Turquia acusa pregador opositor por assassinato de embaixador russo
Istambul, 21 dez 2016 (AFP) - Ancara apontou para o pregador turco no exílio Fethullah Gülen como responsável pelo assassinato do embaixador da Rússia, mas o Kremlin, que investiga o caso com seus próprios agentes, considerou nesta quarta-feira (21) ser muito cedo para dizer quem está por trás do crime.
"É um membro da organização terrorista FETO. Não tem necessidade de disfarçar isso", declarou Erdogan em entrevista coletiva em Ancara, sobre a rede de Gulen.
"Os elementos mostram isso", afirmou, referindo-se "ao lugar onde teve sua formação" e "suas relações".
O assassinato ocorreu em plena reaproximação entre as duas potências, que organizaram uma trégua para a evacuação da cidade síria de Aleppo. Os dois países denunciaram uma "provocação", visando a sabotar a cooperação mútua.
Na segunda-feira (19), o policial turco Mevlüt Mert Altintas, de 22 anos, efetuou vários disparos contra o embaixador russo Andrei Karlov durante a inauguração de uma exposição de fotos em uma galeria em Ancara. No momento do crime, ele gritou "Allah Akbar" e afirmou agir em vingança à tragédia em Aleppo.
Apesar de tais declarações que parecem ligar o assassinato ao conflito na Síria, o chefe da diplomacia turca, Mevlüt Cavusoglu, declarou na terça-feira que a rede de Fethullah Gülen, inimigo declarado do presidente Recep Tayyip Erdogan, estaria por trás do assassinato.
Segundo a Chancelaria turca, Cavusoglu disse ao secretário de Estado americano, John Kerry, que "a Turquia e a Rússia sabem que, por trás do ataque, está a FETO", acrônimo que designa a rede de Gülen.
Exilado nos Estados Unidos, o teólogo é apontado por Ancara como o responsável pelo golpe de Estado fracassado de julho passado. Ele rejeita as acusações de envolvimento na tentativa de golpe de julho.
Gulen declarou que sente "profunda tristeza" pelo assassinato do embaixador russo.
Hoje, o porta-voz do Kremlin ressaltou que "acha que é preciso esperar os resultados do trabalho do grupo de investigação (russo-turco) que começou ontem (terça) em Ancara".
"Não se pode tirar conclusões precipitadas até que a investigação tenha determinado quem está por trás do assassinato de nosso embaixador", acrescentou Dimitri Peskov.
- Provas sólidas - Em um fato inédito, Ancara aceitou a participação de 18 especialistas russos na investigação do crime.
O grupo, que inclui agentes do serviço secreto e diplomatas russos, chegou na terça-feira a Ancara para colaborar com a investigação, segundo o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.
"É provável que os russos não fiquem satisfeitos com explicações como 'o assassino de Karlov é um gulenista'", acredita Murat Yetkin, editor do jornal Hürriyet, acrescentando que "eles vão exigir provas sólidas".
De acordo com a imprensa turca, os investigadores encontraram livros sobre organização gulenista durante as buscas na casa de Mevlüt Mert Altintas e estão analisando as relações estabelecidas pelo policial.
Treze pessoas seguiam detidas nesta quarta-feira, incluindo vários parentes do atirador, que serviu por dois anos e meio na Polícia de Choque em Ancara.
De acordo com um colunista de Hürriyet, o jovem oficial integrou o dispositivo de segurança que cerca o presidente Erdogan oito vezes desde o golpe fracassado em julho. "Ele era um membro da equipe de garantir a segurança do presidente logo atrás dos guarda-costas", escreve Abdulkadir Selvi, um jornalista próximo ao governo, ele sabe que o arcano.
De acordo com o Hürriyet, o policial turco estava de serviço em oito eventos com a presença do presidente Recep Tayyip Erdogan desde a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho.
Nos eventos, Altintas integrava o segundo grupo de segurança de Erdogan, depois dos seguranças pessoais do presidente, informa Abdulkadir Selvi, jornalista conhecido por seus contatos nos círculos do poder.
Desde a tentativa de golpe, Ancara exige a extradição do pregador, que vive nos Estados Unidos desde os anos 1990.
"Precisamos deixar os investigadores fazerem seu trabalho", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, sobre o assassinato do embaixador da Rússia, sublinhando a necessidade de acompanhar o desenrolar dos "fatos e provas" antes de "tirar conclusões precipitadas".
Andrei Karlov, cujo corpo foi repatriado na terça-feira à noite, será enterrado na quinta-feira (22), depois de uma homenagem nacional, na presença do presidente Vladimir Putin, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
bur-gkg/ezz/lb/mr/tt
"É um membro da organização terrorista FETO. Não tem necessidade de disfarçar isso", declarou Erdogan em entrevista coletiva em Ancara, sobre a rede de Gulen.
"Os elementos mostram isso", afirmou, referindo-se "ao lugar onde teve sua formação" e "suas relações".
O assassinato ocorreu em plena reaproximação entre as duas potências, que organizaram uma trégua para a evacuação da cidade síria de Aleppo. Os dois países denunciaram uma "provocação", visando a sabotar a cooperação mútua.
Na segunda-feira (19), o policial turco Mevlüt Mert Altintas, de 22 anos, efetuou vários disparos contra o embaixador russo Andrei Karlov durante a inauguração de uma exposição de fotos em uma galeria em Ancara. No momento do crime, ele gritou "Allah Akbar" e afirmou agir em vingança à tragédia em Aleppo.
Apesar de tais declarações que parecem ligar o assassinato ao conflito na Síria, o chefe da diplomacia turca, Mevlüt Cavusoglu, declarou na terça-feira que a rede de Fethullah Gülen, inimigo declarado do presidente Recep Tayyip Erdogan, estaria por trás do assassinato.
Segundo a Chancelaria turca, Cavusoglu disse ao secretário de Estado americano, John Kerry, que "a Turquia e a Rússia sabem que, por trás do ataque, está a FETO", acrônimo que designa a rede de Gülen.
Exilado nos Estados Unidos, o teólogo é apontado por Ancara como o responsável pelo golpe de Estado fracassado de julho passado. Ele rejeita as acusações de envolvimento na tentativa de golpe de julho.
Gulen declarou que sente "profunda tristeza" pelo assassinato do embaixador russo.
Hoje, o porta-voz do Kremlin ressaltou que "acha que é preciso esperar os resultados do trabalho do grupo de investigação (russo-turco) que começou ontem (terça) em Ancara".
"Não se pode tirar conclusões precipitadas até que a investigação tenha determinado quem está por trás do assassinato de nosso embaixador", acrescentou Dimitri Peskov.
- Provas sólidas - Em um fato inédito, Ancara aceitou a participação de 18 especialistas russos na investigação do crime.
O grupo, que inclui agentes do serviço secreto e diplomatas russos, chegou na terça-feira a Ancara para colaborar com a investigação, segundo o ministro russo das Relações Exteriores, Serguei Lavrov.
"É provável que os russos não fiquem satisfeitos com explicações como 'o assassino de Karlov é um gulenista'", acredita Murat Yetkin, editor do jornal Hürriyet, acrescentando que "eles vão exigir provas sólidas".
De acordo com a imprensa turca, os investigadores encontraram livros sobre organização gulenista durante as buscas na casa de Mevlüt Mert Altintas e estão analisando as relações estabelecidas pelo policial.
Treze pessoas seguiam detidas nesta quarta-feira, incluindo vários parentes do atirador, que serviu por dois anos e meio na Polícia de Choque em Ancara.
De acordo com um colunista de Hürriyet, o jovem oficial integrou o dispositivo de segurança que cerca o presidente Erdogan oito vezes desde o golpe fracassado em julho. "Ele era um membro da equipe de garantir a segurança do presidente logo atrás dos guarda-costas", escreve Abdulkadir Selvi, um jornalista próximo ao governo, ele sabe que o arcano.
De acordo com o Hürriyet, o policial turco estava de serviço em oito eventos com a presença do presidente Recep Tayyip Erdogan desde a tentativa de golpe de Estado de 15 de julho.
Nos eventos, Altintas integrava o segundo grupo de segurança de Erdogan, depois dos seguranças pessoais do presidente, informa Abdulkadir Selvi, jornalista conhecido por seus contatos nos círculos do poder.
Desde a tentativa de golpe, Ancara exige a extradição do pregador, que vive nos Estados Unidos desde os anos 1990.
"Precisamos deixar os investigadores fazerem seu trabalho", disse o porta-voz do Departamento de Estado americano, John Kirby, sobre o assassinato do embaixador da Rússia, sublinhando a necessidade de acompanhar o desenrolar dos "fatos e provas" antes de "tirar conclusões precipitadas".
Andrei Karlov, cujo corpo foi repatriado na terça-feira à noite, será enterrado na quinta-feira (22), depois de uma homenagem nacional, na presença do presidente Vladimir Putin, segundo o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
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