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Família de motorista morto com líder dos talibãs denuncia autoridades americanas

29/05/2016 17h32

Quetta, Paquistão, 29 Mai 2016 (AFP) - A família do motorista morto com o líder dos talibãs afegãos por um disparo de drone no sudoeste do Paquistão denunciou as autoridades americanas por assassinato e terrorismo, informou neste domingo a polícia local.

O mulá Ajtar Mansur, líder dos talibãs afegãos, morreu no dia 21 de maio por um disparo de drone na província paquistanesa de Baluchistão, em um duro golpe para os rebeldes islamitas que combatem desde 2001 as forças estrangeiras e nacionais no Afeganistão.

Autoridades americanas disseram inicialmente que o motorista do veículo era "outro combatente masculino". No entanto, segundo as forças de segurança do Paquistão, o homem era Mohamad Azam, funcionário da companhia de aluguel de veículos Al Habib, com sede em Quetta, a capital do Baluchistão.

"Autoridades americanas que eu não conheço assumiram a responsabilidade pelo ataque na mídia. Peço que a justiça seja feita e que tomem medidas contra quem são os responsáveis por sua morte", escreveu o irmão do motorista morto em uma denúncia apresentada à polícia em 25 de maio à qual a AFP teve acesso neste domingo.

"Meu irmão era inocente. Era muito pobre. Era o único sustento de uma família com quatro filhos jovens", continua o documento.

"Meu objetivo é provar a inocência de meu irmão, apresentado como um insurgente, quando não era mais do que um simples motorista", declarou Azam a la AFP.

Desde 2004, Estados Unidos têm feito centenas de ataques com drones nas regiões paquistanesas fronteiriças com o Afeganistão, operações condenadas por Islamabad por violar sua "soberania", embora documentos mostrem a colaboração entre os dois países nos últimos anos.

Estados Unidos, Afeganistão e líderes talibãs confirmaram a morte do mulá Mansur, mas as autoridades paquistanesas só a reconheceram neste domingo.

"A identificação foi confirmada após um teste que comparou o DNA do mulá Mansur com o de um familiar que chegou do Afeganistão para recuperar o cadáver", afirmou em comunicado.

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