México recebe reunião de negociação do Nafta, entre ameaças de Trump
México, 31 Ago 2017 (AFP) - O México recebe, a partir desta sexta-feira (1º), a segunda rodada de renegociação do Acordo de Livre-Comércio da América do Norte (Nafta), em meio a ameaças do presidente americano, Donald Trump, de se retirar do acordo.
Representantes de México, Estados Unidos e Canadá vão-se reunir na capital mexicana de 1º a 5 de setembro, após uma primeira rodada que aconteceu em Washington, entre 16 e 20 de agosto. Nela, os três países abordaram mais de 20 temas, os quais se comprometeram a discutir em breve.
O México espera que as negociações - estimadas para acabar até o fim deste ano - levem a um acordo benéfico, apesar das ameaças de Trump.
"O cenário básico é encontrarem pontos em comum e fazerem pequenas mudanças no acordo, que dificilmente afetam as relações comerciais em bloco", disse à AFP Neil Shearing, economista da agência britânica Capital Economics.
Depois de qualificar o Nafta como o pior acordo já assinado pelo país, Trump ameaçou, em pronunciamentos feitos nas últimas semanas e pelo Twitter, deixar o tratado, referindo-se à dificuldade das negociações e ao déficit comercial de mais de 64 bilhões de dólares dos Estados Unidos com o México.
Essas ameaças perderam, porém, a força que tinham no começo da administração Trump.
O governo mexicano disse que não vai negociar o acordo pelas redes sociais, e o chanceler Luis Videgaray definiu as ameaças como o estilo peculiar de Trump de fazer negócios.
"A vantagem e o poder que os Estados Unidos têm no contexto do Nafta é, talvez, um pouco menor do que a administração Trump acha", disse a jornalistas o economista-chefe do Scotiabank, Jean-François Perrault.
Perrault ressaltou a dependência dos Estados Unidos de seus sócios: 14 milhões de empregos no país dependem do intercâmbio com México e Canadá.
Além disso, há uma forte pressão de parte da iniciativa privada americana para manter o pacto.
"Houve sinais para Trump de diversos grupos fazendo chegar sua voz de que é prejudicial para os Estados Unidos deixar o acordo", disse à AFP o economista-chefe do BBVA Bancomer, Carlos Serrano.
Ao mesmo tempo, a economia mexicana tem demonstrado boa resistência às ameaças de Trump e cresceu 3% anual no segundo trimestre de 2017.
Na quarta-feira, o Banco do México elevou seu prognóstico de crescimento da economia mexicana neste ano para a faixa de 2% a 2,5%, ante os 1,5% a 2,5% anteriores.
- Plano B -O governo mexicano considera, porém, que a possibilidade de um Nafta sem os Estados Unidos é real. Por isso, desde o início, considera um plano B.
Parte da via alternativa inclui a diversificação comercial para diminuir a forte dependência dos Estados Unidos, destino de 80% das exportações mexicanas.
Os especialistas também conhecem esse risco.
"Ele pode nos surpreender. O Trump tem essa 'prerrogativa executiva' (de abandonar o acordo)", disse à AFP Alejandro Luna, sócio do escritório Santamarina & Steta.
Se Trump decidir deixar o Nafta, entrariam em vigor as tarifas aduaneiras de cada país, seguindo normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O Scotiabank indica que, nesse caso, os bens americanos enfrentariam taxas maiores no México do que os produtos do país latino nos Estados Unidos.
Luna espera uma rodada complicada de negociações, que vão continuar no fim de setembro em Ottawa, no Canadá, e depois novamente em Washington, em outubro.
Entre os temas mais espinhosos, estão a proposta americana de eliminar o mecanismo para solução de controvérsias do tratado e o endurecimento das regras de origem, requerendo, por exemplo, que certo percentual das autopeças seja fabricado nos Estados Unidos, para evitar a sobretaxa.
Também preocupa a insistência em reduzir o déficit comercial porque, para os especialistas, este resultado obedece a fatores estruturais da economia americana que não podem ser resolvidos em uma negociação como essa.
Representantes de México, Estados Unidos e Canadá vão-se reunir na capital mexicana de 1º a 5 de setembro, após uma primeira rodada que aconteceu em Washington, entre 16 e 20 de agosto. Nela, os três países abordaram mais de 20 temas, os quais se comprometeram a discutir em breve.
O México espera que as negociações - estimadas para acabar até o fim deste ano - levem a um acordo benéfico, apesar das ameaças de Trump.
"O cenário básico é encontrarem pontos em comum e fazerem pequenas mudanças no acordo, que dificilmente afetam as relações comerciais em bloco", disse à AFP Neil Shearing, economista da agência britânica Capital Economics.
Depois de qualificar o Nafta como o pior acordo já assinado pelo país, Trump ameaçou, em pronunciamentos feitos nas últimas semanas e pelo Twitter, deixar o tratado, referindo-se à dificuldade das negociações e ao déficit comercial de mais de 64 bilhões de dólares dos Estados Unidos com o México.
Essas ameaças perderam, porém, a força que tinham no começo da administração Trump.
O governo mexicano disse que não vai negociar o acordo pelas redes sociais, e o chanceler Luis Videgaray definiu as ameaças como o estilo peculiar de Trump de fazer negócios.
"A vantagem e o poder que os Estados Unidos têm no contexto do Nafta é, talvez, um pouco menor do que a administração Trump acha", disse a jornalistas o economista-chefe do Scotiabank, Jean-François Perrault.
Perrault ressaltou a dependência dos Estados Unidos de seus sócios: 14 milhões de empregos no país dependem do intercâmbio com México e Canadá.
Além disso, há uma forte pressão de parte da iniciativa privada americana para manter o pacto.
"Houve sinais para Trump de diversos grupos fazendo chegar sua voz de que é prejudicial para os Estados Unidos deixar o acordo", disse à AFP o economista-chefe do BBVA Bancomer, Carlos Serrano.
Ao mesmo tempo, a economia mexicana tem demonstrado boa resistência às ameaças de Trump e cresceu 3% anual no segundo trimestre de 2017.
Na quarta-feira, o Banco do México elevou seu prognóstico de crescimento da economia mexicana neste ano para a faixa de 2% a 2,5%, ante os 1,5% a 2,5% anteriores.
- Plano B -O governo mexicano considera, porém, que a possibilidade de um Nafta sem os Estados Unidos é real. Por isso, desde o início, considera um plano B.
Parte da via alternativa inclui a diversificação comercial para diminuir a forte dependência dos Estados Unidos, destino de 80% das exportações mexicanas.
Os especialistas também conhecem esse risco.
"Ele pode nos surpreender. O Trump tem essa 'prerrogativa executiva' (de abandonar o acordo)", disse à AFP Alejandro Luna, sócio do escritório Santamarina & Steta.
Se Trump decidir deixar o Nafta, entrariam em vigor as tarifas aduaneiras de cada país, seguindo normas da Organização Mundial do Comércio (OMC).
O Scotiabank indica que, nesse caso, os bens americanos enfrentariam taxas maiores no México do que os produtos do país latino nos Estados Unidos.
Luna espera uma rodada complicada de negociações, que vão continuar no fim de setembro em Ottawa, no Canadá, e depois novamente em Washington, em outubro.
Entre os temas mais espinhosos, estão a proposta americana de eliminar o mecanismo para solução de controvérsias do tratado e o endurecimento das regras de origem, requerendo, por exemplo, que certo percentual das autopeças seja fabricado nos Estados Unidos, para evitar a sobretaxa.
Também preocupa a insistência em reduzir o déficit comercial porque, para os especialistas, este resultado obedece a fatores estruturais da economia americana que não podem ser resolvidos em uma negociação como essa.
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