Talibãs anunciam 'ofensiva de primavera' no Afeganistão
Cabul, 28 Abr 2017 (AFP) - Os talibãs anunciaram nesta sexta-feira o lançamento de sua "ofensiva de primavera", chamada de "Operação Mansuri", em homenagem ao seu antigo líder, indicando que seu principal alvo são as forças estrangeiras para expulsá-las do país.
O anúncio ocorre quando o exército afegão está desprovido do ministro da Defesa e do chefe do Estado-Maior. Ambos renunciaram após o mortífero ataque talibã contra uma base militar na semana passada no norte do país, que deixou ao menos 135 mortos, segundo um último balanço oficial.
Em seu comunicado, os talibãs informam que "os principais alvos da Operação Mansuri serão as forças estrangeiras, suas infraestruturas militares e de informação, e a eliminação de seus mercenários locais", termo que usam para se referir aos soldados e policiais afegãos.
O Ministério do Interior parecia menosprezar essas ameaças: "Essa ofensiva não tem nada de nova, todos os anos publicam o mesmo comunicado, mas suas operações fracassam", declarou à AFP o porta-voz, Najib Danish.
O chefe do Pentágono, o general Jim Mattis, em viagem oficial na segunda-feira a Cabul, previu "um ano difícil" para o país.
Cerca de 12.000 soldados das forças ocidentais, incluindo 8.400 americanos, estão mobilizados no Afeganistão sob o mandato da Otan, que lançou a "Operação Resolute Support" para formar e apoiar as forças afegãs após a retirada da maioria das forças estrangeiras, em 2014.
No entanto, apesar deste apoio, o exército e a polícia afegãos sofrem grandes perdas: controlam apenas 57% dos distritos do país, segundo o Sigar, um organismo do Congresso em Washington que administra as atividades e os gastos americanos no país.
Minadas pelas deserções e por um comando fraco, frequentemente corrupto e denunciado pelos americanos, as forças afegãs enfrentam importantes baixas, com um aumento de 45% em 2016, segundo o Sigar, com cerca de 7.000 policiais e soldados mortos nos primeiros nove meses.
O general John Nicholson, comandante do contingente americano em Cabul, estimou em fevereiro que serão necessários alguns milhares de soldados adicionais para acabar com os insurgentes.
Além dos talibãs, um braço local do grupo extremista Estado Islâmico também enfrenta o governo de Cabul, no leste. Desde o início do mês, três soldados americanos morreram nestes combates.
- 'Dia dos Mujahedines' -O anúncio dos talibãs coincide com o "Dia dos Mujahedines", em homenagem aos combatentes que desde 1979 e a invasão soviética sacrificaram suas vidas para libertar o país.
Identificados com esta tradição, os talibãs pediram que seus simpatizantes lancem ataques suicidas, ataques complexos e operações "de dentro", quando soldados e policiais investem contra seus próprios companheiros.
É o caso do ataque contra a base do 209º Corpo do Exército no dia 21 de abril no norte, reivindicado pelos talibãs. Quatro dos assaltantes haviam servido anteriormente nesta base.
A ofensiva leva o nome do mulá Mansur, assassinado no dia 22 maio de 2016 por um drone americano no Paquistão. Mansur havia sucedido o líder histórico, o mulá Omar, cuja morte foi anunciada em julho de 2015.
Os talibãs, como prova de que se sentem fortalecidos por suas conquistas territoriais, prometem operar simultaneamente "em dois eixos, militar e político".
ach-mam/cnp/at/bc/es/ma
O anúncio ocorre quando o exército afegão está desprovido do ministro da Defesa e do chefe do Estado-Maior. Ambos renunciaram após o mortífero ataque talibã contra uma base militar na semana passada no norte do país, que deixou ao menos 135 mortos, segundo um último balanço oficial.
Em seu comunicado, os talibãs informam que "os principais alvos da Operação Mansuri serão as forças estrangeiras, suas infraestruturas militares e de informação, e a eliminação de seus mercenários locais", termo que usam para se referir aos soldados e policiais afegãos.
O Ministério do Interior parecia menosprezar essas ameaças: "Essa ofensiva não tem nada de nova, todos os anos publicam o mesmo comunicado, mas suas operações fracassam", declarou à AFP o porta-voz, Najib Danish.
O chefe do Pentágono, o general Jim Mattis, em viagem oficial na segunda-feira a Cabul, previu "um ano difícil" para o país.
Cerca de 12.000 soldados das forças ocidentais, incluindo 8.400 americanos, estão mobilizados no Afeganistão sob o mandato da Otan, que lançou a "Operação Resolute Support" para formar e apoiar as forças afegãs após a retirada da maioria das forças estrangeiras, em 2014.
No entanto, apesar deste apoio, o exército e a polícia afegãos sofrem grandes perdas: controlam apenas 57% dos distritos do país, segundo o Sigar, um organismo do Congresso em Washington que administra as atividades e os gastos americanos no país.
Minadas pelas deserções e por um comando fraco, frequentemente corrupto e denunciado pelos americanos, as forças afegãs enfrentam importantes baixas, com um aumento de 45% em 2016, segundo o Sigar, com cerca de 7.000 policiais e soldados mortos nos primeiros nove meses.
O general John Nicholson, comandante do contingente americano em Cabul, estimou em fevereiro que serão necessários alguns milhares de soldados adicionais para acabar com os insurgentes.
Além dos talibãs, um braço local do grupo extremista Estado Islâmico também enfrenta o governo de Cabul, no leste. Desde o início do mês, três soldados americanos morreram nestes combates.
- 'Dia dos Mujahedines' -O anúncio dos talibãs coincide com o "Dia dos Mujahedines", em homenagem aos combatentes que desde 1979 e a invasão soviética sacrificaram suas vidas para libertar o país.
Identificados com esta tradição, os talibãs pediram que seus simpatizantes lancem ataques suicidas, ataques complexos e operações "de dentro", quando soldados e policiais investem contra seus próprios companheiros.
É o caso do ataque contra a base do 209º Corpo do Exército no dia 21 de abril no norte, reivindicado pelos talibãs. Quatro dos assaltantes haviam servido anteriormente nesta base.
A ofensiva leva o nome do mulá Mansur, assassinado no dia 22 maio de 2016 por um drone americano no Paquistão. Mansur havia sucedido o líder histórico, o mulá Omar, cuja morte foi anunciada em julho de 2015.
Os talibãs, como prova de que se sentem fortalecidos por suas conquistas territoriais, prometem operar simultaneamente "em dois eixos, militar e político".
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