Macron: governo da Venezuela é uma 'ditadura'
Paris, 29 Ago 2017 (AFP) - O presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou nesta terça-feira (29) que o governo venezuelano de Nicolás Maduro instaurou uma "ditadura" no país e tenta se perpetuar no poder.
"Uma ditadura tenta se perpetuar a um preço humanitário sem precedentes e radicalizações ideológicas preocupantes", afirmou Macron em seu primeiro discurso de política externa diante de diplomatas franceses.
"Desejo discutir com os governos da América Latina e da Europa maneiras de evitar novas escaladas, incluindo regionais", acrescentou o jovem presidente centrista, de 39 anos.
Diante de mais de 150 embaixadores franceses reunidos no Palácio do Eliseu, Macron colocou a luta contra o terrorismo no centro da diplomacia francesa e assegurou que devolverá a uma França "independente" sua posição no mundo.
"A segurança dos franceses é a razão de ser da nossa diplomacia, esta exigência é visceral e devemos responder a ela sem esmorecer", lançou o chefe de Estado.
Estabelecendo "três eixos fortes" - a segurança, a independência e a influência da França -, Macron ressaltou sua vontade de ver uma França "retomando sua posição entre as nações" e "capaz de se fazer ouvir".
Desde sua chegada ao poder em maio, o presidente se fez notar no cenário internacional com declarações que seduziram, ou irritaram, mas esta foi a primeira vez que desenhou os contornos de sua doutrina externa.
"A luta contra o terrorismo islamita é a primeira prioridade de nossa política externa. Sim, eu falo de um terrorismo islamita e assumo perfeitamente o emprego deste adjetivo", declarou.
"O Daesh (acrônimo em árabe do grupo Estado Islâmico) é nosso inimigo", ressaltou Macron, acrescentando que "o retorno da paz e da estabilidade no Iraque e na Síria é uma prioridade vital para a França".
Macron, que havia chocado a oposição síria em junho ao dizer que não enxergava um sucessor legítimo ao presidente Bashar al-Assad, assegurou que "a reconstituição de um Estado de direito na Síria deve ser acompanhada pela justiça aos crimes cometidos, principalmente pelas autoridades".
Sobre outros países onde a França está engajada nessa luta, Macron anunciou a nomeação de um enviado especial para o Sahel e a organização de uma reunião no final de setembro sobre a Líbia, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Sobre o Oriente Médio em geral, o chefe de Estado francês se recusou a escolher entre os dois rivais regionais, a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita, e reafirmou o compromisso da França com o acordo nuclear de 2015 com Teerã.
A respeito da Europa, ele assegurou que Paris irá propor reformas após as eleições alemães. O presidente voltou a defender uma "refundação" do bloco "em vários formatos".
Segundo Macron, o Brexit mostra que "quando a Europa não passa de um mercado, ela é rejeitada".
"Isso nos obriga a sermos mais inovadores: devemos pensar em uma Europa em vários formatos, ir além com aqueles que querem avançar, sem sermos travados pelos Estados que desejam avançar menos rapidamente, ou menos longe", acrescentou.
Sobre a mudança climática, enfim, Macron confirmou a realização de uma conferência internacional na capital francesa em 12 de dezembro e anunciou que trabalhará na ONU por um "pacto mundial" sobre o meio ambiente, sem dar mais detalhes.
bur-cf/thm/bds/mr/tt
"Uma ditadura tenta se perpetuar a um preço humanitário sem precedentes e radicalizações ideológicas preocupantes", afirmou Macron em seu primeiro discurso de política externa diante de diplomatas franceses.
"Desejo discutir com os governos da América Latina e da Europa maneiras de evitar novas escaladas, incluindo regionais", acrescentou o jovem presidente centrista, de 39 anos.
Diante de mais de 150 embaixadores franceses reunidos no Palácio do Eliseu, Macron colocou a luta contra o terrorismo no centro da diplomacia francesa e assegurou que devolverá a uma França "independente" sua posição no mundo.
"A segurança dos franceses é a razão de ser da nossa diplomacia, esta exigência é visceral e devemos responder a ela sem esmorecer", lançou o chefe de Estado.
Estabelecendo "três eixos fortes" - a segurança, a independência e a influência da França -, Macron ressaltou sua vontade de ver uma França "retomando sua posição entre as nações" e "capaz de se fazer ouvir".
Desde sua chegada ao poder em maio, o presidente se fez notar no cenário internacional com declarações que seduziram, ou irritaram, mas esta foi a primeira vez que desenhou os contornos de sua doutrina externa.
"A luta contra o terrorismo islamita é a primeira prioridade de nossa política externa. Sim, eu falo de um terrorismo islamita e assumo perfeitamente o emprego deste adjetivo", declarou.
"O Daesh (acrônimo em árabe do grupo Estado Islâmico) é nosso inimigo", ressaltou Macron, acrescentando que "o retorno da paz e da estabilidade no Iraque e na Síria é uma prioridade vital para a França".
Macron, que havia chocado a oposição síria em junho ao dizer que não enxergava um sucessor legítimo ao presidente Bashar al-Assad, assegurou que "a reconstituição de um Estado de direito na Síria deve ser acompanhada pela justiça aos crimes cometidos, principalmente pelas autoridades".
Sobre outros países onde a França está engajada nessa luta, Macron anunciou a nomeação de um enviado especial para o Sahel e a organização de uma reunião no final de setembro sobre a Líbia, à margem da Assembleia Geral das Nações Unidas.
Sobre o Oriente Médio em geral, o chefe de Estado francês se recusou a escolher entre os dois rivais regionais, a Arábia Saudita sunita e o Irã xiita, e reafirmou o compromisso da França com o acordo nuclear de 2015 com Teerã.
A respeito da Europa, ele assegurou que Paris irá propor reformas após as eleições alemães. O presidente voltou a defender uma "refundação" do bloco "em vários formatos".
Segundo Macron, o Brexit mostra que "quando a Europa não passa de um mercado, ela é rejeitada".
"Isso nos obriga a sermos mais inovadores: devemos pensar em uma Europa em vários formatos, ir além com aqueles que querem avançar, sem sermos travados pelos Estados que desejam avançar menos rapidamente, ou menos longe", acrescentou.
Sobre a mudança climática, enfim, Macron confirmou a realização de uma conferência internacional na capital francesa em 12 de dezembro e anunciou que trabalhará na ONU por um "pacto mundial" sobre o meio ambiente, sem dar mais detalhes.
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