EUA: ataque em Dallas expõe onda de extremismo e intolerância
Miami, 9 Jul 2016 (AFP) - Uma manifestação contra o racismo em Dallas acaba com cinco policiais mortos nas mãos de um extremista negro. Enquanto isso, supremacistas brancos crescem como fungos nos Estados Unidos. A intolerância está levando o país por um caminho preocupante, segundo grupos de direitos humanos.
As tensões raciais, a desconformidade com a elite política e as dificuldades econômicas são os motores da polarização no país, disse à AFP Mark Potok, analista da Southern Poverty Law Center (SPLC), uma prestigiosa ONG que monitora os grupos racistas e de ódio nos Estados Unidos.
Micah Johnson, o jovem identificado como autor dos disparos que deixaram cinco policiais mortos na quinta-feira à noite em Dallas, Texas, simpatizava com grupos violentos de separatistas negros, informou a SPLC na sexta-feira.
Dizendo que a sua intenção era matar policiais brancos, Johnson converteu em um banho de sangue um protesto já tenso pelas mortes de dois homens negros inofensivos por policiais em Luisiana e Minnesota, em dois episódios separados ocorridos nesta semana.
Os negros separatistas são grupos "geralmente muito pequenos, mas muito antissemitas, muito antibrancos e muito antigays", explicou Potok, autor de um estudo da SPLC sobre o aumento de grupos de ódio no último ano.
Apesar de não estarem vinculados ao movimento pacífico Black Lives Matter (BLM), esses grupos se beneficiaram da sua popularidade, acrescentou o especialista.
Os separatistas negros "são muito diferentes dos grupos de centro-esquerda" como o BLM, que nasceu como reação aos episódios onde agentes de polícia matam negros desarmados.
Micah Johnson seguia no Facebook os grupos de ódio New Black Panther Party (NBPP), a Nação do Islã e o partido Black Riders Liberation.
O NBPP culpa os judeus pelos ataques de 11 de setembro e afirma que os brancos planejam um genocídio contra todas as pessoas não brancas, de acordo com a SPLC. A Nação do Islã também é conhecida pelo seu virulento antissemitismo e ódio aos brancos.
Milicianos, supremacistas brancos, islamistas radicais, neonazistas e extremistas em geral passaram de 784 grupos em 2014 para 892 em 2015, um aumento de 14%. Este número representa o dobro dos 457 grupos de ódio que havia em 1999.
Entre eles, os racistas, secessionistas e nacionalistas brancos são maioria. Em particular, o Ku Klux Klan quase triplicou no ano passado: de 72 grupos que se identificam como afiliados ao KKK em 2014 para 190 em 2015.
Os separatistas negros representam 20% do total de grupos de ódio, e passaram de 113 agrupações em 2014 para 180 no ano passado. Seu combustível é a ira gerada pelas mortes injustificadas de homens negros por policiais brancos.
Referindo-se à morte de Alton Sterling e Philando Castile pela polícia nesta semana, o presidente Barack Obama disse na quinta-feira: "Estes não são incidentes isolados. São sintomáticos de desafios mais amplos (...) e das desigualdades raciais".
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, vem para acrescentar mais tensão a essa onda de intolerância, com seu discurso anti-imigrantes, antimuçulmanos e ultimamente apontado também como antissemita.
"A retórica que faz parte desta campanha eleitoral é muito preocupante (...) porque cria um ambiente onde o extremismo se torna tolerável", disse à AFP Scott Simpson, porta-voz da Conferência de Direitos Civis e Humanos, a maior coalizão de defesa dos direitos humanos no país.
As tensões raciais, a desconformidade com a elite política e as dificuldades econômicas são os motores da polarização no país, disse à AFP Mark Potok, analista da Southern Poverty Law Center (SPLC), uma prestigiosa ONG que monitora os grupos racistas e de ódio nos Estados Unidos.
Micah Johnson, o jovem identificado como autor dos disparos que deixaram cinco policiais mortos na quinta-feira à noite em Dallas, Texas, simpatizava com grupos violentos de separatistas negros, informou a SPLC na sexta-feira.
Dizendo que a sua intenção era matar policiais brancos, Johnson converteu em um banho de sangue um protesto já tenso pelas mortes de dois homens negros inofensivos por policiais em Luisiana e Minnesota, em dois episódios separados ocorridos nesta semana.
Os negros separatistas são grupos "geralmente muito pequenos, mas muito antissemitas, muito antibrancos e muito antigays", explicou Potok, autor de um estudo da SPLC sobre o aumento de grupos de ódio no último ano.
Apesar de não estarem vinculados ao movimento pacífico Black Lives Matter (BLM), esses grupos se beneficiaram da sua popularidade, acrescentou o especialista.
Os separatistas negros "são muito diferentes dos grupos de centro-esquerda" como o BLM, que nasceu como reação aos episódios onde agentes de polícia matam negros desarmados.
Micah Johnson seguia no Facebook os grupos de ódio New Black Panther Party (NBPP), a Nação do Islã e o partido Black Riders Liberation.
O NBPP culpa os judeus pelos ataques de 11 de setembro e afirma que os brancos planejam um genocídio contra todas as pessoas não brancas, de acordo com a SPLC. A Nação do Islã também é conhecida pelo seu virulento antissemitismo e ódio aos brancos.
Milicianos, supremacistas brancos, islamistas radicais, neonazistas e extremistas em geral passaram de 784 grupos em 2014 para 892 em 2015, um aumento de 14%. Este número representa o dobro dos 457 grupos de ódio que havia em 1999.
Entre eles, os racistas, secessionistas e nacionalistas brancos são maioria. Em particular, o Ku Klux Klan quase triplicou no ano passado: de 72 grupos que se identificam como afiliados ao KKK em 2014 para 190 em 2015.
Os separatistas negros representam 20% do total de grupos de ódio, e passaram de 113 agrupações em 2014 para 180 no ano passado. Seu combustível é a ira gerada pelas mortes injustificadas de homens negros por policiais brancos.
Referindo-se à morte de Alton Sterling e Philando Castile pela polícia nesta semana, o presidente Barack Obama disse na quinta-feira: "Estes não são incidentes isolados. São sintomáticos de desafios mais amplos (...) e das desigualdades raciais".
O candidato republicano à Casa Branca, Donald Trump, vem para acrescentar mais tensão a essa onda de intolerância, com seu discurso anti-imigrantes, antimuçulmanos e ultimamente apontado também como antissemita.
"A retórica que faz parte desta campanha eleitoral é muito preocupante (...) porque cria um ambiente onde o extremismo se torna tolerável", disse à AFP Scott Simpson, porta-voz da Conferência de Direitos Civis e Humanos, a maior coalizão de defesa dos direitos humanos no país.
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