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Novas detenções de membros da oposição em Hong Kong

27/04/2017 06h54

Hong Kong, 27 Abr 2017 (AFP) - Nove militantes da oposição pró-democracia foram detidos nesta quinta-feira em Hong Kong por sua participação em uma manifestação contra Pequim, o que os defensores dos direitos humanos denunciam como uma perseguição política.

Cada vez mais habitantes desta ex-colônia britânica, devolvida para a China em 1997, têm a impressão de que as autoridades de Pequim aumentam o controle sobre o território.

A nova geração de ativistas deseja maior autonomia para o território e até mesmo a separação total da China.

Dois parlamentares favoráveis à independência, Baggio Leung e Yau Wai-ching, foram detidos e indiciados na quarta-feira por distúrbios no Conselho Legislativo (Parlamento), onde estão proibidos de entrar após uma intervenção de Pequim.

Nove ativistas democratas, incluindo estudantes, professores e deputados, foram acusados no mês passado por seu papel na revolta de 2014, que não conseguiu obter de Pequim qualquer reforma política.

As acusações, denunciadas pelos defensores dos direitos humanos, acontecem poucas semanas antes de uma visita a Hong Kong do presidente chinês Xi Jinping por ocasião do 20º aniversário da devolução da colônia britânica a China, em 1º de julho de 1997.

"Acredito que a polícia decidiu deter todos os militantes para que não protestem durante a visita Xi Jinping", disse à AFP Joshua Wong, um dos líderes do movimento de 2014.

Os militantes detidos nesta quinta-feira foram acusados de participar, em novembro, em um protesto contra a decisão chinesa de intervir no caso dos parlamentares separatistas, que terminou com a suspensão de ambos.

Os nove ativistas, incluindo dois integrantes do novo partido Demosisto fundado por Joshua Wong e Nathan Law, afirmaram que foram indiciados e libertados após o pagamento de fiança.

A polícia não confirmou a informação.

As organizações Anistia Internacional e Human Rights Watch denunciaram as detenções e indiciamentos.

ey-lm/fp