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Mal preparados e equipados: os problemas dos capacetes azuis

22/01/2018 23h04

Nações Unidas, Estados Unidos, 23 Jan 2018 (AFP) - Após o aumento dos ataques contra os capacetes azuis, um grupo de especialistas da ONU advertiu que os membros da força de paz da organização estão muitas vezes mal preparados e precariamente equipados, segundo um relatório publicado nesta segunda-feira (22).

O número de soldados mortos voltou a subir depois de superar os anos dramáticos das décadas de 1960 e 1990, ressalta o documento enviado em dezembro ao secretário-geral, António Guterres.

Um total de 195 pessoas morreram nos últimos cinco anos, 56 delas apenas em 2017, o pior balanço desde 1994.

O ataque mais violento aconteceu em 7 de dezembro do ano passado na República Democrática do Congo, quando 15 capacetes azuis morreram e outros 43 ficaram feridos em uma emboscada dos rebeldes muçulmanos ugandeses ADF.

As missões africanas, as maiores da instituição, são as mais vulneráveis, destaca o relatório: a do Mali perdeu 91 efetivos desde 2013, a da República Centro-africana 29, Darfur 26, República Democrática do Congo 25 e Sudão do Sul 13.

Os especialistas, liderados pelo general brasileiro Carlos Alberto dos Santos Cruz, afirmam que os contingentes estão frequentemente mal equipados.

Acrescentam que os capacetes azuis costumam ficar "na defensiva", em vez de serem "proativos" para "identificar as ameaças e neutralizá-las".

Diante desses problemas e do risco de que o governo americano corte parte do orçamento, os especialistas recomendam -entre outras coisas- identificar as tropas problemáticas e realizar "testes surpresas" para comprovar a preparação dos militares.

Até o final de maio, a ONU poderá começar a substituir "responsáveis, contingentes ou unidades" incapazes de cumprir com seu mandato, avança o relatório, embora reconheça que às vezes é difícil encontrar voluntários para certas missões.