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Extremistas matam 45 militares e civis no Iraque

26/12/2017 11h54

Kirkuk, Iraque, 26 dez 2017 (AFP) - Dois meses depois de anunciar a reconquista do reduto extremista de Hawija, no norte do Iraque, as forças iraquianas continuam registrando baixas - civis e militares - em confrontos com insurgentes escondidos em áreas montanhosas.

No início de outubro, as tropas governamentais expulsaram os jihadistas do grupo Estado Islâmico (EI) de seu último reduto urbano no Iraque, Hawija, cerca de 300 km ao norte de Bagdá.

Mas, desde essa data, "pelo menos 45 membros das forças de segurança e civis foram mortos em ataques cometidos pelo EI", assegurou à AFP um policial da província de Kirkuk, onde Hawija está localizada.

Além disso, "o exército, a polícia e as unidades paramilitares Hash al-Shabi mataram 288 jihadistas e prenderam 55".

Para Sarmad al Bayati, um especialista militar iraquiano, a presença de jihadistas "continua a representar uma ameaça real para a região".

Escondidos durante o dia, "eles têm controle total de algumas áreas durante a noite".

"Há cerca de 3.000 membros das forças de segurança em uma área de 18.000 km2", observa o especialista iraquiano em movimentos jihadistas, Hisham al-Hashemi. Um número que não lhes permite garantir o controle total desse território, maior que o Kuwait, acrescenta esse especialista.

Bayati afirmou à AFP que "eles continuam perpetrando ataques e sequestros e que, por esse motivo, muitas pessoas deslocadas se recusam a retornar" para suas casas.

O oficial da polícia, que pediu anonimato, explicou por sua vez que "a operação de libertação de Hawija estava concentrada na cidade e nas estradas principais".

Frente ao avanço dos tanques blindados e das tropas, "uma parte dos jihadistas se rendeu" e outros "foram para as montanhas Hamrin, seus vales, túneis, áreas florestais e outros esconderijos naturais", continuou o oficial.

Nessas áreas, segundo um general, "esses combatentes locais não têm escolha senão fugir para a morte".

Esses jihadistas, no entanto, mantêm uma capacidade local de assédio, diz, e "ameaçam os moradores que têm parentes nas forças de segurança ou que dão informações às tropas. Já mataram vários".

Na segunda-feira, o general Ali Omran, comandante das operações na província de Kirkuk, indicou que sete combatentes do EI morreram após ataques que deixaram seis mortos nas fileiras dos Hashd al-Shabi, incluindo um comandante e seu filho.

No dia anterior, um oficial informou à AFP que um chefe tribal, que lidera um grupo de combatentes, bem como sua esposa, foram mortos em um posto de controle jihadista na estrada entre Kirkuk e Hawija.

Em 9 de dezembro, o primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, proclamou "o fim da guerra" que começou em 2014 para eliminar o EI do país, um anúncio de vitória prematura de acordo com especialistas.

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