Macron propõe criação de força militar europeia até 2020
Paris, 26 Set 2017 (AFP) - O presidente francês, Emmanuel Macron, propôs nesta terça-feira a criação de uma força militar europeia até 2020, em um discurso no qual defendeu uma "profunda transformação" da União Europeia.
A Europa é "muito fraca, muito lenta, muito ineficaz", criticou Macron em seu discurso na Universidade Paris-Sorbonne. "Mas somente a Europa pode nos dar a capacidade de agir no mundo diante dos grandes desafios contemporâneos".
O presidente francês defendeu, entre outras medidas, a criação de uma força militar europeia até 2020, com um orçamento de Defesa e "uma doutrina comum" para agir, e advogou por instaurar uma agência comunitária de abrigo para lidar com a atual crise migratória.
No âmbito econômico, voltou a propor que a zona do euro tenha um ministro das Finanças, um orçamento e um Parlamento, e pediu uma nova taxa europeia contra os gigantes tecnológicos como Facebook e Apple, acusados de pagar poucos impostos por suas atividades na Europa.
Apresentou, inclusive, a possibilidade de modificar a Política Agrícola Comum (PAC), enorme programa de subsídios para o setor, que a França e seu poderoso lobby agrícola sempre defenderam.
- Alemanha -Macron espera que a chanceler alemã, Angela Merkel, apoie a sua agenda reformista, mas seus planos poderiam ser prejudicados pelos resultados das eleições de domingo na Alemanha.
A dirigente conservadora deverá formar um governo de coalizão que provavelmente incluirá o partido liberal FDP cujo líder, Christian Lindner, se mostrou nos últimos meses muito crítico às propostas europeias de Macron e qualificou de "linha vermelha" a criação de um orçamento da zona do euro.
Junto com o Brexit e as eleições alemãs, as propostas de Macron provavelmente ocuparão um lugar de destaque na agenda da cúpula que os 28 países celebrarão na quinta-feira na Estônia.
A cooperação com a Alemanha é essencial, embora Macron também deva convencer o resto de seus sócios europeus.
Responsáveis franceses consideram que este é um bom momento para intervir no debate alemão, antes de formar uma coalizão e que esta estabeleça o seu roteiro para os próximos quatro anos.
"É uma oportunidade que não podemos deixar passar", assegurou um responsável da Presidência francesa nesta segunda-feira.
- Exasperação alemã? -De Berlim, as partes mais delicadas das propostas de Macron são observadas com muita atenção, entre elas o seu desejo de criar um orçamento comum para a zona do euro, que teria a Alemanha como um de seus maiores contribuintes.
O presidente francês propôs a criação de um imposto para financiar este orçamento.
Após a eleição de Macron em maio, Merkel pareceu disposta a debater a criação de um pequeno orçamento comum, mas o FDP se opõe firmemente que a Alemanha gaste mais dinheiro para ajudar países da zona do euro com dificuldades como a Grécia.
As declarações anteriores do presidente francês a favor da instauração de "eurobônus" também são um tema sensível na Alemanha.
"O debate lançado pelo presidente francês é acompanhado com certa exasperação no gabinete da chanceler", escreveu o jornal conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung neste fim de semana.
"Fala de soluções antes que esta questão tenha sido debatida corretamente", acrescentou o periódico, que acusou Macron de "começar a casa pelo telhado".
bur-kjl/adp/ach/gm/mb/cb
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A Europa é "muito fraca, muito lenta, muito ineficaz", criticou Macron em seu discurso na Universidade Paris-Sorbonne. "Mas somente a Europa pode nos dar a capacidade de agir no mundo diante dos grandes desafios contemporâneos".
O presidente francês defendeu, entre outras medidas, a criação de uma força militar europeia até 2020, com um orçamento de Defesa e "uma doutrina comum" para agir, e advogou por instaurar uma agência comunitária de abrigo para lidar com a atual crise migratória.
No âmbito econômico, voltou a propor que a zona do euro tenha um ministro das Finanças, um orçamento e um Parlamento, e pediu uma nova taxa europeia contra os gigantes tecnológicos como Facebook e Apple, acusados de pagar poucos impostos por suas atividades na Europa.
Apresentou, inclusive, a possibilidade de modificar a Política Agrícola Comum (PAC), enorme programa de subsídios para o setor, que a França e seu poderoso lobby agrícola sempre defenderam.
- Alemanha -Macron espera que a chanceler alemã, Angela Merkel, apoie a sua agenda reformista, mas seus planos poderiam ser prejudicados pelos resultados das eleições de domingo na Alemanha.
A dirigente conservadora deverá formar um governo de coalizão que provavelmente incluirá o partido liberal FDP cujo líder, Christian Lindner, se mostrou nos últimos meses muito crítico às propostas europeias de Macron e qualificou de "linha vermelha" a criação de um orçamento da zona do euro.
Junto com o Brexit e as eleições alemãs, as propostas de Macron provavelmente ocuparão um lugar de destaque na agenda da cúpula que os 28 países celebrarão na quinta-feira na Estônia.
A cooperação com a Alemanha é essencial, embora Macron também deva convencer o resto de seus sócios europeus.
Responsáveis franceses consideram que este é um bom momento para intervir no debate alemão, antes de formar uma coalizão e que esta estabeleça o seu roteiro para os próximos quatro anos.
"É uma oportunidade que não podemos deixar passar", assegurou um responsável da Presidência francesa nesta segunda-feira.
- Exasperação alemã? -De Berlim, as partes mais delicadas das propostas de Macron são observadas com muita atenção, entre elas o seu desejo de criar um orçamento comum para a zona do euro, que teria a Alemanha como um de seus maiores contribuintes.
O presidente francês propôs a criação de um imposto para financiar este orçamento.
Após a eleição de Macron em maio, Merkel pareceu disposta a debater a criação de um pequeno orçamento comum, mas o FDP se opõe firmemente que a Alemanha gaste mais dinheiro para ajudar países da zona do euro com dificuldades como a Grécia.
As declarações anteriores do presidente francês a favor da instauração de "eurobônus" também são um tema sensível na Alemanha.
"O debate lançado pelo presidente francês é acompanhado com certa exasperação no gabinete da chanceler", escreveu o jornal conservador Frankfurter Allgemeine Zeitung neste fim de semana.
"Fala de soluções antes que esta questão tenha sido debatida corretamente", acrescentou o periódico, que acusou Macron de "começar a casa pelo telhado".
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