EUA dizem que podem barrar possível ataque da Coreia do Norte com antimísseis
Os Estados Unidos têm confiança em suas capacidades para responder de forma eficaz um ataque de mísseis da Coreia do Norte, indicou nesta quarta-feira (29) um funcionário americano de alto escalão, um dia depois de Pyongyang realizar um teste de míssil balístico intercontinental.
"Não acredito que possam lançar um ataque nuclear contra os Estados Unidos no atual estado", indicou o funcionário americano que manteve o anonimato.
"Existe um consenso de que podemos deter tudo aquilo que a Coreia do Norte dispõe atualmente", acrescentou. "No futuro eu não sei".
A Coreia do Norte lançou nesta quarta-feira um novo tipo de míssil balístico intercontinental (ICBM), o Hwasong-15, que caiu no Mar do Japão após percorrer cerca de 1.000 km.
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Esse míssil, que o regime de Pyongyang considera "capaz de chegar a qualquer parte do continente americano", alcançou a maior altura de todos os mísseis lançados até agora por Pyongyang, segundo o secretário de Defesa americano, Jim Mattis.
Frente aos mísseis intercontinentais, os Estados Unidos dispõem do sistema GMD (Ground-based Midcourse Defense), que tem 44 interceptadores, instalado em Fort Greely, a cerca de 160 km de Fairbanks, no Alasca, e sobre a base de Vandenberg, na Califórnia.
Os Estados Unidos investiram durante décadas bilhões de dólares para desenvolver tecnologias para deter mísseis balísticos e no Congresso aprovou a entrega ao Pentágono de outros bilhões para sustentar esses esforços.
Segundo o funcionário, o sistema GMD é capaz de proteger todo o território americano sem a necessidade de instalar um sistema equivalente na costa leste. Este elemento-chave da defesa antimísseis americana foi testado com sucesso em maio na Califórnia, mas antes teve desempenhos mais modestos e poderia se ver transbordado em caso de disparos de mísseis em rajadas.
Não obstante, os Estados Unidos não acreditam que a Coreia do Norte disponha de um número suficiente de mísseis a ponto de superar as suas capacidades de defesa antimísseis.
"Temos interceptadores suficientes e (...) podemos lançar mais de um míssil contra todos os alvos que entrarem" no espaço aéreo americano, explicou o funcionário.
Pyongyang, por sua vez, ainda deve demonstrar que domina a tecnologia fundamental para garantir a sobrevivência das ogivas quando voltarem do Espaço para a atmosfera, lembrou. "É muito mais difícil" do que lançar um míssil, e não conseguiram isto no passado.
No entanto, o dirigente norte-coreano, Kim Jong-Un, anunciou depois do lançamento que seu país é um Estado nuclear de pleno direito e que seu míssil balístico é capaz de atacar qualquer lugar dos Estados Unidos.
Segundo Pyongyang, o projétil alcançou uma altura de 4.475 km antes de cair a 950 km do local de lançamento.
Um especialista ocidental considerou que a sua trajetória, em forma de sino, sugere que tem um alcance de 13.000 km, suficiente para ameaçar qualquer uma das principais cidades dos Estados Unidos.
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