Eleitores turcos votam na Alemanha em clima de tensão diplomática
Berlim, 27 Mar 2017 (AFP) - Nos consulados da Turquia na Alemanha, eleitores contrários e favoráveis às mudanças na Constituição que darão mais poder ao presidente Recep Tayyip Erdogan esperavam para votar no referendo em meio às tensões entre Ancara e vários países europeus.
Na Alemanha vive cerca de 1,4 milhão de turcos habilitados a votar antes do prazo de 9 de abril.
Desde as primeiras horas desta segunda-feira, em frente aos consulados de Berlim e Colônia (oeste), muitas pessoas faziam fila.
Depois de passar por controles de segurança que protegem a sede em Berlim, os eleitores devem escolher entre o "Sim" ou "Não", se quiserem expandir os poderes presidenciais, uma reforma impulsionada pelo atual chefe de Estado.
Não há nenhuma pergunta específica na cédula, como explica o Conselho Superior Eleitoral (YSK) da Turquia, interrogado pela AFP.
"Estas propostas estão sendo levantadas na esfera pública há vários meses e são conhecidas".
Ambos os lados parecem ter se mobilizado para votar na Alemanha, um país onde se concentra quase metade dos expatriados aptos a votar.
- Práticas nazistas -Diante das cercas de segurança, instaladas na entrada do consulado em Berlim, Aslan Ismael critica tanto a imprensa alemã quanto os políticos que querem a vitória do "Não", retomando o discurso de Ancara.
Especificamente, o incomoda a proibição imposta aos ministros turcos que queriam fazer campanha na Alemanha.
"Estas autoridades queriam vir para explicar o conteúdo das reformas", afirma Ismael, que defende a política de seu presidente.
"Na Alemanha, o princípio da liberdade de expressão é muito importante e não foi respeitado", lamentou.
Após a decisão das autoridades alemãs de cancelar comícios eleitorais em favor do "Sim", Erdogan multiplicou seus ataques contra a chanceler alemã, Angela Merkel, denunciando "práticas nazistas".
O objetivo, de acordo com analistas, mobilizar seus partidários para esta consulta, programada para 16 de abril na Turquia.
Sirin Manolya Sak, nascida em Berlim, votou pelo "Não". Para ela, as tensões "atiçaram os dois lados".
O que é lamentável são os turcos e alemães, que vivem juntos há 60 anos, "convivendo como vizinhos, amigos ou colegas de trabalho e que agora brigam".
- Ditadura - Para outros, a coisa mais importante é que os três milhões de turcos que vivem no exterior evitam a deriva autoritária do governo na Turquia.
A Comunidade Turca da Alemanha (TGD), uma das principais organizações da diáspora turca, lançou uma campanha pelo "Não" para "acabar com um retrocesso formal da democracia".
Hussein Saregul diz que lamenta muito que a tensão nas relações entre a Turquia e Alemanha tenham atingido o ponto alcançado nas últimas semanas e também expressou preocupação com a política interna turca.
"Votei a favor da democracia!", lançou ao sair do consulado em Berlim.
Saregul, que vive há oito anos em Dresden, mobilizou toda a sua família para viajar a Berlim para votar. Para ele, o referendo é de "interesse de um único homem".
"É um passo para a ditadura (...) Esperamos que o 'Não' vença", disse.
Na Alemanha vive cerca de 1,4 milhão de turcos habilitados a votar antes do prazo de 9 de abril.
Desde as primeiras horas desta segunda-feira, em frente aos consulados de Berlim e Colônia (oeste), muitas pessoas faziam fila.
Depois de passar por controles de segurança que protegem a sede em Berlim, os eleitores devem escolher entre o "Sim" ou "Não", se quiserem expandir os poderes presidenciais, uma reforma impulsionada pelo atual chefe de Estado.
Não há nenhuma pergunta específica na cédula, como explica o Conselho Superior Eleitoral (YSK) da Turquia, interrogado pela AFP.
"Estas propostas estão sendo levantadas na esfera pública há vários meses e são conhecidas".
Ambos os lados parecem ter se mobilizado para votar na Alemanha, um país onde se concentra quase metade dos expatriados aptos a votar.
- Práticas nazistas -Diante das cercas de segurança, instaladas na entrada do consulado em Berlim, Aslan Ismael critica tanto a imprensa alemã quanto os políticos que querem a vitória do "Não", retomando o discurso de Ancara.
Especificamente, o incomoda a proibição imposta aos ministros turcos que queriam fazer campanha na Alemanha.
"Estas autoridades queriam vir para explicar o conteúdo das reformas", afirma Ismael, que defende a política de seu presidente.
"Na Alemanha, o princípio da liberdade de expressão é muito importante e não foi respeitado", lamentou.
Após a decisão das autoridades alemãs de cancelar comícios eleitorais em favor do "Sim", Erdogan multiplicou seus ataques contra a chanceler alemã, Angela Merkel, denunciando "práticas nazistas".
O objetivo, de acordo com analistas, mobilizar seus partidários para esta consulta, programada para 16 de abril na Turquia.
Sirin Manolya Sak, nascida em Berlim, votou pelo "Não". Para ela, as tensões "atiçaram os dois lados".
O que é lamentável são os turcos e alemães, que vivem juntos há 60 anos, "convivendo como vizinhos, amigos ou colegas de trabalho e que agora brigam".
- Ditadura - Para outros, a coisa mais importante é que os três milhões de turcos que vivem no exterior evitam a deriva autoritária do governo na Turquia.
A Comunidade Turca da Alemanha (TGD), uma das principais organizações da diáspora turca, lançou uma campanha pelo "Não" para "acabar com um retrocesso formal da democracia".
Hussein Saregul diz que lamenta muito que a tensão nas relações entre a Turquia e Alemanha tenham atingido o ponto alcançado nas últimas semanas e também expressou preocupação com a política interna turca.
"Votei a favor da democracia!", lançou ao sair do consulado em Berlim.
Saregul, que vive há oito anos em Dresden, mobilizou toda a sua família para viajar a Berlim para votar. Para ele, o referendo é de "interesse de um único homem".
"É um passo para a ditadura (...) Esperamos que o 'Não' vença", disse.
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