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Secretário de Estado americano visita a Turquia

30/03/2017 07h58

Ancara, 30 Mar 2017 (AFP) - O secretário de Estado americano, Rex Tillerson, iniciou nesta quinta-feira sua primeira visita à Turquia, país que tenta estabelecer boas relações com o governo de Donald Trump, apesar das persistentes divergências a respeito da Síria.

Tillerson, a principal autoridade americana a viajar para a Turquia desde que Donald Trump chegou à Casa Branca, em janeiro, se reuniu durante a manhã com o primeiro-ministro Binali Yildirim em Ancara, antes de um encontro previsto com o presidente turco Recep Tayyip Erdogan.

O secretário de Estado e Yildirim falaram dos meios necessários para "reforçar os vínculos cruciais" entre os dois países "nos âmbitos da segurança e economia", indicou um funcionário do departamento de Estado.

Autoridades dos dois países, aliados na Otan, afirmaram que Tillerson e seus interlocutores turcos abordariam, entre outros temas, a guerra da Síria, na qual tanto Ancara como Washington estão envolvidos.

A visita de Tillerson ocorre um dia após o governo turco anunciar o fim da operação "Escudo de Eufrates", lançada na Síria em agosto, sem especificar se as tropas turcas se retirarão do país em guerra.

No âmbito desta operação, os rebeldes sírios apoiados pela Turquia tomaram várias localidades dos extremistas, incluindo Jarablos, Al Rai, Dabiq e Al Bab, onde o exército turco sofreu muitas baixas.

Al Bab, situada 25 quilômetros ao sul da fronteira turca, era o último reduto dos extremistas na província de Aleppo, no norte da Síria.

Erdogan afirma que a Turquia quer trabalhar com seus aliados para retomar Raqa, a capital de fato do grupo Estado Islâmico (EI) na Síria, embora se oponha à participação das milícias curdas na operação.

A Turquia denuncia com frequência o apoio dos Estados Unidos às milícias curdas YPG, que lutam contra o grupo Estado Islâmico (EI) na Síria.

O governo turco, que apoia outros grupos armados reunidos no Exército Sírio Livre, considera as YPG como um grupo terrorista relacionado com o Partido dos Trabalhadores do Curdistão (PKK).

Este tema, que já provocou tensões entre os dois países durante o governo do ex-presidente Barack Obama, continua sendo uma preocupação para a Turquia, que solicitou diversas vezes o fim da colaboração de Washington às YPG.

Em uma entrevista exibida na TV na quarta-feira, Yildirim afirmou que Washington não havia comunicado oficialmente ao seu governo se tinha a intenção de participar ou não da esperada ofensiva contra Raqa.

"Os últimos acontecimentos nos dão a impressão de que (a administração Trump) segue o mesmo caminho que a anterior", lamentou o primeiro-ministro turco.

O pregador Fethullah Gülen, exilado nos Estados Unidos, também é um foco de tensão. O governo turco acusa o religioso de estar por trás da tentativa de golpe de Estado de 15 de julho de 2016 e pede há vários meses, em vão, sua extradição.

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