Delegação do governo sírio chega a Genebra para negociações de paz
Genebra, 29 Nov 2017 (AFP) - A delegação oficial do governo sírio desembarcou nesta quarta-feira (29) em Genebra, com 24 horas de atraso, para participar das negociações de paz patrocinadas pela ONU, nas quais se nega a discutir o futuro do presidente Bashar al-Assad.
Fortalecido por suas vitórias militares, o governo sírio atrasou sua vinda em protesto, depois que a oposição voltou a exigir a partida do presidente como condição prévia para qualquer negociação.
Finalmente, a Rússia - aliado militar e política da Síria - convenceu o governo a participar das discussões.
Ontem, Moscou anunciou que a Síria aceitou estabelecer um cessar-fogo em Guta Oriental, região rebelde próxima a Damasco onde um acordo de distensão já havia sido instaurado.
Nesta quarta, o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, visitará o hotel da delegação síria, liderada pelo embaixador de Damasco nas Nações Unidas, Bashar al-Jaafari.
Depois, De Mistura e a delegação síria se reúnem na sede da ONU, o Palácio das Nações.
No encontro, a delegação vai reafirmar sua rejeição categórica a qualquer discussão sobre o futuro de Assad, relatou uma autoridade síria.
No dia anterior, De Mistura, que já organizou - sem sucesso - sete ciclos de negociações em Genebra desde 2016, manteve seu programa e abriu o oitavo ciclo com um encontro com a delegação da oposição síria.
Desta vez, De Mistura espera dar um novo impulso às negociações graças à participação, pela primeira vez, de uma delegação única da oposição síria, que inclui todas as tendências, mesmo as mais moderadas, toleradas por Damasco.
- Velhos fantasmas -Em setembro, De Mistura pediu que a oposição síria fosse "muito realista para entender que não ganhou a guerra", o que significa não estabelecer a saída do chefe de Estado como pré-condição.
Especialmente agora, o governo de Damasco não parece disposto a ceder nas negociações.
O enviado da ONU reiterou na segunda-feira que não aceitaria "quaisquer condições prévias de nenhuma das partes". Seus objetivos para esta oitava rodada de negociações são a redação de uma nova Constituição e a organização de eleições patrocinadas pela ONU.
"Esperamos que a oposição seja pragmática e flexível" em relação ao futuro político de Assad, declarou um diplomata europeu que acompanha as negociações.
Diante de uma ONU impotente e de um governo americano fechado em si mesmo desde a eleição de Donald Trump, o presidente russo, Vladimir Putin, multiplicou com sucesso as iniciativas diplomáticas e militares relativas ao conflito sírio.
Com a ajuda do Irã, outro parceiro de Damasco, e da Turquia, que apoia os rebeldes, Putin organizou sete encontros entre a oposição e o governo em Astana, capital do Cazaquistão.
Como resultado, foram criadas quatro zonas de "distensão" na Síria.
O presidente russo também anunciou que, em breve, um "Congresso do Diálogo Nacional" será realizado na Rússia com todos os atores do conflito sírio.
Como bom estrategista, Putin sabe, no entanto, que não poderá impor sua solução sem o apoio da ONU e, por essa razão, já salientou que este congresso deve servir de estímulo para o processo de Genebra.
"Acredito que tenha algumas cartas na mão, mas não todas", declarou o diplomata europeu, referindo-se aos russos.
"Apenas Genebra é legítima e apenas Genebra desbloqueará a ajuda internacional necessária para reerguer a Síria", acrescentou.
Nesse sentido, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, declarou que as negociações de Genebra "são a única base possível para a reconstrução do país e para a implementação de uma solução política que não dê qualquer papel ao regime de Assad".
De Mistura estimou em 250 bilhões de dólares o custo para a reconstrução da Síria, devastada após mais de seis anos de conflito, que causou mais de 340 mil mortes e deixou milhões de deslocados.
gca-lal/apo/zm/mb/mr/tt
Fortalecido por suas vitórias militares, o governo sírio atrasou sua vinda em protesto, depois que a oposição voltou a exigir a partida do presidente como condição prévia para qualquer negociação.
Finalmente, a Rússia - aliado militar e política da Síria - convenceu o governo a participar das discussões.
Ontem, Moscou anunciou que a Síria aceitou estabelecer um cessar-fogo em Guta Oriental, região rebelde próxima a Damasco onde um acordo de distensão já havia sido instaurado.
Nesta quarta, o enviado especial da ONU, Staffan de Mistura, visitará o hotel da delegação síria, liderada pelo embaixador de Damasco nas Nações Unidas, Bashar al-Jaafari.
Depois, De Mistura e a delegação síria se reúnem na sede da ONU, o Palácio das Nações.
No encontro, a delegação vai reafirmar sua rejeição categórica a qualquer discussão sobre o futuro de Assad, relatou uma autoridade síria.
No dia anterior, De Mistura, que já organizou - sem sucesso - sete ciclos de negociações em Genebra desde 2016, manteve seu programa e abriu o oitavo ciclo com um encontro com a delegação da oposição síria.
Desta vez, De Mistura espera dar um novo impulso às negociações graças à participação, pela primeira vez, de uma delegação única da oposição síria, que inclui todas as tendências, mesmo as mais moderadas, toleradas por Damasco.
- Velhos fantasmas -Em setembro, De Mistura pediu que a oposição síria fosse "muito realista para entender que não ganhou a guerra", o que significa não estabelecer a saída do chefe de Estado como pré-condição.
Especialmente agora, o governo de Damasco não parece disposto a ceder nas negociações.
O enviado da ONU reiterou na segunda-feira que não aceitaria "quaisquer condições prévias de nenhuma das partes". Seus objetivos para esta oitava rodada de negociações são a redação de uma nova Constituição e a organização de eleições patrocinadas pela ONU.
"Esperamos que a oposição seja pragmática e flexível" em relação ao futuro político de Assad, declarou um diplomata europeu que acompanha as negociações.
Diante de uma ONU impotente e de um governo americano fechado em si mesmo desde a eleição de Donald Trump, o presidente russo, Vladimir Putin, multiplicou com sucesso as iniciativas diplomáticas e militares relativas ao conflito sírio.
Com a ajuda do Irã, outro parceiro de Damasco, e da Turquia, que apoia os rebeldes, Putin organizou sete encontros entre a oposição e o governo em Astana, capital do Cazaquistão.
Como resultado, foram criadas quatro zonas de "distensão" na Síria.
O presidente russo também anunciou que, em breve, um "Congresso do Diálogo Nacional" será realizado na Rússia com todos os atores do conflito sírio.
Como bom estrategista, Putin sabe, no entanto, que não poderá impor sua solução sem o apoio da ONU e, por essa razão, já salientou que este congresso deve servir de estímulo para o processo de Genebra.
"Acredito que tenha algumas cartas na mão, mas não todas", declarou o diplomata europeu, referindo-se aos russos.
"Apenas Genebra é legítima e apenas Genebra desbloqueará a ajuda internacional necessária para reerguer a Síria", acrescentou.
Nesse sentido, o secretário de Estado americano, Rex Tillerson, declarou que as negociações de Genebra "são a única base possível para a reconstrução do país e para a implementação de uma solução política que não dê qualquer papel ao regime de Assad".
De Mistura estimou em 250 bilhões de dólares o custo para a reconstrução da Síria, devastada após mais de seis anos de conflito, que causou mais de 340 mil mortes e deixou milhões de deslocados.
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