Coreia do Norte se prepara para desmantelar centro nuclear
Seul, 23 Mai 2018 (AFP) - Jornalistas estrangeiros se dirigiam, nesta quarta-feira (23), para a costa leste da Coreia do Norte, onde acontece uma cerimônia para desmantelar seu centro de testes nucleares, um gesto notório antes de uma histórica e ainda incerta cúpula com os Estados Unidos.
No mês passado, o Norte informou que iria destruir as instalações de Punggye-ri, no nordeste do país, detonando os túneis de acesso. O anúncio foi aplaudido por Washington e Seul.
Em Punggye-ri, foram realizados seis testes nucleares. O último, o mais potente até a data, aconteceu em setembro e teria sido o de uma bomba de hidrogênio.
O desmantelamento será nestas quarta e sexta-feiras, conforme as condições meteorológicas.
A Coreia do Norte apresentou esta medida como um gesto de boa vontade antes da cúpula histórica entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, prevista para 12 de junho, em Cingapura.
Mas a euforia que reinava após o anúncio desse encontro deu lugar para dúvidas.
Na semana passada, o Norte ameaçou com não participar da reunião e anulou as conversas com o Sul, acusando Washington de querer forçá-lo a renunciar de forma unilateral a seu arsenal nuclear. Na terça-feira, foi Trump que falou da possibilidade de adiar o encontro.
"Talvez não funcione para 12 de junho", disse Trump, no Salão Oval junto com seu colega sul-coreano, Moon Jae-in.
"Se não acontecer, talvez possa acontecer mais tarde. Talvez aconteça em outro momento", mencionando que é preciso haver "certas condições", sem especificar quais.
- 'Terreno escorregadio' -Mais tarde, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, buscou reduzir a pressão e sugeriu que as instruções não mudaram em relação aos preparativos.
"Continuamos trabalhando para 12 de junho", insistiu o chefe da diplomacia americana.
Washington exige uma desnuclearização "completa, verificável e irreversível" da Coreia do Norte. Mas Pyongyang sempre afirmou que não renunciará às armas atômicas, desenvolvidas para se proteger das ameaças americanas de invasão.
Koo Kab-woo, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, disse à AFP que se trata de um "terreno escorregadio".
"Trump quer uma desnuclearização rápida, que aconteceria durante seu primeiro mandato. Mas, se for o caso, tem de fornecer rapidamente à Coreia do Norte as garantias correspondentes para sua segurança".
Os especialistas estão divididos sobre o fato de se as instalações ficarão totalmente inutilizáveis. Alguns deles estimam que talvez já estejam, enquanto outros acreditam que um centro possa voltar a se ativar facilmente.
Vários especialistas consideram, porém, que este anúncio de Pyongyang sem pedir nada em troca é um gesto que merece destaque.
Para Go Myong-hyun, especialista do Instituto Asan de Estudos Políticos, os dois lados tentam abordar a cúpula da posição mais forte.
O desmantelamento diante das câmeras estrangeiras permitirá a Pyongyang ganhar pontos em nível internacional, ainda que a cúpula fracasse.
"A Coreia do Norte poderá dizer para a comunidade internacional que fez todo o possível para conseguir a desnuclearização por meio das negociações, mas que não conseguiu por culpa das pressões americanas", disse.
Repórteres de China, Rússia, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Coreia do Sul foram convidados a cobrir o desmonte das instalações. Partiram nesta quarta-feira da cidade norte-coreana de Wonsan, de acordo com os tuítes de vários jornalistas.
A Agence France-Presse (AFP), assim como outros grandes veículos internacionais, não foi convidada para cobrir o evento.
sh-jta/jac/pg/es/pc/tt
No mês passado, o Norte informou que iria destruir as instalações de Punggye-ri, no nordeste do país, detonando os túneis de acesso. O anúncio foi aplaudido por Washington e Seul.
Em Punggye-ri, foram realizados seis testes nucleares. O último, o mais potente até a data, aconteceu em setembro e teria sido o de uma bomba de hidrogênio.
O desmantelamento será nestas quarta e sexta-feiras, conforme as condições meteorológicas.
A Coreia do Norte apresentou esta medida como um gesto de boa vontade antes da cúpula histórica entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un, prevista para 12 de junho, em Cingapura.
Mas a euforia que reinava após o anúncio desse encontro deu lugar para dúvidas.
Na semana passada, o Norte ameaçou com não participar da reunião e anulou as conversas com o Sul, acusando Washington de querer forçá-lo a renunciar de forma unilateral a seu arsenal nuclear. Na terça-feira, foi Trump que falou da possibilidade de adiar o encontro.
"Talvez não funcione para 12 de junho", disse Trump, no Salão Oval junto com seu colega sul-coreano, Moon Jae-in.
"Se não acontecer, talvez possa acontecer mais tarde. Talvez aconteça em outro momento", mencionando que é preciso haver "certas condições", sem especificar quais.
- 'Terreno escorregadio' -Mais tarde, o secretário de Estado americano, Mike Pompeo, buscou reduzir a pressão e sugeriu que as instruções não mudaram em relação aos preparativos.
"Continuamos trabalhando para 12 de junho", insistiu o chefe da diplomacia americana.
Washington exige uma desnuclearização "completa, verificável e irreversível" da Coreia do Norte. Mas Pyongyang sempre afirmou que não renunciará às armas atômicas, desenvolvidas para se proteger das ameaças americanas de invasão.
Koo Kab-woo, professor da Universidade de Estudos Norte-Coreanos em Seul, disse à AFP que se trata de um "terreno escorregadio".
"Trump quer uma desnuclearização rápida, que aconteceria durante seu primeiro mandato. Mas, se for o caso, tem de fornecer rapidamente à Coreia do Norte as garantias correspondentes para sua segurança".
Os especialistas estão divididos sobre o fato de se as instalações ficarão totalmente inutilizáveis. Alguns deles estimam que talvez já estejam, enquanto outros acreditam que um centro possa voltar a se ativar facilmente.
Vários especialistas consideram, porém, que este anúncio de Pyongyang sem pedir nada em troca é um gesto que merece destaque.
Para Go Myong-hyun, especialista do Instituto Asan de Estudos Políticos, os dois lados tentam abordar a cúpula da posição mais forte.
O desmantelamento diante das câmeras estrangeiras permitirá a Pyongyang ganhar pontos em nível internacional, ainda que a cúpula fracasse.
"A Coreia do Norte poderá dizer para a comunidade internacional que fez todo o possível para conseguir a desnuclearização por meio das negociações, mas que não conseguiu por culpa das pressões americanas", disse.
Repórteres de China, Rússia, Grã-Bretanha, Estados Unidos e Coreia do Sul foram convidados a cobrir o desmonte das instalações. Partiram nesta quarta-feira da cidade norte-coreana de Wonsan, de acordo com os tuítes de vários jornalistas.
A Agence France-Presse (AFP), assim como outros grandes veículos internacionais, não foi convidada para cobrir o evento.
sh-jta/jac/pg/es/pc/tt
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.