Itália tenta superar crise política sem precedentes
Roma, 28 Mai 2018 (AFP) - Em pleno caos político, o presidente italiano Sergio Mattarella recebe nesta segunda-feira Carlo Cottarelli, defensor da austeridade orçamentária, para provavelmente solicitar que governe o país até novas eleições, após vetar no domingo um governo sem garantias de permanência no euro.
Após semanas de negociações, o Movimento 5 Estrelas (M5E, antissistema) e a Liga (ultradireita), os dois partidos mais votados nas eleições de 4 de março, chegaram a um acordo para a formação de um Executivo.
Mas o presidente Sergio Mattarella rejeitou no domingo este governo, ao vetar a presença do eurocético Paolo Savona como ministro da Economia.
A situação deixou o país em uma crise sem precedentes depois que o advogado Giuseppe Conte, de 53 anos, que havia recebido de Mattarella na quarta-feira a missão de formar um governo, anunciou sua renúncia após uma reunião de quase uma hora no Palácio de Quirinal, sede da presidência.
A decisão foi tomada após a disputa entre os partidos populistas e o presidente Mattarella a respeito de Savona, um economista de 81 anos, conhecido por suas posições contra o euro, o que gerava alarme e preocupação nos mercados financeiros e entre as autoridades da União Europeia (UE).
Savona havia declarado que considera o euro uma "prisão alemã". Em uma obra citada pela imprensa italiana, o economista destaca "um plano B para sair do euro, caso nos vejamos obrigados, voluntariamente ou pela força".
"É inútil votar na Itália. Os governos são decididos pelos lobbies financeiros", reagiu Luigi Di Maio, líder do M5E.
"A Itália não é um país livre, é um país ocupado financeiramente, não militarmente, pelos alemães, os franceses e os burocratas de Bruxelas", protestou o líder da Liga, Matteo Salvini.
Em mensagem oficial, o presidente Mattarella explicou que "a nomeação do ministro da Economia é uma mensagem imediata de confiança ou alarme para os operadores econômicos e financeiros".
E os mercados financeiros aprovaram a atitude do presidente. A Bolsa de Milão operava em alta nesta segunda-feira, enquanto os títulos de risco registraram queda a 192 pontos, contra 206 na sexta-feira.
Segundo o ordenamento político do país, o presidente da República da Itália tem a atribuição de aprovar a lista de ministros.
Mattarella anunciou que prepara uma proposta de governo para as próximas horas e que não se exclui a convocação de novas eleições.
O presidente convocou o economista Carlo Cottarelli, 64 anos, por décadas um conhecido funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI), chamado de homem "tesoura" por cortar as contas públicas, que poderia ser encarregado de liderar um governo técnico como saída para a crise.
Mattarella, ex-magistrado da Corte Constitucional e parlamentar da Democracia Cristã por anos, negou-se a ceder às pressões dos dois partidos antissistema.
"Solicitei para esta pasta um representante político da maioria, que cumprisse com o acordo de governo (...) e não alguém que apoiasse a saída da Itália do euro", afirmou.
A oposição de Mattarella a Savona gerou uma onda de indignação e é possível que alimente o clima de críticas à União Europeia e à Alemanha como países que se opuseram à vontade dos cidadãos.
O líder dos indignados anunciou que pedirá ao Parlamento o impeachment de Mattarella por violar o artigo 90 da Constituição, isto é, por "alta traição", ao vender a Itália aos interesses de potências estrangeiras.
"Aqui quem governa são as agências de classificação, os lobbies financeiros, os bancos, os de sempre", voltou a clamar Di Maio em mensagem de vídeo.
"Queríamos eliminar a lei de pensões e dar dignidade ao trabalho; também baixar os impostos, que é o contrário do que querem em Bruxelas. Também frear uma invasão de imigrantes", disparou Salvini, abrindo de fato a campanha eleitoral.
Após semanas de negociações, o Movimento 5 Estrelas (M5E, antissistema) e a Liga (ultradireita), os dois partidos mais votados nas eleições de 4 de março, chegaram a um acordo para a formação de um Executivo.
Mas o presidente Sergio Mattarella rejeitou no domingo este governo, ao vetar a presença do eurocético Paolo Savona como ministro da Economia.
A situação deixou o país em uma crise sem precedentes depois que o advogado Giuseppe Conte, de 53 anos, que havia recebido de Mattarella na quarta-feira a missão de formar um governo, anunciou sua renúncia após uma reunião de quase uma hora no Palácio de Quirinal, sede da presidência.
A decisão foi tomada após a disputa entre os partidos populistas e o presidente Mattarella a respeito de Savona, um economista de 81 anos, conhecido por suas posições contra o euro, o que gerava alarme e preocupação nos mercados financeiros e entre as autoridades da União Europeia (UE).
Savona havia declarado que considera o euro uma "prisão alemã". Em uma obra citada pela imprensa italiana, o economista destaca "um plano B para sair do euro, caso nos vejamos obrigados, voluntariamente ou pela força".
"É inútil votar na Itália. Os governos são decididos pelos lobbies financeiros", reagiu Luigi Di Maio, líder do M5E.
"A Itália não é um país livre, é um país ocupado financeiramente, não militarmente, pelos alemães, os franceses e os burocratas de Bruxelas", protestou o líder da Liga, Matteo Salvini.
Em mensagem oficial, o presidente Mattarella explicou que "a nomeação do ministro da Economia é uma mensagem imediata de confiança ou alarme para os operadores econômicos e financeiros".
E os mercados financeiros aprovaram a atitude do presidente. A Bolsa de Milão operava em alta nesta segunda-feira, enquanto os títulos de risco registraram queda a 192 pontos, contra 206 na sexta-feira.
Segundo o ordenamento político do país, o presidente da República da Itália tem a atribuição de aprovar a lista de ministros.
Mattarella anunciou que prepara uma proposta de governo para as próximas horas e que não se exclui a convocação de novas eleições.
O presidente convocou o economista Carlo Cottarelli, 64 anos, por décadas um conhecido funcionário do Fundo Monetário Internacional (FMI), chamado de homem "tesoura" por cortar as contas públicas, que poderia ser encarregado de liderar um governo técnico como saída para a crise.
Mattarella, ex-magistrado da Corte Constitucional e parlamentar da Democracia Cristã por anos, negou-se a ceder às pressões dos dois partidos antissistema.
"Solicitei para esta pasta um representante político da maioria, que cumprisse com o acordo de governo (...) e não alguém que apoiasse a saída da Itália do euro", afirmou.
A oposição de Mattarella a Savona gerou uma onda de indignação e é possível que alimente o clima de críticas à União Europeia e à Alemanha como países que se opuseram à vontade dos cidadãos.
O líder dos indignados anunciou que pedirá ao Parlamento o impeachment de Mattarella por violar o artigo 90 da Constituição, isto é, por "alta traição", ao vender a Itália aos interesses de potências estrangeiras.
"Aqui quem governa são as agências de classificação, os lobbies financeiros, os bancos, os de sempre", voltou a clamar Di Maio em mensagem de vídeo.
"Queríamos eliminar a lei de pensões e dar dignidade ao trabalho; também baixar os impostos, que é o contrário do que querem em Bruxelas. Também frear uma invasão de imigrantes", disparou Salvini, abrindo de fato a campanha eleitoral.
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