completou o presidente americano.

As declarações do presidente americano foram confirmadas por uma alta fonte talibã sob anonimato no Paquistão, onde morreu o mulá Mansur.

"Consideramos a Otan e as tropas americanas como invasores e nosso movimento é de resistência", explicou essa fonte à AFP.

"O ataque do drone demonstrou que os Estados Unidos não são sinceros quando falam de trazer a paz ao Afeganistão, assim as negociações de paz continuarão suspensas até nova decisão do conselho" de líderes talibãs, completou.

O presidente afegão mostrou-se mais duro, mediante um tuíte. "Os grupos talibãs têm uma nova oportunidade para terminar com a violência, entregar suas armas e começar uma vida normal. Ou sofrerão o mesmo destino de seus líderes".

A morte de Mansur representou uma significativa mudança para os EUA , que demonstraram que estão dispostos a liquidar os líderes talibãs no Paquistão, embora haja perigo de ataques de represália contra as frágeis forças de segurança afegãs.