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Protestos de católicos na RD Congo terminam com um morto

25/02/2018 10h24

Kinshasa, 25 Fev 2018 (AFP) - Um homem morreu neste domingo ao ser atingido por um tiro da polícia em Kinshasa, à margem das manifestações de católicos contra o presidente da República Democrática do Congo, Joseph Kabila, informaram fontes médicas.

"Desde 7H00 recebemos três feridos vinculados com a passeata dos católicos, dois deles em estado grave, com ferimetnos de armas de fogo. O terceiro, que recebeu um tiro no peito, faleceu", afirmou à AFP o médico François Kajingulu, diretor do hospital St Joseph de Limete, no dentro da capital congolesa.

Na cidade de Kisangani (nordeste), duas pessoas ficaram feridas quando a polícia dispersou os manifestantes com tiros.

Centenas de pessoas que saíam da missa na catedral de Kisangani começaram a protestar, antes da ação da polícia, que atirou e uso gás lacrimogêneo.

Os fiéis retornaram para o templo e cantaram o hino nacional do país.

Três padres foram detidos quando lideravam outra passeata no distrito de Saint Pierre de Wagenia, zona leste da cidade.

Os protestos foram convocados pelo Comitê Laico de Coordenação (CLC), um grupo de intelectuais próximo da Igreja Católica que exige que o presidente Joseph Kabila anuncie publicamente que não será candidato a um terceiro mandato, algo proibido pela Constituição do país.

Seu segundo e último mandato terminou em 20 de dezembro de 2016, mas ele permanece no poder desde então, com base em leis que permitem sua continuidade até a eleição do sucessor.

As próximas eleições presidenciais estão previstas para 23 de dezembro de 2018.

A tensão política na RD do Congo é elevada desde setembro de 2016, quando explodiram confrontos entre jovens e forças de segurança que deixaram dezenas de mortos em Kinshasa.

Em janeiro, Kabila acusou a Igreja de interferir na política do país.

A passeata de Kinshasa havia sido proibida e a polícia estabeleceu como objetivo "nenhum morto" no terceiro dia de protestos.

Nas manifestações anteriores, em 31 de dezembro e 21 de janeiro, 15 pessoas morreram, segundo a Igreja. As autoridades anunciaram duas mortes.