Trump inflexível no G7, que fracassa em encontrar posição comum sobre o clima
Taormina, Itália, 27 Mai 2017 (AFP) - Os líderes do G7 reconheceram neste sábado em Taormina, na Sicília, sua incapacidade de convencer um presidente americano inflexível sobre a questão das mudanças climáticas.
Apesar da pressão dos europeus (Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha e União Europeia), do Canadá e do Japão, Donald Trump não se rendeu. Ele deverá anunciar sua decisão a respeito do acordo climático de Paris na próxima semana.
A declaração final da cúpula, iniciada na sexta-feira no balneário siciliano, irá, portanto, constatar a falta de entendimento sobre a questão do aquecimento global, pela primeira vez depois de dezenas de comunicados do G7 afirmando a necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Os Estados Unidos vão confirmar neste texto que continuam a refletir sua posição sobre o clima, enquanto os outros seis países do G7 irão reafirmar seu compromisso com os acordos de Paris, tomando nota da posição americana, indicaram fontes europeias.
"Este é um resultado aquém dos de cúpulas anteriores, mas esperávamos por isso", minimizou um funcionário de uma delegação europeia.
Para outros, o importante é que os Estados Unidos seguem no jogo. Nesta perspectiva, a presidência francesa se recusa a falar de "fracasso", embora reconheça "não ser uma formulação ideal".
"Um ponto de grande preocupação para nós é a manutenção dos Estados Unidos no acordo, não queremos os americanos fora", argumentou-se em Paris, antes do G7.
- 'Isolado sobre o clima' -"O resultado da cúpula do G7 mostra como Trump está isolado sobre o clima", considerou o Greenpeace em um comunicado, destacando o compromisso dos seis demais países.
A perspectiva do presidente americano "evolui, ele veio aqui para aprender", garantiu na sexta-feira seu assessor econômico Gary Cohn.
Mas seu assessor para a segurança nacional, o general H. R. McMaster, assegurou que, "uma coisa que não vai mudar, é que Trump vai tomar suas decisões com base no que acredita ser melhor para os americanos".
Sobre outro assunto espinhoso na agenda, o comércio internacional, os líderes do G7 conseguiram manter os Estados Unidos de Donald Trump, tentado pelo isolacionismo, num quadro multilateral, afirmou uma fonte próxima à delegação italiana.
Segundo esta fonte, os chefes de Estado e de Governo do G7 devem se comprometer a não recorrer ao protecionismo como forma de regulação do comércio.
O dia começou com uma reunião com os líderes de cinco países africanos: Níger, Nigéria, Etiópia, Quênia e Tunísia.
A Itália, que atualmente preside o G7, fez da África uma prioridade e contava em fazer adotar uma declaração ambiciosa sobre a "mobilidade humana", ou seja, sobre o tema sensível da migração.
Mas precisou rever suas ambições, sob pressão dos Estados Unidos, para limitar a questão a algumas linhas na declaração final, reconheceram fontes diplomáticas italianas.
Na sexta-feira, os líderes do G7 encontraram alguns terrenos comuns, a começar pela luta contra o terrorismo após o atentado de Manchester.
O G7 assinou uma declaração conjunta sobre o terrorismo, na qual aumenta a pressão sobre os grandes grupos da Internet a combater conteúdos radicais, a pedido da Grã-Bretanha.
Também expressou preocupação com o retorno de combatentes estrangeiros, especialmente após o ataque de Manchester cometido por um britânico de origem líbia que pode ter viajado à Síria depois de uma visita à Líbia.
A situação neste país, novamente mergulhado no caos com a retomada dos combates no sul de Trípoli e os bombardeios egípcios no leste do país depois de um novo ataque contra cristãos coptas do Egito, também deve ser mencionada.
Os líderes do G7, a pedido do Japão, deverão ainda chegar a um acordo sobre uma posição dura contra a Coreia do Norte, depois de uma série de lançamentos de mísseis balísticos por Pyongyang.
Sobre este ponto, Donald Trump assegurou o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe que o "problema norte-coreano" seria "resolvido".
bur-ob-leb/cf/sba/mr
Apesar da pressão dos europeus (Alemanha, França, Itália, Grã-Bretanha e União Europeia), do Canadá e do Japão, Donald Trump não se rendeu. Ele deverá anunciar sua decisão a respeito do acordo climático de Paris na próxima semana.
A declaração final da cúpula, iniciada na sexta-feira no balneário siciliano, irá, portanto, constatar a falta de entendimento sobre a questão do aquecimento global, pela primeira vez depois de dezenas de comunicados do G7 afirmando a necessidade de reduzir as emissões de gases do efeito estufa.
Os Estados Unidos vão confirmar neste texto que continuam a refletir sua posição sobre o clima, enquanto os outros seis países do G7 irão reafirmar seu compromisso com os acordos de Paris, tomando nota da posição americana, indicaram fontes europeias.
"Este é um resultado aquém dos de cúpulas anteriores, mas esperávamos por isso", minimizou um funcionário de uma delegação europeia.
Para outros, o importante é que os Estados Unidos seguem no jogo. Nesta perspectiva, a presidência francesa se recusa a falar de "fracasso", embora reconheça "não ser uma formulação ideal".
"Um ponto de grande preocupação para nós é a manutenção dos Estados Unidos no acordo, não queremos os americanos fora", argumentou-se em Paris, antes do G7.
- 'Isolado sobre o clima' -"O resultado da cúpula do G7 mostra como Trump está isolado sobre o clima", considerou o Greenpeace em um comunicado, destacando o compromisso dos seis demais países.
A perspectiva do presidente americano "evolui, ele veio aqui para aprender", garantiu na sexta-feira seu assessor econômico Gary Cohn.
Mas seu assessor para a segurança nacional, o general H. R. McMaster, assegurou que, "uma coisa que não vai mudar, é que Trump vai tomar suas decisões com base no que acredita ser melhor para os americanos".
Sobre outro assunto espinhoso na agenda, o comércio internacional, os líderes do G7 conseguiram manter os Estados Unidos de Donald Trump, tentado pelo isolacionismo, num quadro multilateral, afirmou uma fonte próxima à delegação italiana.
Segundo esta fonte, os chefes de Estado e de Governo do G7 devem se comprometer a não recorrer ao protecionismo como forma de regulação do comércio.
O dia começou com uma reunião com os líderes de cinco países africanos: Níger, Nigéria, Etiópia, Quênia e Tunísia.
A Itália, que atualmente preside o G7, fez da África uma prioridade e contava em fazer adotar uma declaração ambiciosa sobre a "mobilidade humana", ou seja, sobre o tema sensível da migração.
Mas precisou rever suas ambições, sob pressão dos Estados Unidos, para limitar a questão a algumas linhas na declaração final, reconheceram fontes diplomáticas italianas.
Na sexta-feira, os líderes do G7 encontraram alguns terrenos comuns, a começar pela luta contra o terrorismo após o atentado de Manchester.
O G7 assinou uma declaração conjunta sobre o terrorismo, na qual aumenta a pressão sobre os grandes grupos da Internet a combater conteúdos radicais, a pedido da Grã-Bretanha.
Também expressou preocupação com o retorno de combatentes estrangeiros, especialmente após o ataque de Manchester cometido por um britânico de origem líbia que pode ter viajado à Síria depois de uma visita à Líbia.
A situação neste país, novamente mergulhado no caos com a retomada dos combates no sul de Trípoli e os bombardeios egípcios no leste do país depois de um novo ataque contra cristãos coptas do Egito, também deve ser mencionada.
Os líderes do G7, a pedido do Japão, deverão ainda chegar a um acordo sobre uma posição dura contra a Coreia do Norte, depois de uma série de lançamentos de mísseis balísticos por Pyongyang.
Sobre este ponto, Donald Trump assegurou o primeiro-ministro japonês Shinzo Abe que o "problema norte-coreano" seria "resolvido".
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