Maduro vai por reeleição e pelo Parlamento em eleições sem opositores
Caracas, 21 Fev 2018 (AFP) - O presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, advertiu que as eleições presidenciais serão em 22 de abril ainda que a oposição não participe, e elevou seu desafio ao pedir o adiantamento das parlamentares para o mesmo dia.
"Vamos ter eleições chova, troveje ou relampeje, com a MUD (Mesa da Unidade Democrática) ou sem a MUD", disse Maduro, pouco depois da coalizão opositora anunciar que ficará de fora da votação porque é uma "fraude" para dar "aparência de legitimidade" ao governo.
Em declarações à imprensa, o presidente assegurou que pedirá à governista Assembleia Constituinte, que comanda o país, para "adiantar as eleições para renovar o Parlamento", único poder controlado pela oposição.
"Proponho isto oficialmente à Assembleia Nacional Constituinte para sua consideração e que tenhamos eleições poderosas", lançou Maduro, ao apoiar a ideia revelada de surpresa na terça-feira pelo poderoso líder chavista Diosdado Cabello.
Pouco antes, em um comunicado lido por seu coordenador, Ángel Oropeza, para a imprensa, a MUD disse não "avalizar o que até agora apenas é um simulacro fraudulento e ilegítimo de eleição presidencial".
"Este evento prematuro e sem condições (...) é apenas um show do próprio governo para aparentar uma legitimidade que não tem, em meio à agonia e ao sofrimento dos venezuelanos", destacou.
Não obstante, a MUD deixou aberta a porta para participar das eleições se o governo oferecer, de última hora, garantias de um processo livre e transparente, como pediram no diálogo na República Dominicana, que fracassou em 7 de fevereiro.
Sem um rival de peso à vista, Maduro parece assegurar a reeleição apesar de seu governo ser reprovado por 75% dos venezuelanos, de acordo com pesquisas, devido ao colapso econômico sofrido pelo país com as maiores reservas de petróleo do mundo.
"Talvez Maduro esteja em seu momento mais fraco, mas sua força é a fraqueza, as falhas, a falta de união e de coerência da oposição. É o que lhe dá oxigênio", comentou com a AFP Félix Seijas, diretor da empresa de pesquisa Delphos.
- O 'golpe de misericórdia' -As presidenciais deveriam ser realizadas em dezembro e foram adiantadas pela Constituinte. Agora, o governo vai para o xeque-mate com a antecipação das legislativas, marcadas para 2020.
"Se não vão participar das eleições, para onde vão? Para a guerra, para um golpe de Estado", disse o presidente à MUD.
para Seijas, a "aposta de Maduro é fazer desaparecer momentaneamente a oposição, dar-lhe um golpe de misericórdia para acabar assumindo o poder".
No entanto, acrescentou, "o problema com a comunidade internacional continuará e irá piorar", pois é de se esperar que a antecipação das parlamentares não seja bem recebida.
O adiantamento das eleições presidenciais foi rejeitado pelos 14 países do Grupo de Lima - incluindo Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru - e pelos Estados Unidos, citando a falta de garantias para um processo livre.
"A opção menos custosa para a oposição, mas que também é terrível, é não participar, porque participando, a comunidade internacional irá assinalá-la", lançou Seijas.
De acordo com o governo, a MUD não participa das eleições por ordem dos Estados Unidos, que, na sua opinião, busca derrubar Maduro mediante um golpe de Estado e uma invasão militar apoiada pela "direita venezuelana".
Maduro, herdeiro falecido líder socialista Hugo Chávez, havia advertido que iria tentar se reeleger com ou sem adversários. No momento, só tem dois de pouco peso: o pastor evangélico Javier Bertucci e o opositor Claudio Fermín, que não está na MUD.
- Há um plano B? -Em crise de credibilidade e com seus principais líderes - Leopoldo López e Henrique Capriles - inabilitados politicamente, a MUD debateu por duas semanas sua decisão sob pressão, pois alguns países adiantaram que desconhecerão os resultados das eleições.
Alguns dirigentes opositores, como o ex-presidente parlamentar Henry Ramos Allup, têm aspirações presidenciais; enquanto Henri Falcón, ex-governador dissidente do chavismo, parece disposto a inscrever sua candidatura com seu partido minoritário. Nenhum dos dois esteve na conferência.
"A MUD está virtualmente liquidada. Isso significa para a oposição um grande descrédito por não ter visualizado a conjuntura e planejado uma estratégia proativa. É preferível que desconheçam sua vitória a perder por não participar", disse à AFP o cientista político Luis Salamanca.
Em sua declaração, a MUD anunciou que convocará uma "grande frente ampla nacional" com forças sociais e políticas para "alcançar neste ano eleições limpas e competitivas, e conseguir o resgate da democracia".
"Se a MUD não tiver um plano, se nos próximos dois meses fracassar em articular a reativação da sociedade civil, me parece que vai desaparecer", opinou Seijas.
"Vamos ter eleições chova, troveje ou relampeje, com a MUD (Mesa da Unidade Democrática) ou sem a MUD", disse Maduro, pouco depois da coalizão opositora anunciar que ficará de fora da votação porque é uma "fraude" para dar "aparência de legitimidade" ao governo.
Em declarações à imprensa, o presidente assegurou que pedirá à governista Assembleia Constituinte, que comanda o país, para "adiantar as eleições para renovar o Parlamento", único poder controlado pela oposição.
"Proponho isto oficialmente à Assembleia Nacional Constituinte para sua consideração e que tenhamos eleições poderosas", lançou Maduro, ao apoiar a ideia revelada de surpresa na terça-feira pelo poderoso líder chavista Diosdado Cabello.
Pouco antes, em um comunicado lido por seu coordenador, Ángel Oropeza, para a imprensa, a MUD disse não "avalizar o que até agora apenas é um simulacro fraudulento e ilegítimo de eleição presidencial".
"Este evento prematuro e sem condições (...) é apenas um show do próprio governo para aparentar uma legitimidade que não tem, em meio à agonia e ao sofrimento dos venezuelanos", destacou.
Não obstante, a MUD deixou aberta a porta para participar das eleições se o governo oferecer, de última hora, garantias de um processo livre e transparente, como pediram no diálogo na República Dominicana, que fracassou em 7 de fevereiro.
Sem um rival de peso à vista, Maduro parece assegurar a reeleição apesar de seu governo ser reprovado por 75% dos venezuelanos, de acordo com pesquisas, devido ao colapso econômico sofrido pelo país com as maiores reservas de petróleo do mundo.
"Talvez Maduro esteja em seu momento mais fraco, mas sua força é a fraqueza, as falhas, a falta de união e de coerência da oposição. É o que lhe dá oxigênio", comentou com a AFP Félix Seijas, diretor da empresa de pesquisa Delphos.
- O 'golpe de misericórdia' -As presidenciais deveriam ser realizadas em dezembro e foram adiantadas pela Constituinte. Agora, o governo vai para o xeque-mate com a antecipação das legislativas, marcadas para 2020.
"Se não vão participar das eleições, para onde vão? Para a guerra, para um golpe de Estado", disse o presidente à MUD.
para Seijas, a "aposta de Maduro é fazer desaparecer momentaneamente a oposição, dar-lhe um golpe de misericórdia para acabar assumindo o poder".
No entanto, acrescentou, "o problema com a comunidade internacional continuará e irá piorar", pois é de se esperar que a antecipação das parlamentares não seja bem recebida.
O adiantamento das eleições presidenciais foi rejeitado pelos 14 países do Grupo de Lima - incluindo Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México, Peru - e pelos Estados Unidos, citando a falta de garantias para um processo livre.
"A opção menos custosa para a oposição, mas que também é terrível, é não participar, porque participando, a comunidade internacional irá assinalá-la", lançou Seijas.
De acordo com o governo, a MUD não participa das eleições por ordem dos Estados Unidos, que, na sua opinião, busca derrubar Maduro mediante um golpe de Estado e uma invasão militar apoiada pela "direita venezuelana".
Maduro, herdeiro falecido líder socialista Hugo Chávez, havia advertido que iria tentar se reeleger com ou sem adversários. No momento, só tem dois de pouco peso: o pastor evangélico Javier Bertucci e o opositor Claudio Fermín, que não está na MUD.
- Há um plano B? -Em crise de credibilidade e com seus principais líderes - Leopoldo López e Henrique Capriles - inabilitados politicamente, a MUD debateu por duas semanas sua decisão sob pressão, pois alguns países adiantaram que desconhecerão os resultados das eleições.
Alguns dirigentes opositores, como o ex-presidente parlamentar Henry Ramos Allup, têm aspirações presidenciais; enquanto Henri Falcón, ex-governador dissidente do chavismo, parece disposto a inscrever sua candidatura com seu partido minoritário. Nenhum dos dois esteve na conferência.
"A MUD está virtualmente liquidada. Isso significa para a oposição um grande descrédito por não ter visualizado a conjuntura e planejado uma estratégia proativa. É preferível que desconheçam sua vitória a perder por não participar", disse à AFP o cientista político Luis Salamanca.
Em sua declaração, a MUD anunciou que convocará uma "grande frente ampla nacional" com forças sociais e políticas para "alcançar neste ano eleições limpas e competitivas, e conseguir o resgate da democracia".
"Se a MUD não tiver um plano, se nos próximos dois meses fracassar em articular a reativação da sociedade civil, me parece que vai desaparecer", opinou Seijas.
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