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WhatsApp instável na China antes de congresso do Partido Comunista

26/09/2017 17h04

Pequim, 26 Set 2017 (AFP) - O serviço de mensagens instantâneas WhatsApp está muito instável na China, onde as autoridades aumentam o controle da Internet e das redes sociais antes do congresso, em outubro, do Partido Comunista.

Desde o fim de semana, inúmeros usuários deste aplicativo notaram interrupções nas comunicações.

Segundo o Open Observatory of Network Interference, ONG internacional especializada em detectar censura, a China começou a bloquear WhatsApp no domingo.

Nesta terça-feira de manhã, o aplicativo podia ser usado para enviar mensagens de texto ou iniciar conversas por telefone e vídeo, mas não era possível enviar mensagens de voz ou fotos.

A empresa, contactada na Califórnia pela AFP, não quis fazer comentários.

"Tem todas as características de um bloqueio preventivo antes do Congresso", já que as autoridades endurecem a vigilância das comunicações e da Internet antes de um evento político considerado sensível, explicou à AFP Jason Ng, pesquisador da Universidade de Toronto e especialista em temas de censura na China.

No país, o acesso a redes sociais como Facebook e Twitter, YouTube, Google e diversos meios ocidentais também está bloqueado.

Até o momento, o WhatsApp não foi totalmente proibido, mas o seu sistema criptografado, que complica a vigilância exterior, poderia explicar a rigidez das autoridades chinesas.

Esta é uma das principais diferenças em relação ao aplicativo de mensagens instantâneas WeChat, mais popular na China. O serviço é operado pelo gigante chinês da Internet Tencent, que se submete às exigência de censura.

Neste mês o WeChat fez uma emenda em suas condições de uso advertindo que "conservaria e comunicaria" os dados de seus usuários "em conformidade com as leis e regulamentação em vigor".

Mas o recente bloqueio do WhatsApp também afeta os empresários estabelecidos na China.

"Gmail, Facebook e Viber já estavam bloqueados, e agora o WhatsApp? Sem boas ferramentas de mensagens a eficiência do nosso comércio internacional será reduzida", lamentou um blogueiro da plataforma chinesa Weibo.

Este último endurecimento regulamentar ocorre após a adoção em junho de uma lei de cibersegurança. O texto impõe às companhias que armazenem os dados de seus usuários em território chinês, disposição que inquieta as câmaras de comércio ocidentais.

Para operar na China, alguns grupos estrangeiros do setor da tecnologia aceitam se adaptar às exigências de Pequim. Assim, a Apple eliminou em junho de seu "App Store" chinês os aplicativos VPN, que permitem evitar o bloqueio da Internet no país.

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