Ex-espiões franceses são suspeitos de traição por trabalhar para China
Paris, 25 Mai 2018 (AFP) - Dois ex-espiões franceses foram detidos e enfrentam acusações de traição, após serem acusados de entregar informação à China, uma revelação que abala os serviços de Inteligência na França.
Encarregada de supervisionar a DGSE (Direção Geral da Segurança Externa), a ministra francesa da Defesa, Florence Parly, disse nesta sexta-feira (25) que não poderia identificar o país que recrutou esses agentes. Eles foram descobertos e acusados em dezembro passado.
"Dois agentes franceses que pertencem ao Ministério (da Defesa) e, provavelmente, uma das esposas desses agentes foram acusados de fatos graves suscetíveis de serem classificados como traição diante da suspeita de entregar informação a uma potência estrangeira", disse a ministra ao canal de televisão CNews.
Esses dois ex-agentes da DGSE, agora aposentados, e a mulher de um deles, estão sendo processados por "atos de extrema gravidade", anunciou o Ministério da Defesa em um comunicado divulgado mais cedo.
Foram indiciados em 22 de dezembro de 2017, e dois deles continuam detidos desde então, indicou uma fonte judicial à AFP.
"São atos de extrema gravidade" e "cabe à Justiça se pronunciar", reagiu o presidente Emmanuel Macron de São Petersburgo, onde participava de um fórum econômico.
O programa de televisão Quotidien e o jornal "Le Monde" informaram que haveria quatro pessoas suspeitas de terem sido recrutadas pelas autoridades chinesas para espionar os serviços de Inteligência franceses a pedido de Pequim.
Um dos agentes suspeitos esteve destacado em Pequim, afirmou o Quotidien, sem dar elementos sobre as funções dos demais acusados. A ministra da Defesa não confirmou essa informação.
Nenhuma fonte oficial confirmou que os agentes são acusados de terem trabalhado para Pequim, mas uma fonte de segurança ligada ao caso, que falou com a AFP sob a condição do anonimato, disse que os homens eram suspeitos de terem trabalhado para a China.
"Não posso lhes dizer muito mais do que isso", declarou a ministra ao ser questionada especificamente sobre o país que contratou os agentes.
"A França tem sócios, mas vivemos em um mundo perigoso. Infelizmente, esse tipo de coisa pode acontecer", completou.
- Silêncio diplomático -O porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang, indicou, por sua vez, que "não está a par" do caso, após ser consultado em Pequim.
Uma fonte judicial afirmou que dois dos três suspeitos estavam sendo processados por "aportar a uma potência estrangeira informações que atentavam contra os interesses fundamentais da nação" e por "transgressão do sigilo da Defesa nacional".
"Um deles também foi acusado de provocação direta ao crime de traição", completou.
A terceira pessoa - aparentemente esposa de um deles - está sendo investigada por "acobertar os crimes e delitos de traição" e está sendo submetida a controle judicial, segundo a mesma fonte.
mch-vl/fz/ab/pb/acc-jz/es/tt/ll
Encarregada de supervisionar a DGSE (Direção Geral da Segurança Externa), a ministra francesa da Defesa, Florence Parly, disse nesta sexta-feira (25) que não poderia identificar o país que recrutou esses agentes. Eles foram descobertos e acusados em dezembro passado.
"Dois agentes franceses que pertencem ao Ministério (da Defesa) e, provavelmente, uma das esposas desses agentes foram acusados de fatos graves suscetíveis de serem classificados como traição diante da suspeita de entregar informação a uma potência estrangeira", disse a ministra ao canal de televisão CNews.
Esses dois ex-agentes da DGSE, agora aposentados, e a mulher de um deles, estão sendo processados por "atos de extrema gravidade", anunciou o Ministério da Defesa em um comunicado divulgado mais cedo.
Foram indiciados em 22 de dezembro de 2017, e dois deles continuam detidos desde então, indicou uma fonte judicial à AFP.
"São atos de extrema gravidade" e "cabe à Justiça se pronunciar", reagiu o presidente Emmanuel Macron de São Petersburgo, onde participava de um fórum econômico.
O programa de televisão Quotidien e o jornal "Le Monde" informaram que haveria quatro pessoas suspeitas de terem sido recrutadas pelas autoridades chinesas para espionar os serviços de Inteligência franceses a pedido de Pequim.
Um dos agentes suspeitos esteve destacado em Pequim, afirmou o Quotidien, sem dar elementos sobre as funções dos demais acusados. A ministra da Defesa não confirmou essa informação.
Nenhuma fonte oficial confirmou que os agentes são acusados de terem trabalhado para Pequim, mas uma fonte de segurança ligada ao caso, que falou com a AFP sob a condição do anonimato, disse que os homens eram suspeitos de terem trabalhado para a China.
"Não posso lhes dizer muito mais do que isso", declarou a ministra ao ser questionada especificamente sobre o país que contratou os agentes.
"A França tem sócios, mas vivemos em um mundo perigoso. Infelizmente, esse tipo de coisa pode acontecer", completou.
- Silêncio diplomático -O porta-voz da diplomacia chinesa, Lu Kang, indicou, por sua vez, que "não está a par" do caso, após ser consultado em Pequim.
Uma fonte judicial afirmou que dois dos três suspeitos estavam sendo processados por "aportar a uma potência estrangeira informações que atentavam contra os interesses fundamentais da nação" e por "transgressão do sigilo da Defesa nacional".
"Um deles também foi acusado de provocação direta ao crime de traição", completou.
A terceira pessoa - aparentemente esposa de um deles - está sendo investigada por "acobertar os crimes e delitos de traição" e está sendo submetida a controle judicial, segundo a mesma fonte.
mch-vl/fz/ab/pb/acc-jz/es/tt/ll
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.