Farc anunciam cessar-fogo definitivo na Colômbia
Havana, 28 Ago 2016 (AFP) - A guerrilha colombiana das Farc decretou um cessar-fogo definitivo a partir da meia-noite deste domingo, após a assinatura, esta semana, de um histórico acordo de paz com o governo para por fim a 52 anos de conflito armado.
"Ordeno a todos os nossos comandos, a todas as nossas unidades, a todos e a cada um dos nossos combatentes, a cessar o fogo e as hostilidades de forma definitiva contra o Estado colombiano a partir das 24 horas da noite de hoje", disse à imprensa, em Havana, o líder supremo das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia, Timoleón Jiménez, aliás "Timochenko".
O líder rebelde declarou, assim, o fim da "guerra", após 52 anos de luta armada, em correspondência ao cessar-fogo definitivo das ações contra as Farc de parte das forças colombianas, disposto pelo presidente Juan Manuel Santos na quinta-feira.
"As Farc, em cessar-fogo e de hostilidades há mais de um ano, recebemos emocionados a ordem presidencial ao seu Exército. E procedemos, em consequência, a dar a ordem correspondente à nossa tropa", disse Jiménez, acompanhado de altos líderes rebeldes, quase todos vestindo camisas brancas.
A Colômbia detém, assim, pela primeira vez a luta com as Farc de forma definitiva, após um conflito que deixou milhares de vítimas entre mortos, deslocados e desaparecidos.
"Aos soldados, marinheiros, pilotos da Força Aérea, policiais e organismos de segurança e Inteligência do Estado, queremos manifestar-lhes nossa clara e definida vocação para a reconciliação", afirmou Timochenko.
Neste sentido, acrescentou: "as rivalidades e rancores devem ficar no passado. Hoje, mais do que nunca, lamentamos tanta morte e dor provocados pela guerra. Hoje, mais do que nunca, queremos abraçá-los como compatriotas e começar a trabalhar unidos pela nova Colômbia".
FARC convocam conferência nacional após anúncio de paz
O cessar-fogo bilateral e definitivo encerra o capítulo do conflito com as Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc), após o acordo de paz alcançado com o governo na quarta-feira, depois de quase quatro anos de negociações em Cuba.
No entanto, o pacto de Havana, para se tornar efetivo, precisará ser aprovado em um referendo convocado para 2 de outubro.
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