Afegãos pedem punição por negligência após massacre em Mazar-e-Sharif
Mazar-e Sharif, Afeganistão, 23 Abr 2017 (AFP) - As famílias enlutadas enterravam neste domingo as vítimas do ataque talibã a uma base militar do norte do Afeganistão que deixou pelo menos 130 mortos, ao mesmo tempo que exigiam punições por negligência.
O balanço continua sendo provisório, dois dias depois do massacre de sexta-feira.
A imprensa afegã menciona mais de 130 mortos e dezenas de feridos em estado grave, mas sem dados oficiais.
O governo, que não divulgou um balanço definitivo, decretou um dia de luto nacional.
O ministro da Defesa anunciou apenas mais de 100 mortos e feridos no ataque, executado por 10 homens, todos com uniforme militar e que durou mais de cinco horas, contra os soldados de uma base que estavam reunidos na mesquita e no refeitório, desarmados.
Os criminosos chegaram a bordo de veículos militares com fuzis e coletes com explosivos.
Os números de vítimas, em sua maioria jovens recrutas das províncias do nordeste do país, vão de 135 a 140 e até 160, de acordo com vários meios de comunicação, que citam fontes militares que trabalham na base do 209º corpo do exército, localizada a 15 quilômetros de Mazar-e-Sharif.
Na manhã de sábado, um comandante militar, que pediu anonimato, anunciou à AFP "ao menos 140 mortos".
Os talibãs reivindicam "500 mortos", mas os extremistas são conhecidos por exagerar os resultados de seus ataques.
A confusão e a incapacidade das autoridades e do serviço de inteligência de proteger as Forças Armadas dentro de uma base militar provocam indignação entre as famílias.
- 'Negligência' -
Nas redes sociais, meio que a sociedade civil afegã utiliza para protestar, a dor e a revolta dominavam as mensagens. E muitos exigiam medidas.
"Quem vai ser demitido após o desastre de Mazar? O ministro da Defesa, o vice-ministro ou algum subalterno?", pergunta no Twitter "Badloon", um analista político que participa em movimentos da juventude.
"A melhor maneira de honrar (os mortos) é castigando os que falharam ou cooperaram com o inimigo: algumas autoridades devem sair", insistiu outro usuário do Twitter.
Muitos pedem a demissão do ministro da Defesa, Abdullah Habibi, e do comandante do 209º corpo do exército por "negligência".
"Não precisamos de um luto nacional. O que o governo faz para impedir estas atrocidades?", questiona um internauta.
De acordo com o analista Atiqullah Amarjail, o desastre de Mazar representa um "fiasco total do serviço de inteligência que se repete. Estamos diante de uma guerrilha com combatentes que atacam com pequenos grupos e provocam enormes danos. Deveríamos aprender a combater estas táticas".
No mês passado, o maior hospital militar do país, no centro de Cabul, foi objeto de um ataque coordenado de mais de 10 combatentes que durou mais de seis horas. Assim como no massacre de Mazar, as acusações também destacam a presença de cúmplices no estabelecimento.
O balanço oficial do ataque ao hospital foi de pouco mais de 50 mortos, mas os sobreviventes e fontes das forças de segurança citaram mais que o dobro de vítimas.
O Parlamento tentou obter as demissões dos ministros do Interior e da Defesa, assim como do diretor do serviço de inteligência. Mas todos permanecem em seus cargos.
Twitter
O balanço continua sendo provisório, dois dias depois do massacre de sexta-feira.
A imprensa afegã menciona mais de 130 mortos e dezenas de feridos em estado grave, mas sem dados oficiais.
O governo, que não divulgou um balanço definitivo, decretou um dia de luto nacional.
O ministro da Defesa anunciou apenas mais de 100 mortos e feridos no ataque, executado por 10 homens, todos com uniforme militar e que durou mais de cinco horas, contra os soldados de uma base que estavam reunidos na mesquita e no refeitório, desarmados.
Os criminosos chegaram a bordo de veículos militares com fuzis e coletes com explosivos.
Os números de vítimas, em sua maioria jovens recrutas das províncias do nordeste do país, vão de 135 a 140 e até 160, de acordo com vários meios de comunicação, que citam fontes militares que trabalham na base do 209º corpo do exército, localizada a 15 quilômetros de Mazar-e-Sharif.
Na manhã de sábado, um comandante militar, que pediu anonimato, anunciou à AFP "ao menos 140 mortos".
Os talibãs reivindicam "500 mortos", mas os extremistas são conhecidos por exagerar os resultados de seus ataques.
A confusão e a incapacidade das autoridades e do serviço de inteligência de proteger as Forças Armadas dentro de uma base militar provocam indignação entre as famílias.
- 'Negligência' -
Nas redes sociais, meio que a sociedade civil afegã utiliza para protestar, a dor e a revolta dominavam as mensagens. E muitos exigiam medidas.
"Quem vai ser demitido após o desastre de Mazar? O ministro da Defesa, o vice-ministro ou algum subalterno?", pergunta no Twitter "Badloon", um analista político que participa em movimentos da juventude.
"A melhor maneira de honrar (os mortos) é castigando os que falharam ou cooperaram com o inimigo: algumas autoridades devem sair", insistiu outro usuário do Twitter.
Muitos pedem a demissão do ministro da Defesa, Abdullah Habibi, e do comandante do 209º corpo do exército por "negligência".
"Não precisamos de um luto nacional. O que o governo faz para impedir estas atrocidades?", questiona um internauta.
De acordo com o analista Atiqullah Amarjail, o desastre de Mazar representa um "fiasco total do serviço de inteligência que se repete. Estamos diante de uma guerrilha com combatentes que atacam com pequenos grupos e provocam enormes danos. Deveríamos aprender a combater estas táticas".
No mês passado, o maior hospital militar do país, no centro de Cabul, foi objeto de um ataque coordenado de mais de 10 combatentes que durou mais de seis horas. Assim como no massacre de Mazar, as acusações também destacam a presença de cúmplices no estabelecimento.
O balanço oficial do ataque ao hospital foi de pouco mais de 50 mortos, mas os sobreviventes e fontes das forças de segurança citaram mais que o dobro de vítimas.
O Parlamento tentou obter as demissões dos ministros do Interior e da Defesa, assim como do diretor do serviço de inteligência. Mas todos permanecem em seus cargos.
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