Os maiores animais terrestres já se encontrariam em perigo
Paris, 23 Mar 2018 (AFP) - Felinos, ursos, lobos, zebras, rinocerontes, elefantes, girafas, hipopótamos, símios... A maioria das 101 espécies de grandes herbívoros e carnívoros terrestres estão em perigo, e algumas já estão condenadas à extinção.
Segundo a definição mais aceita, a "megafauna" terrestre inclui os carnívoros de ao menos 15 quilos e os grandes herbívoros de mais de 100 quilos, isto é, um total de 101 espécies.
Para a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), três quintos desses animais emblemáticos estão ameaçados, com mais de uma dezena de espécies em "perigo crítico" ou "extintas em estado selvagem".
"Os cientistas especialistas em conservação se dedicarão em breve a escrever necrológicos para espécies ou subespécies da megafauna à medida que desaparecem do planeta", lamenta Bill Ripple, da Universidade de Oregon, autor principal de um documento assinado em dezembro por mais de 15.000 de seus colegas para alertar o mundo inteiro.
O último exemplo do perigo que enfrentam essas espécies ocorreu esta semana, quando o último rinoceronte branco do norte macho morreu aos 45 anos em um zoológico do Quênia.
- 'Diante nossos olhos' -Para alguns cientistas, o adax, um antílope do Saara, também está "condenado à extinção". Outros acreditam que o gorila-do-oriente, caçado por sua carne, "está a um passo" de desaparecer, como os orangotangos de Bornéu e Sumatra.
Outros animais fascinantes, em maior número e que a cada ano atraem milhões de turistas para a África, também estão em perigo.
As populações de leões, rinocerontes e guepardos caíram mais de 90% durante o século passado. O número de girafas, classificadas como "vulneráveis", diminuiu 40% em 30 anos. E 30% dos ursos polares poderiam desaparecer até meados do século XXI.
"É muito possível que vejamos como esses gigantes são apagados na natureza durante nossa vida, diante de nossos olhos", explica a diretora da IUCN, Inger Andersen.
Os cientistas concordam que começou uma nova "extinção em massa", em que espécies de todo tipo e tamanhos desaparecem 100 vezes mais rápido que em tempos normais.
A Terra viveu, até o momento, cinco extinções em massa, a última delas dos dinossauros, que remonta a 66 milhões de anos atrás.
Hoje, a megafauna é vítima de múltiplos riscos vinculados à expansão humana, à perda de seu habitat por culpa da caça furtiva, a conflitos pela pecuária e, no caso do urso polar, às mudanças climáticas.
- "Savana silenciosa" -"A primeira ameaça que a fauna da África enfrenta é que a comemos", diz Paul Funston, diretor do programa de defesa dos leões da ONG Panthera. Uma situação descrita em algumas zonas como "a síndrome da savana silenciosa".
"Algumas zonas protegidas parecem totalmente intactas, as florestas, as aves, as abelhas, tudo está lá. Mas os grandes mamíferos desapareceram porque foram comidos", explica Funston, que aponta o aumento da população no continente.
Apesar do triste contraste, os defensores do meio ambiente não perdem a esperança e permitiram que certas espécies se recuperassem.
Mas essas pessoas devem ser realistas, assegura Michael Knight, que dirige o grupo da IUCN que se encarrega dos rinocerontes africanos.
"A África já não corresponde ao sonho de países abertos nos que correm animais selvagens", insiste. E em 50 anos, "os desafios serão 10 ou talvez 50 vezes mais difíceis".
Para Paul Funston, a solução virá de investimentos estratégicos em parques nacionais, já que vários estudos apontam o vínculo entre o dinheiro investido por quilômetro quadrado e a taxa de sobrevivência das espécies protegidas.
"Estamos quase prontos para a seleção", explica. "Para os leões, está feito, identificamos 14 zonas-chaves onde o dinheiro deve se concentrar".
Mas "necessitamos nos afastar urgentemente de um enfoque por espécie", afirma o especialista.
Segundo a definição mais aceita, a "megafauna" terrestre inclui os carnívoros de ao menos 15 quilos e os grandes herbívoros de mais de 100 quilos, isto é, um total de 101 espécies.
Para a União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN, sigla em inglês), três quintos desses animais emblemáticos estão ameaçados, com mais de uma dezena de espécies em "perigo crítico" ou "extintas em estado selvagem".
"Os cientistas especialistas em conservação se dedicarão em breve a escrever necrológicos para espécies ou subespécies da megafauna à medida que desaparecem do planeta", lamenta Bill Ripple, da Universidade de Oregon, autor principal de um documento assinado em dezembro por mais de 15.000 de seus colegas para alertar o mundo inteiro.
O último exemplo do perigo que enfrentam essas espécies ocorreu esta semana, quando o último rinoceronte branco do norte macho morreu aos 45 anos em um zoológico do Quênia.
- 'Diante nossos olhos' -Para alguns cientistas, o adax, um antílope do Saara, também está "condenado à extinção". Outros acreditam que o gorila-do-oriente, caçado por sua carne, "está a um passo" de desaparecer, como os orangotangos de Bornéu e Sumatra.
Outros animais fascinantes, em maior número e que a cada ano atraem milhões de turistas para a África, também estão em perigo.
As populações de leões, rinocerontes e guepardos caíram mais de 90% durante o século passado. O número de girafas, classificadas como "vulneráveis", diminuiu 40% em 30 anos. E 30% dos ursos polares poderiam desaparecer até meados do século XXI.
"É muito possível que vejamos como esses gigantes são apagados na natureza durante nossa vida, diante de nossos olhos", explica a diretora da IUCN, Inger Andersen.
Os cientistas concordam que começou uma nova "extinção em massa", em que espécies de todo tipo e tamanhos desaparecem 100 vezes mais rápido que em tempos normais.
A Terra viveu, até o momento, cinco extinções em massa, a última delas dos dinossauros, que remonta a 66 milhões de anos atrás.
Hoje, a megafauna é vítima de múltiplos riscos vinculados à expansão humana, à perda de seu habitat por culpa da caça furtiva, a conflitos pela pecuária e, no caso do urso polar, às mudanças climáticas.
- "Savana silenciosa" -"A primeira ameaça que a fauna da África enfrenta é que a comemos", diz Paul Funston, diretor do programa de defesa dos leões da ONG Panthera. Uma situação descrita em algumas zonas como "a síndrome da savana silenciosa".
"Algumas zonas protegidas parecem totalmente intactas, as florestas, as aves, as abelhas, tudo está lá. Mas os grandes mamíferos desapareceram porque foram comidos", explica Funston, que aponta o aumento da população no continente.
Apesar do triste contraste, os defensores do meio ambiente não perdem a esperança e permitiram que certas espécies se recuperassem.
Mas essas pessoas devem ser realistas, assegura Michael Knight, que dirige o grupo da IUCN que se encarrega dos rinocerontes africanos.
"A África já não corresponde ao sonho de países abertos nos que correm animais selvagens", insiste. E em 50 anos, "os desafios serão 10 ou talvez 50 vezes mais difíceis".
Para Paul Funston, a solução virá de investimentos estratégicos em parques nacionais, já que vários estudos apontam o vínculo entre o dinheiro investido por quilômetro quadrado e a taxa de sobrevivência das espécies protegidas.
"Estamos quase prontos para a seleção", explica. "Para os leões, está feito, identificamos 14 zonas-chaves onde o dinheiro deve se concentrar".
Mas "necessitamos nos afastar urgentemente de um enfoque por espécie", afirma o especialista.
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