HRW: crise leva 12.000 venezuelanos a fugir para o Brasil
Washington, 18 Abr 2017 (AFP) - Mais de 12.000 venezuelanos fugiram da crise econômica e social de seu país para o Brasil, detalhou nesta terça-feira em um relatório a Human Rights Watch, exortando os países do continente a pressionar Caracas a aceitar medidas de alívio.
"Há um aumento notável no número de venezuelanos que fogem da Venezuela fundamentalmente por razões humanitárias, buscando alimentos e medicamentos que não estão disponíveis", disse o diretor para a América da organização civil, José Miguel Vivanco.
Mas muitos também fogem da insegurança no país, "onde a regra é a impunidade para as vítimas de crimes violentes, sejam eles cometidos por organizações criminosas ou por agentes do Estado", afirmou Vivanco, durante coletiva em Washington.
Segundo a organização, mais de 12.000 venezuelanos entraram e permaneceram no Brasil desde 2014, principalmente no estado fronteiriço de Roraima. O fluxo anual quintuplicou nos 11 primeiros meses de 2016, com 7.150 entradas.
A maioria solicitou asilo, enquanto outros buscam um trabalho temporário - embora seja proibido por lei -, ou procuram por assistência médica de urgência. Apesar da precária situação, seis em cada 10 pessoas disseram estar melhor no Brasil do que na Venezuela, segundo o documento.
A HRW assinalou que sem a atenção médica adequada em seu país pela escassez de remédios, os venezuelanos frequentemente chegam em mau estado de saúde aos hospitais brasileiros e precisam ser tratados por complicações de doenças como aids, pneumonia, tuberculose e malária.
A migração sem precedentes de venezuelanos está levando ao limite o já saturado sistema de saúde pública do Brasil, segundo o relatório de campo que recolheu 100 depoimentos em fevereiro de migrantes venezuelanos, autoridades brasileiras, médicos, enfermeiras, acadêmicos e ativistas em Roraima.
No hospital de Pacaraima, um povoado próximo à fronteira com a Venezuela, 80% dos pacientes são venezuelanos, relatou a HRW.
Mas as cifras de venezuelanos que migram e pedem asilo também aumentou em outros países como Argentina, Canadá e Estados Unidos, afirmou HRW, que planeja realizar um estudo detalhado sobre a situação de migrantes venezuelanos na Colômbia.
Enviado a AlmagroEntretanto, disse, o governo de Nicolás Maduro desconhece a crise, o que fecha as portas para qualquer tipo de ajuda internacional, e frequentemente considera os pedidos de alívio como "ingerência".
"O governo de Maduro, para não reconhecer o fracasso absoluto do regime em assegurar um mínimo de bem-estar social [...] prefere negar a crise, o que é criminoso", disse Vivanco na coletiva em Washington.
Por isso, pediu aos países da região que implementem medidas de pressão ao governo venezuelano para que "reconheça a crise, admita seu fracasso e recorra à ajuda humanitária que a comunidade internacional pode fornecer", particularmente a Organização Pan-americana de Saúde.
A HRW enviou o relatório ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que o divulgou no Twitter.
No maior golpe da OEA contra o governo de Maduro, a organização continental declarou no início deste mês uma "grave alteração constitucional" na Venezuela e resolveu avançar em gestões diplomáticas, incluindo uma possível reunião de chanceleres para favorecer a retomada da "ordem democrática" no país.
A crise venezuelana se agravou em 1º de abril quando milhares de pessoas iniciaram uma série de protestos em todo o país para pedir eleições. As manifestações culminaram em distúrbios com as forças de segurança, deixando cinco mortos, dezenas de feridos e mais de 200 presos.
"Há um aumento notável no número de venezuelanos que fogem da Venezuela fundamentalmente por razões humanitárias, buscando alimentos e medicamentos que não estão disponíveis", disse o diretor para a América da organização civil, José Miguel Vivanco.
Mas muitos também fogem da insegurança no país, "onde a regra é a impunidade para as vítimas de crimes violentes, sejam eles cometidos por organizações criminosas ou por agentes do Estado", afirmou Vivanco, durante coletiva em Washington.
Segundo a organização, mais de 12.000 venezuelanos entraram e permaneceram no Brasil desde 2014, principalmente no estado fronteiriço de Roraima. O fluxo anual quintuplicou nos 11 primeiros meses de 2016, com 7.150 entradas.
A maioria solicitou asilo, enquanto outros buscam um trabalho temporário - embora seja proibido por lei -, ou procuram por assistência médica de urgência. Apesar da precária situação, seis em cada 10 pessoas disseram estar melhor no Brasil do que na Venezuela, segundo o documento.
A HRW assinalou que sem a atenção médica adequada em seu país pela escassez de remédios, os venezuelanos frequentemente chegam em mau estado de saúde aos hospitais brasileiros e precisam ser tratados por complicações de doenças como aids, pneumonia, tuberculose e malária.
A migração sem precedentes de venezuelanos está levando ao limite o já saturado sistema de saúde pública do Brasil, segundo o relatório de campo que recolheu 100 depoimentos em fevereiro de migrantes venezuelanos, autoridades brasileiras, médicos, enfermeiras, acadêmicos e ativistas em Roraima.
No hospital de Pacaraima, um povoado próximo à fronteira com a Venezuela, 80% dos pacientes são venezuelanos, relatou a HRW.
Mas as cifras de venezuelanos que migram e pedem asilo também aumentou em outros países como Argentina, Canadá e Estados Unidos, afirmou HRW, que planeja realizar um estudo detalhado sobre a situação de migrantes venezuelanos na Colômbia.
Enviado a AlmagroEntretanto, disse, o governo de Nicolás Maduro desconhece a crise, o que fecha as portas para qualquer tipo de ajuda internacional, e frequentemente considera os pedidos de alívio como "ingerência".
"O governo de Maduro, para não reconhecer o fracasso absoluto do regime em assegurar um mínimo de bem-estar social [...] prefere negar a crise, o que é criminoso", disse Vivanco na coletiva em Washington.
Por isso, pediu aos países da região que implementem medidas de pressão ao governo venezuelano para que "reconheça a crise, admita seu fracasso e recorra à ajuda humanitária que a comunidade internacional pode fornecer", particularmente a Organização Pan-americana de Saúde.
A HRW enviou o relatório ao secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, que o divulgou no Twitter.
No maior golpe da OEA contra o governo de Maduro, a organização continental declarou no início deste mês uma "grave alteração constitucional" na Venezuela e resolveu avançar em gestões diplomáticas, incluindo uma possível reunião de chanceleres para favorecer a retomada da "ordem democrática" no país.
A crise venezuelana se agravou em 1º de abril quando milhares de pessoas iniciaram uma série de protestos em todo o país para pedir eleições. As manifestações culminaram em distúrbios com as forças de segurança, deixando cinco mortos, dezenas de feridos e mais de 200 presos.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.