EUA impõem primeiras sanções à Venezuela e descartam ação militar imediata
Washington, 25 Ago 2017 (AFP) - Os Estados Unidos impuseram nesta sexta-feira as primeiras sanções financeiras à Venezuela, que afetam a emissão da dívida e acompanham as privações já decretadas contra o presidente Nicolás Maduro e vários colaboradores, apesar de Washington ter descartado uma ação militar a curto prazo.
Um decreto assinado pelo presidente Donald Trump, o primeiro que afeta o país e não apenas indivíduos venezuelanos, "proíbe negociar nova dívida emitida pelo governo da Venezuela e sua empresa petroleira estatal".
"Também proíbe a negociação de certos bônus existentes, propriedade do setor público venezuelano, assim como o pagamento de dividendos ao governo da Venezuela", informou a Casa Branca.
Até aqui, o governo de Trump só tinham imposto sanções financeiras e jurídicas contra Maduro e 20 funcionários e colaboradores, acusando-os de ferir a democracia, corrupção ou violação dos direitos humanos.
A Casa Branca disse que "para mitigar o dano ao povo americano e ao venezuelano", o Departamento de Tesouro vai emitir licenças com um período de liquidação de 30 dias para permitir as transações que, senão, seriam proibidas por esse decreto, entre elas, as vinculadas à exportação e à importação de petróleo.
"Essas medidas estão cuidadosamente calibradas para negar à ditadura de (Nicolás) Maduro uma fonte crítica de financiamento para manter seu mandato ilegítimo", apontou o texto.
Washington e Caracas retiraram seus respectivos embaixadores em 2010. Mas, até hoje, os países têm fortes vínculos econômicos e comerciais, sobretudo na indústria petroleira.
Os Estados Unidos compram 800 mil barris diários de petróleo, dos quais 1,9 milhões são produzidos pela Venezuela.
- Crise humanitária? -O governo de Maduro criticou as novas sanções americanas contra o país e questionou se o objetivo dos Estados Unidos era o de criar uma "crise humanitária" em seu país.
"Esta é a pior das agressões", afirmou o chanceler Jorge Arreaza à imprensa depois da reunião com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. "A Venezuela é uma democracia", enfatizou.
"O que querem fazer? Fazer o povo venezuelano passar fome? É isso que querem fazer?", questionou. Ele disse que, para compensar o impacto, Caracas vai se aproximar mais da Rússia e da China.
Cada vez mais isolado internacionalmente em meio a uma severa crise política e econômica, Maduro instalou em 4 de agosto uma Assembleia Constituinte com plenos poderes, rechaçada pela oposição e por vários países, entre eles, Estados Unidos.
"A ditadura de Maduro continua privando o povo venezuelano de alimentos e remédios, prendendo a oposição democraticamente eleita e suprimindo violentamente a liberdade de expressão", enfatizou a Casa Branca nesta sexta.
A agência de classificação financeira SP Global Ratings alertou, em julho, sobre o risco de calote devido à deterioração das condições econômicas e ao aumento das tensões políticas na Venezuela.
Entre outubro e novembro, Venezuela e PDVSA vão ter que pagar cerca de 3,8 bilhões de dólares em vencimentos dos bônus.
O analista econômico venezuelano Rafael Quiroz advertiu sobre o impacto negativo que as sanções podem causar.
"Isso nos afeta séria e diretamente, porque há vários bônus da República, como os bônus da PDVSA, que estão em posse de pessoas físicas e jurídicas nos Estados Unidos. A Venezuela tem compromissos que deve honrar", disse à AFP.
"Vamos ter menos divisas para importar alimentos e medicamentos, que já estão em falta", completou.
- Sem operação militar em breve -Em coletiva de imprensa, a Casa Branca descartou uma eventual operação militar contra a Venezuela no futuro próximo, uma possibilidade evocada há duas semanas por Trump, mas rechaçada pelos países da América Latina, incluindo os mais críticos a Maduro.
"Avaliamos uma ampla gama de opções. Qualquer decisão será tomada em acordo com nossos parceiros na região. Nenhuma ação militar está proposta no futuro próximo", declarou o general HR McMaster, assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump.
Mais cedo, a Casa Braca tinha citado a Declaração de Lima ao afirmar que "os Estados Unidos não estão sozinhos na condenação ao regime de Maduro".
Na Declaração de Lima, de 8 de agosto, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru expressaram sua "condenação enérgica à decisão da Assembleia Nacional Constituinte de usurpar as funções" do Parlamento.
"As novas sanções financeiras dos Estados Unidos apoiam essa postura regional de isolamento econômico da ditadura de Maduro", destacou a Casa Branca.
Em resposta a uma eventual intervenção militar americana, a Venezuela prepara para este fim de semana exercícios militares dois quais participarão 200 mil efetivos da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e outros 700 mil membros das milícias, reservistas e civis.
bur-ad/nn/ll/mvv
Um decreto assinado pelo presidente Donald Trump, o primeiro que afeta o país e não apenas indivíduos venezuelanos, "proíbe negociar nova dívida emitida pelo governo da Venezuela e sua empresa petroleira estatal".
"Também proíbe a negociação de certos bônus existentes, propriedade do setor público venezuelano, assim como o pagamento de dividendos ao governo da Venezuela", informou a Casa Branca.
Até aqui, o governo de Trump só tinham imposto sanções financeiras e jurídicas contra Maduro e 20 funcionários e colaboradores, acusando-os de ferir a democracia, corrupção ou violação dos direitos humanos.
A Casa Branca disse que "para mitigar o dano ao povo americano e ao venezuelano", o Departamento de Tesouro vai emitir licenças com um período de liquidação de 30 dias para permitir as transações que, senão, seriam proibidas por esse decreto, entre elas, as vinculadas à exportação e à importação de petróleo.
"Essas medidas estão cuidadosamente calibradas para negar à ditadura de (Nicolás) Maduro uma fonte crítica de financiamento para manter seu mandato ilegítimo", apontou o texto.
Washington e Caracas retiraram seus respectivos embaixadores em 2010. Mas, até hoje, os países têm fortes vínculos econômicos e comerciais, sobretudo na indústria petroleira.
Os Estados Unidos compram 800 mil barris diários de petróleo, dos quais 1,9 milhões são produzidos pela Venezuela.
- Crise humanitária? -O governo de Maduro criticou as novas sanções americanas contra o país e questionou se o objetivo dos Estados Unidos era o de criar uma "crise humanitária" em seu país.
"Esta é a pior das agressões", afirmou o chanceler Jorge Arreaza à imprensa depois da reunião com o secretário-geral da ONU, Antonio Guterres. "A Venezuela é uma democracia", enfatizou.
"O que querem fazer? Fazer o povo venezuelano passar fome? É isso que querem fazer?", questionou. Ele disse que, para compensar o impacto, Caracas vai se aproximar mais da Rússia e da China.
Cada vez mais isolado internacionalmente em meio a uma severa crise política e econômica, Maduro instalou em 4 de agosto uma Assembleia Constituinte com plenos poderes, rechaçada pela oposição e por vários países, entre eles, Estados Unidos.
"A ditadura de Maduro continua privando o povo venezuelano de alimentos e remédios, prendendo a oposição democraticamente eleita e suprimindo violentamente a liberdade de expressão", enfatizou a Casa Branca nesta sexta.
A agência de classificação financeira SP Global Ratings alertou, em julho, sobre o risco de calote devido à deterioração das condições econômicas e ao aumento das tensões políticas na Venezuela.
Entre outubro e novembro, Venezuela e PDVSA vão ter que pagar cerca de 3,8 bilhões de dólares em vencimentos dos bônus.
O analista econômico venezuelano Rafael Quiroz advertiu sobre o impacto negativo que as sanções podem causar.
"Isso nos afeta séria e diretamente, porque há vários bônus da República, como os bônus da PDVSA, que estão em posse de pessoas físicas e jurídicas nos Estados Unidos. A Venezuela tem compromissos que deve honrar", disse à AFP.
"Vamos ter menos divisas para importar alimentos e medicamentos, que já estão em falta", completou.
- Sem operação militar em breve -Em coletiva de imprensa, a Casa Branca descartou uma eventual operação militar contra a Venezuela no futuro próximo, uma possibilidade evocada há duas semanas por Trump, mas rechaçada pelos países da América Latina, incluindo os mais críticos a Maduro.
"Avaliamos uma ampla gama de opções. Qualquer decisão será tomada em acordo com nossos parceiros na região. Nenhuma ação militar está proposta no futuro próximo", declarou o general HR McMaster, assessor de segurança nacional do presidente Donald Trump.
Mais cedo, a Casa Braca tinha citado a Declaração de Lima ao afirmar que "os Estados Unidos não estão sozinhos na condenação ao regime de Maduro".
Na Declaração de Lima, de 8 de agosto, Argentina, Brasil, Canadá, Chile, Colômbia, Costa Rica, Guatemala, Honduras, México, Panamá, Paraguai e Peru expressaram sua "condenação enérgica à decisão da Assembleia Nacional Constituinte de usurpar as funções" do Parlamento.
"As novas sanções financeiras dos Estados Unidos apoiam essa postura regional de isolamento econômico da ditadura de Maduro", destacou a Casa Branca.
Em resposta a uma eventual intervenção militar americana, a Venezuela prepara para este fim de semana exercícios militares dois quais participarão 200 mil efetivos da Força Armada Nacional Bolivariana (FANB) e outros 700 mil membros das milícias, reservistas e civis.
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