Debate sobre controle de armas nos EUA inflama conferência de conservadores
National Harbor, Estados Unidos, 23 Fev 2018 (AFP) - A estudante universitária da Flórida Sarah Gibson renovou sua afiliação à National Rifle Association (NRA) na quinta-feira (22), durante a Conservative Political Action Conference (CPAC), dias depois de o tiroteio em uma escola de seu estado reavivar o debate nacional sobre o controle das armas de fogo no país.
"Não acho que as armas sejam o problema. Na verdade, são a resposta", disse Gibson, de 20 anos.
"Quando há mais segurança, e você tem pessoas portando (armas), é dissuasório em si mesmo", afirmou.
Essa estudante e milhares de republicanos já compareceram à CPAC, que acontece perto de Washington. O evento é realizado todos os anos para celebrar as causas e bandeiras dos conservadores e, em 2018, o movimento populista que levou Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.
Muitos oradores ressaltaram as conquistas do governo, incluindo a reforma tributária aprovada no fim do ano, a revogação de regulações trabalhistas e a nomeação de juízes conservadores.
"Foi um ano de promessas feitas e de promessas cumpridas", disse o vice-presidente Mike Pence na conferência, que também fez comentários duros sobre a Coreia do Norte e convocou os republicanos a se prepararem para a batalha eleitoral de novembro, quando acontecem as eleições legislativas de meio de mandato.
A investigação em curso sobre a ingerência russa na corrida eleitoral de 2016 e sobre se a campanha de Trump fez um conluio com Moscou foi apenas uma nota de rodapé nas discussões da CPAC.
Foi impossível, porém, ignorar a sempre presente tragédia dos tiroteios e a facilidade de acesso às armas de fogo, dois pontos que elevaram a temperatura do clima político e puseram seus críticos e defensores sob os holofotes.
A conferência fez um minuto de silêncio pelos 17 mortos no tiroteio na escola de Ensino Médio de Parkland, na Flórida, e seus oradores não deixaram o assunto de lado. De fato, muitos partiram para a ofensiva, caso da NRA, o mais influente lobby de armas dos Estados Unidos e que contribuiu com pelo menos US$ 30 milhões para a campanha do então candidato à Presidência Donald Trump.
O presidente da NRA, Wayne LaPierre, criticou o que classificou de "vergonhosa politização da tragédia", em meio a protestos e a crescentes reivindicações pelo endurecimento das permissivas leis de posse de armas.
Em sua primeira reação pública desde o episódio de Parkland, em 14 de fevereiro passado, LaPierre reiterou suas acusações de que aqueles que promovem um maior rigor na legislação para o controle de armas buscam acabar com proteções e liberdades individuais garantidas pela Constituição.
A porta-voz da NRA, Dana Loesch, foi além e disse que "muitos na mídia adoram os tiroteios".
- Linha-dura -A CPAC é uma engrenagem que promove os ideais de liberdade, prosperidade econômica e valores familiares.
Seus panelistas elogiam o icônico ex-presidente Ronald Reagan, seus cartazes afirmam que um Estado agigantado "fede", e seus ativistas promovem orações nas escolas. Também apelam para vozes radicais, ou da linha-dura, que aproveitam a ocasião para promover sua agenda em um espectro mais amplo.
A CPAC convidou a francesa Marion Merchal-Le Pen, ex-legisladora francesa da Frente Nacional, de extrema direita, a falar no evento. Preocupou alguns republicanos o fato de que a conferência pudesse estar dando as boas-vindas a extremistas.
"Assim como vocês, nós queremos que nos devolvam o país", disse a convidada de honra, de 28 anos, ao expressar sua solidariedade com as políticas nacionalistas de Trump.
Nos corredores da CPAC, a conversa com frequência voltava ao tema das armas e, sobretudo, a como responder à última tragédia, causada por um "perturbado armado".
Kelli Ward, uma conservadora linha-dura candidata ao Senado pelo Arizona nas eleições de novembro, disse que o luto nacional pela tragédia da Flórida não tem fronteiras políticas.
"Sou membro de toda vida da NRA, sou uma ardorosa defensora da Segunda Emenda, e meu coração também está partido pelo que aconteceu", disse ela à AFP.
Ward comentou que, ainda assim, os participantes da conferência se concentraram nos temas básicos para os conservadores: restringir a imigração, revogar a reforma de saúde conhecida como "Obamacare" e fortalecer os militares - "não porque queiramos guerra, mas porque queremos a paz pela força".
No hall da CPAC, Thomas White, de 23, ajudava um amigo a se associar à NRA.
Thomas acredita que, hoje, quando discursar no evento, Trump receberá uma calorosa acolhida, apesar de seu anúncio de que apoiará mais controles para verificação de antecedentes dos compradores de armas, assim como a medida de elevar de 18 para 21 anos a idade mínima para poder adquirir um rifle e proibir dispositivos que transformem os fuzis semiautomáticos em metralhadoras.
"Não acho que as armas sejam o problema. Na verdade, são a resposta", disse Gibson, de 20 anos.
"Quando há mais segurança, e você tem pessoas portando (armas), é dissuasório em si mesmo", afirmou.
Essa estudante e milhares de republicanos já compareceram à CPAC, que acontece perto de Washington. O evento é realizado todos os anos para celebrar as causas e bandeiras dos conservadores e, em 2018, o movimento populista que levou Donald Trump à Presidência dos Estados Unidos.
Muitos oradores ressaltaram as conquistas do governo, incluindo a reforma tributária aprovada no fim do ano, a revogação de regulações trabalhistas e a nomeação de juízes conservadores.
"Foi um ano de promessas feitas e de promessas cumpridas", disse o vice-presidente Mike Pence na conferência, que também fez comentários duros sobre a Coreia do Norte e convocou os republicanos a se prepararem para a batalha eleitoral de novembro, quando acontecem as eleições legislativas de meio de mandato.
A investigação em curso sobre a ingerência russa na corrida eleitoral de 2016 e sobre se a campanha de Trump fez um conluio com Moscou foi apenas uma nota de rodapé nas discussões da CPAC.
Foi impossível, porém, ignorar a sempre presente tragédia dos tiroteios e a facilidade de acesso às armas de fogo, dois pontos que elevaram a temperatura do clima político e puseram seus críticos e defensores sob os holofotes.
A conferência fez um minuto de silêncio pelos 17 mortos no tiroteio na escola de Ensino Médio de Parkland, na Flórida, e seus oradores não deixaram o assunto de lado. De fato, muitos partiram para a ofensiva, caso da NRA, o mais influente lobby de armas dos Estados Unidos e que contribuiu com pelo menos US$ 30 milhões para a campanha do então candidato à Presidência Donald Trump.
O presidente da NRA, Wayne LaPierre, criticou o que classificou de "vergonhosa politização da tragédia", em meio a protestos e a crescentes reivindicações pelo endurecimento das permissivas leis de posse de armas.
Em sua primeira reação pública desde o episódio de Parkland, em 14 de fevereiro passado, LaPierre reiterou suas acusações de que aqueles que promovem um maior rigor na legislação para o controle de armas buscam acabar com proteções e liberdades individuais garantidas pela Constituição.
A porta-voz da NRA, Dana Loesch, foi além e disse que "muitos na mídia adoram os tiroteios".
- Linha-dura -A CPAC é uma engrenagem que promove os ideais de liberdade, prosperidade econômica e valores familiares.
Seus panelistas elogiam o icônico ex-presidente Ronald Reagan, seus cartazes afirmam que um Estado agigantado "fede", e seus ativistas promovem orações nas escolas. Também apelam para vozes radicais, ou da linha-dura, que aproveitam a ocasião para promover sua agenda em um espectro mais amplo.
A CPAC convidou a francesa Marion Merchal-Le Pen, ex-legisladora francesa da Frente Nacional, de extrema direita, a falar no evento. Preocupou alguns republicanos o fato de que a conferência pudesse estar dando as boas-vindas a extremistas.
"Assim como vocês, nós queremos que nos devolvam o país", disse a convidada de honra, de 28 anos, ao expressar sua solidariedade com as políticas nacionalistas de Trump.
Nos corredores da CPAC, a conversa com frequência voltava ao tema das armas e, sobretudo, a como responder à última tragédia, causada por um "perturbado armado".
Kelli Ward, uma conservadora linha-dura candidata ao Senado pelo Arizona nas eleições de novembro, disse que o luto nacional pela tragédia da Flórida não tem fronteiras políticas.
"Sou membro de toda vida da NRA, sou uma ardorosa defensora da Segunda Emenda, e meu coração também está partido pelo que aconteceu", disse ela à AFP.
Ward comentou que, ainda assim, os participantes da conferência se concentraram nos temas básicos para os conservadores: restringir a imigração, revogar a reforma de saúde conhecida como "Obamacare" e fortalecer os militares - "não porque queiramos guerra, mas porque queremos a paz pela força".
No hall da CPAC, Thomas White, de 23, ajudava um amigo a se associar à NRA.
Thomas acredita que, hoje, quando discursar no evento, Trump receberá uma calorosa acolhida, apesar de seu anúncio de que apoiará mais controles para verificação de antecedentes dos compradores de armas, assim como a medida de elevar de 18 para 21 anos a idade mínima para poder adquirir um rifle e proibir dispositivos que transformem os fuzis semiautomáticos em metralhadoras.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.