Negociações do Brexit ficam estagnadas na 'fatura' de Londres
Bruxelas, 31 Ago 2017 (AFP) - As negociações do Brexit se transformaram, nesta quinta-feira, em um diálogo de surdos, em que União Europeia e Reino Unido se acusam mutuamente pela escassez de avanços, sobretudo em um dos temas mais espinhosos: o pagamento da fatura do divórcio.
Europeus e britânicos concluíram, em Bruxelas, a terceira rodada de negociações, iniciada nesta segunda-feira com um clima já tenso: a UE pediu a Londres para começar a "negociar de forma séria".
"Nesta semana, contribuímos com esclarecimentos úteis sobre muitos pontos", disse à imprensa o negociador-chefe do bloco, Michel Barnier, na sede da Comissão europeia.
Ele citou como exemplo as negociações "frutíferas" sobre o futuro da fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte.
"Mas não há nenhum progresso decisivo sobre os temas principais" do divórcio, apontou Barnier, destacando que as dificuldades sobre a conta do Brexit que deve ser paga por Londres continuam.
- Mais 'flexível' -Londres está impaciente para poder abordar seus acordos comerciais com a UE no pós-Brexit, mas, segundo Barnier, "estamos longe de notar progressos suficientes para poder recomendar ao Conselho europeu (os dirigentes dos 27 países) que iniciem as negociações sobre a futura relação com o Reino Unido".
A seu lado, seu homólogo britânico, David Davis, tentou ser menos negativo.
"Tivemos alguns progressos concretos", disse, mas lamentou o que "o enfoque britânico seja significativamente mais flexível e pragmático" que o da UE.
Os 27 países que vão continuar na UE fixaram três prioridades absolutas: a conta que o Reino Unido deve pagar, o futuro dos cidadãos europeus em território britânico e a fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte.
Apenas quando tiverem conquistado "progressos suficientes" nestes âmbitos, os 27 vão aceitar debater, numa segunda fase de negociações, o futuro da relação comercial com o Reino Unido.
Londres apresentou pela primeira vez nesta semana sua análise jurídica da fatura que deverá pagar ao abandonar a UE, para respeitar compromissos já adquiridos, especialmente no âmbito dos orçamentos europeus.
"Ainda há divergências a superar", admitiu Davis. "Temos um dever com os nossos contribuintes", afirmou.
Para os europeus, a fatura que o Reino Unido deve pagar oscila entre 60 bilhões e 100 bilhões de euros. Para a imprensa britânica, contudo, Londres estaria disposta a pagar até 40 bilhões.
- Blair na Comissão -"Deve ficar totalmente claro que não vamos começar nenhuma negociação sobre novas relações, especialmente econômicas e comerciais, entre Reino Unido e Europa, antes que se resolvam todos os temas relativos ao artigo 50, ou seja, o divórcio", lembrou nesta terça-feira o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.
"Li com muita atenção os documentos apresentados pelo governo de Sua Majestade: nenhum é realmente satisfatório, portanto ainda temos muito a resolver", advertiu.
Ao fim desta terceira rodada de negociações, Juncker recebeu nesta quinta-feira o ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, contrário ao Brexit. "Não há nenhum complô", garantiu um porta-voz do executivo europeu.
Europeus e britânicos concluíram, em Bruxelas, a terceira rodada de negociações, iniciada nesta segunda-feira com um clima já tenso: a UE pediu a Londres para começar a "negociar de forma séria".
"Nesta semana, contribuímos com esclarecimentos úteis sobre muitos pontos", disse à imprensa o negociador-chefe do bloco, Michel Barnier, na sede da Comissão europeia.
Ele citou como exemplo as negociações "frutíferas" sobre o futuro da fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte.
"Mas não há nenhum progresso decisivo sobre os temas principais" do divórcio, apontou Barnier, destacando que as dificuldades sobre a conta do Brexit que deve ser paga por Londres continuam.
- Mais 'flexível' -Londres está impaciente para poder abordar seus acordos comerciais com a UE no pós-Brexit, mas, segundo Barnier, "estamos longe de notar progressos suficientes para poder recomendar ao Conselho europeu (os dirigentes dos 27 países) que iniciem as negociações sobre a futura relação com o Reino Unido".
A seu lado, seu homólogo britânico, David Davis, tentou ser menos negativo.
"Tivemos alguns progressos concretos", disse, mas lamentou o que "o enfoque britânico seja significativamente mais flexível e pragmático" que o da UE.
Os 27 países que vão continuar na UE fixaram três prioridades absolutas: a conta que o Reino Unido deve pagar, o futuro dos cidadãos europeus em território britânico e a fronteira entre Irlanda e Irlanda do Norte.
Apenas quando tiverem conquistado "progressos suficientes" nestes âmbitos, os 27 vão aceitar debater, numa segunda fase de negociações, o futuro da relação comercial com o Reino Unido.
Londres apresentou pela primeira vez nesta semana sua análise jurídica da fatura que deverá pagar ao abandonar a UE, para respeitar compromissos já adquiridos, especialmente no âmbito dos orçamentos europeus.
"Ainda há divergências a superar", admitiu Davis. "Temos um dever com os nossos contribuintes", afirmou.
Para os europeus, a fatura que o Reino Unido deve pagar oscila entre 60 bilhões e 100 bilhões de euros. Para a imprensa britânica, contudo, Londres estaria disposta a pagar até 40 bilhões.
- Blair na Comissão -"Deve ficar totalmente claro que não vamos começar nenhuma negociação sobre novas relações, especialmente econômicas e comerciais, entre Reino Unido e Europa, antes que se resolvam todos os temas relativos ao artigo 50, ou seja, o divórcio", lembrou nesta terça-feira o presidente da Comissão, Jean-Claude Juncker.
"Li com muita atenção os documentos apresentados pelo governo de Sua Majestade: nenhum é realmente satisfatório, portanto ainda temos muito a resolver", advertiu.
Ao fim desta terceira rodada de negociações, Juncker recebeu nesta quinta-feira o ex-primeiro-ministro britânico, Tony Blair, contrário ao Brexit. "Não há nenhum complô", garantiu um porta-voz do executivo europeu.
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