'Selfie da vitória' se aproxima da cidadela de Tal Afar
Tal Afar, Iraque, 28 Ago 2017 (AFP) - Em cada bairro reconquistado de Tal Afar a mesma cena se repete: as forças iraquianas arrancam a bandeira do grupo Estado Islâmico (EI). Mas aos pés da cidadela, destruída pelos explosivos dos extremistas, a "selfie da vitória" é agridoce.
Em 2003, depois da invasão americana e da queda de Saddam Hussein, a Prefeitura e a Polícia se instalaram na cidadela otomana, que dois anos depois virou base das tropas americanas, que travava outra batalha junto com as forças iraquianas: neste caso contra a Al-Qaeda.
Naquele momento, a cidadela permaneceu intacta no alto da colina. Mas anos depois, quando o grupo EI se apoderou de quase um terço do Iraque e de zonas extensas da vizinha Síria em uma ofensiva, teve um destino pior.
Os extremistas detonaram explosivos aos pés da cidadela, destruindo muros no norte e no oeste.
- "Tristeza" -A cidadela ganhou uma triste reputação, convertida na prisão do EI, que encarcerava homens e mulheres que se opunham ao grupo ou tinham um comportamento considerado "pecaminoso".
"Ao recuperar a cidadela, descobrimos as cadeias e grilhões que o EI" usava em seus prisioneiros, conta à AFP Abdel Hamid al-Attar, combatente das unidades paramilitares de Hashd al-Saabi.
Para este iraquiano de 49 anos, reconquistar a cidadela foi um momento transcendente, mas doloroso. "É um dos pilares da civilização", disse. "Esta cidadela é um monumento histórico importante para todos os iraquianos, todos os árabes", assegura. "Fiquei em choque e senti tristeza ao ver os danos causados pelo EI", acrescenta.
Perto dali está a Grande Mesquita. Membros do Hasch estão instalados no alto de seu minarete de sete andares.
De seu posto conseguem observar o alcance da destruição. Na praça se vê uma enorme cratera, os postes de energia dos arredores estão arrancados, e as casas e lojas destruídas pelas explosões.
Não há sinal de vida. As inscrições nas paredes - "propriedade do Estado Islâmico" e "Alá é grande" - mostram que até pouco os combatentes viviam na área. Os civis fugiram antes da entrada das tropas na cidade.
Agora, os extremistas do "califado" se entrincheiram no norte, em Al-Ayadie, onde as forças iraquianas travam o seu último combate antes do anúncio da vitória, a última na província de Nínive, local onde reconquistaram Mossul em julho.
- Fotos -No bairro da cidadela, a bandeira preta do EI está nas mãos dos combatentes das forças iraquianas. Preferiram dobrá-la para que não se possa ler as inscrições.
Um pequeno grupo posa para fotos junto à bandeira. Um combatente chamado Abu Abas pega o celular para tirar "a selfie da vitória".
Parafraseando o slogan do grupo extremistas sunita, "o Estado Islâmico ficará para sempre", este iraquiano de Kerbala, cidade santa xiita do sul do país, ironiza: "Vão ficar para sempre? Mas onde estão? Eu não os vejo".
Um pouco mais distante são vistas casas em bom estado, sem que ninguém se atreva a entrar nelas por medo de que os extremistas tenham colocado explosivos.
No bairro, os combatentes encontram uma fonte de água fresca. Depois de mais de uma semana de lutas em meio à poeira, alguns tomam banho e outros se limpam.
De repente, um deles hesita: "amigos, acreditam que os extremistas possam colocar explosivos na água?".
Em 2003, depois da invasão americana e da queda de Saddam Hussein, a Prefeitura e a Polícia se instalaram na cidadela otomana, que dois anos depois virou base das tropas americanas, que travava outra batalha junto com as forças iraquianas: neste caso contra a Al-Qaeda.
Naquele momento, a cidadela permaneceu intacta no alto da colina. Mas anos depois, quando o grupo EI se apoderou de quase um terço do Iraque e de zonas extensas da vizinha Síria em uma ofensiva, teve um destino pior.
Os extremistas detonaram explosivos aos pés da cidadela, destruindo muros no norte e no oeste.
- "Tristeza" -A cidadela ganhou uma triste reputação, convertida na prisão do EI, que encarcerava homens e mulheres que se opunham ao grupo ou tinham um comportamento considerado "pecaminoso".
"Ao recuperar a cidadela, descobrimos as cadeias e grilhões que o EI" usava em seus prisioneiros, conta à AFP Abdel Hamid al-Attar, combatente das unidades paramilitares de Hashd al-Saabi.
Para este iraquiano de 49 anos, reconquistar a cidadela foi um momento transcendente, mas doloroso. "É um dos pilares da civilização", disse. "Esta cidadela é um monumento histórico importante para todos os iraquianos, todos os árabes", assegura. "Fiquei em choque e senti tristeza ao ver os danos causados pelo EI", acrescenta.
Perto dali está a Grande Mesquita. Membros do Hasch estão instalados no alto de seu minarete de sete andares.
De seu posto conseguem observar o alcance da destruição. Na praça se vê uma enorme cratera, os postes de energia dos arredores estão arrancados, e as casas e lojas destruídas pelas explosões.
Não há sinal de vida. As inscrições nas paredes - "propriedade do Estado Islâmico" e "Alá é grande" - mostram que até pouco os combatentes viviam na área. Os civis fugiram antes da entrada das tropas na cidade.
Agora, os extremistas do "califado" se entrincheiram no norte, em Al-Ayadie, onde as forças iraquianas travam o seu último combate antes do anúncio da vitória, a última na província de Nínive, local onde reconquistaram Mossul em julho.
- Fotos -No bairro da cidadela, a bandeira preta do EI está nas mãos dos combatentes das forças iraquianas. Preferiram dobrá-la para que não se possa ler as inscrições.
Um pequeno grupo posa para fotos junto à bandeira. Um combatente chamado Abu Abas pega o celular para tirar "a selfie da vitória".
Parafraseando o slogan do grupo extremistas sunita, "o Estado Islâmico ficará para sempre", este iraquiano de Kerbala, cidade santa xiita do sul do país, ironiza: "Vão ficar para sempre? Mas onde estão? Eu não os vejo".
Um pouco mais distante são vistas casas em bom estado, sem que ninguém se atreva a entrar nelas por medo de que os extremistas tenham colocado explosivos.
No bairro, os combatentes encontram uma fonte de água fresca. Depois de mais de uma semana de lutas em meio à poeira, alguns tomam banho e outros se limpam.
De repente, um deles hesita: "amigos, acreditam que os extremistas possam colocar explosivos na água?".
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