À revelia, ex-premiê da Tailândia é condenada a 5 anos de prisão
Bangcoc, 27 Set 2017 (AFP) - A ex-primeira-ministra tailandesa Yingluck Shinawatra, foragida desde agosto para evitar um julgamento que considera político, foi condenada a cinco anos de prisão nesta quarta-feira (27), à revelia - anunciou um juiz do Supremo Tribunal.
"O tribunal considerou a acusada culpada e a condenou a cinco anos de prisão", afirmou o juiz.
Shinawatra, cujo governo foi derrubado em 2014 por uma junta militar, está em paradeiro desconhecido desde 25 de agosto, dia em que deveria ter comparecido ao Supremo Tribunal para ouvir a sentença de seu julgamento por "negligência", relacionado a um programa de subsídios concedidos aos produtores de arroz.
A ex-premier recebeu uma pena mais leve do que os outros dois acusados, que receberam sentenças duras, sobretudo, o ex-ministro do Comércio Boonsong Teriyapirom, condenado a 42 anos de prisão.
Shinawatra "deveria ter estabelecido regras eficazes para evitar as perdas", afirmaram os juízes na sentença.
"Não tomou tais precauções e provocou enormes perdas para os agricultores, o orçamento do Estado, o Ministério das Finanças, o país e o povo", completou o tribunal, antes de indicar que o programa de subsídios estava salpicado de "corrupção em cada etapa".
A condenação torna pouco provável um retorno da ex-primeira-ministra, ao menos enquanto a junta militar, que não parece disposta a ceder o poder a um governo civil, permanecer à frente do país.
Desde o fim de agosto, os militares negam quase diariamente que entraram em um acordo com Shinawatra para organizar sua fuga e ter, assim, o caminho livre para mudar o panorama político a sua vontade.
A imprensa tailandesa e vários analistas insistem, porém, em que a junta tem um interesse no exílio da ex-chefe de Governo.
"Ao permitir que Yingluck abandonasse a Tailândia, os militares se livraram de um peso. A detenção a teria transformado em mártir", explica o cientista político americano Paul Chambers, especializado em Tailândia.
A condenação à revelia deve dissuadir Shinawatra de retornar à Tailândia para seguir com sua luta política.
De acordo com fontes de seu partido e da junta militar, ela teria se reunido em Dubai com o irmão Thaksin, que também já foi primeiro-ministro, à espera de uma mudança para o Reino Unido.
Depois de ter prometido fazer revelações sobre o paradeiro de Yingluck Shinawatra após o anúncio da sentença do Supremo, hoje, a junta disse apenas que ela está no exterior.
"Não me procura desde o mês passado", afirmou o advogado da ex-primeira-ministra, Norawit Lalaeng.
"Queremos Yingluck", gritavam centenas de partidários reunidos diante do Supremo Tribunal nesta quarta.
Os Shinawatra venceram todas as eleições nacionais desde 2001, mas as elites tradicionais, militares e juízes, que os consideravam uma ameaça para a realeza, derrubaram todos os governos com golpes de Estado.
tp-tib-dth/gm.
"O tribunal considerou a acusada culpada e a condenou a cinco anos de prisão", afirmou o juiz.
Shinawatra, cujo governo foi derrubado em 2014 por uma junta militar, está em paradeiro desconhecido desde 25 de agosto, dia em que deveria ter comparecido ao Supremo Tribunal para ouvir a sentença de seu julgamento por "negligência", relacionado a um programa de subsídios concedidos aos produtores de arroz.
A ex-premier recebeu uma pena mais leve do que os outros dois acusados, que receberam sentenças duras, sobretudo, o ex-ministro do Comércio Boonsong Teriyapirom, condenado a 42 anos de prisão.
Shinawatra "deveria ter estabelecido regras eficazes para evitar as perdas", afirmaram os juízes na sentença.
"Não tomou tais precauções e provocou enormes perdas para os agricultores, o orçamento do Estado, o Ministério das Finanças, o país e o povo", completou o tribunal, antes de indicar que o programa de subsídios estava salpicado de "corrupção em cada etapa".
A condenação torna pouco provável um retorno da ex-primeira-ministra, ao menos enquanto a junta militar, que não parece disposta a ceder o poder a um governo civil, permanecer à frente do país.
Desde o fim de agosto, os militares negam quase diariamente que entraram em um acordo com Shinawatra para organizar sua fuga e ter, assim, o caminho livre para mudar o panorama político a sua vontade.
A imprensa tailandesa e vários analistas insistem, porém, em que a junta tem um interesse no exílio da ex-chefe de Governo.
"Ao permitir que Yingluck abandonasse a Tailândia, os militares se livraram de um peso. A detenção a teria transformado em mártir", explica o cientista político americano Paul Chambers, especializado em Tailândia.
A condenação à revelia deve dissuadir Shinawatra de retornar à Tailândia para seguir com sua luta política.
De acordo com fontes de seu partido e da junta militar, ela teria se reunido em Dubai com o irmão Thaksin, que também já foi primeiro-ministro, à espera de uma mudança para o Reino Unido.
Depois de ter prometido fazer revelações sobre o paradeiro de Yingluck Shinawatra após o anúncio da sentença do Supremo, hoje, a junta disse apenas que ela está no exterior.
"Não me procura desde o mês passado", afirmou o advogado da ex-primeira-ministra, Norawit Lalaeng.
"Queremos Yingluck", gritavam centenas de partidários reunidos diante do Supremo Tribunal nesta quarta.
Os Shinawatra venceram todas as eleições nacionais desde 2001, mas as elites tradicionais, militares e juízes, que os consideravam uma ameaça para a realeza, derrubaram todos os governos com golpes de Estado.
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