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Avião da Lufhtansa sequestrado há 40 anos volta à Alemanha

23/09/2017 12h58

Friedrichshafen, Alemanha, 23 Set 2017 (AFP) - O Landshut, o avião sequestrado em 1977 em nome da Facção do Exercito Vermelho (RAF) e abandonado no Brasil durante uma década, chegou à Alemanha neste sábado para se transformar em peça de museu e símbolo da resistência ante o terrorismo.

O chamado "Outono alemão", um período sangrento de atentados da extrema-esquerda na Alemanha, terminou quando o voo 181 da Lufthansa foi sequestrado em 13 de outubro de 1977 por um comando da Frente Popular de Libertação da Palestina (FPLP), que pedia a liberdade de membros da RAF, mais conhecido como o grupo Andreas Baader.

Com 86 passageiros e cinco tripulantes a bordo, o voo 181, que decolou de Palma de Mallorca (Espanha) com destino a Frankfurt, foi forçado a fazer cinco paradas em cinco países diferentes.

A jornada terminou no aeroporto de Mogadíscio, na Somália, com o assalto das forças de elite alemãs. Três sequestradores morreram, assim como o piloto do avião.

Após a tragédia, a aeronave permaneceu em serviço, passando por várias companhias aéreas, depois de ser vendida pela Lufthansa em 1985.

A última companhia foi a cearense TAF, que comprou o avião em 2002, sem ter ideia do seu valor histórico. Por dez anos, esteve estacionado na pista do aeroporto de Fortaleza.

Para recordar os quarenta anos do sequestro, a Alemanha decidiu adquirir e repatriar o "Landschut", de aproximadamente 8,5 toneladas, para exibi-lo em um museu aeronáutico.

O desmonte completo, realizado por uma equipe de engenheiros alemães enviados especialmente para a missão, durou várias semanas e ele foi repatriado a bordo de um avião de carga russo Antonov 225, o maior do mundo.

Centenas de pessoas acompanharam a chegada do aparelho a Friedrichshafen, às margens do lago Constanza, entre elas um dos policiais alemães que libertou o reféns, Aribert Martin.

"Este é símbolo vivo de uma sociedade livre que rejeita ceder ao medo e ao terror", explicou o chanceler alemão Sigmar Gabriel, que aprovou a compra da aeronave por 20.000 euros.

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