Masaya, berço da rebeldia e da resistência na Nicarágua
Masaya, Nicarágua, 7 Jun 2018 (AFP) - Masaya é um povoado de raízes indígenas, o primeiro a se rebelar contra a ditadura de Somoza e agora a protestar contra o governo de Daniel Ortega.
É um povoado formado por antigas tribos chorotegas, também conhecidas como dirianes, que conservam uma forte relação comunitária, explica a historiadora e ex-guerrilheira Mónica Baltodano, agora opositora de Ortega.
Masaya é um departamento com nove municípios autossuficientes que produzem seu próprio alimento, como grãos e verdeuras, um centro de artesãos e gente trabalhadora, acrescenta Baltodano, ex-membro da Direção Nacional da governista Frente Sandinista (FSLN, esquerda).
Em um de seus municípios, Catarina, reinou o influente cacique Diriangén, cuja rebeldia - segundo dizem - foi herdada pelo combativo bairro de Monimbó, em Masaya.
Em fevereiro de 1978, os monimbocenhos se rebelaram contra a ditadura de Anastasio Somoza sem a liderança da então guerrilha sandinista.
"Eles levantaram suas próprias barricadas para defender o povo das agressões dos guardas", recordou Baltodano.
E em 27 de junho de 1979, milhares de combatentes se movimentaram em silêncio pela noite de Manágua a Masaya, em meio à repressão de Somoza, para oxigenar suas forças antes da insurreição final.
Quando a Guarda Nacional se deu conta, os bombardeou com aviões, o que seria recordado como "o recuo" que os sandinistas comemoram todos os anos.
Os habitantes de Masaya depois se somaram à insurreição popular que a FSLN liderou contra a ditadura, derrubada em 19 de julho de 1979.
Atualmente, Masaya é considerada "o motor" dos protestos contra o governo de Ortega, por sua resistência e rebeldia.
Inciadas em 18 de abril, as manifestações já deixaram 120 mortos no país.
"Há um espírito de solidariedade entre eles que é muito especial. Quando atacam seus bairros, sentem que toda a comunidade é atacada", explica Baltodano.
"O governo quis arrasar Masaya porque é o exemplo de resistência cívica. Acreditam que arrasá-los vai acabar com os protestos no resto do país", acrescenta.
O departamento de Masaya abriga mais de 300.000 habitantes, dos quais 100.000 vivem no município de mesmo nome.
Em um de seus municípios, Niquinohomo, nasceu em 1895 o herói nacional Augusto César Sandino, um pequeno e corajoso camponês que formou e dirigiu um exército popular para lutar contra a ocupação americana no século passado.
Masaya também é um atrativo turístico por sua história e seu mercado de artesanatos, que foi destruído nos protestos, como por sua proximidade com o vulcão Masaya, um dos poucos no mundo com atividade de lava em seu interior visível de sua cratera.
É um povoado formado por antigas tribos chorotegas, também conhecidas como dirianes, que conservam uma forte relação comunitária, explica a historiadora e ex-guerrilheira Mónica Baltodano, agora opositora de Ortega.
Masaya é um departamento com nove municípios autossuficientes que produzem seu próprio alimento, como grãos e verdeuras, um centro de artesãos e gente trabalhadora, acrescenta Baltodano, ex-membro da Direção Nacional da governista Frente Sandinista (FSLN, esquerda).
Em um de seus municípios, Catarina, reinou o influente cacique Diriangén, cuja rebeldia - segundo dizem - foi herdada pelo combativo bairro de Monimbó, em Masaya.
Em fevereiro de 1978, os monimbocenhos se rebelaram contra a ditadura de Anastasio Somoza sem a liderança da então guerrilha sandinista.
"Eles levantaram suas próprias barricadas para defender o povo das agressões dos guardas", recordou Baltodano.
E em 27 de junho de 1979, milhares de combatentes se movimentaram em silêncio pela noite de Manágua a Masaya, em meio à repressão de Somoza, para oxigenar suas forças antes da insurreição final.
Quando a Guarda Nacional se deu conta, os bombardeou com aviões, o que seria recordado como "o recuo" que os sandinistas comemoram todos os anos.
Os habitantes de Masaya depois se somaram à insurreição popular que a FSLN liderou contra a ditadura, derrubada em 19 de julho de 1979.
Atualmente, Masaya é considerada "o motor" dos protestos contra o governo de Ortega, por sua resistência e rebeldia.
Inciadas em 18 de abril, as manifestações já deixaram 120 mortos no país.
"Há um espírito de solidariedade entre eles que é muito especial. Quando atacam seus bairros, sentem que toda a comunidade é atacada", explica Baltodano.
"O governo quis arrasar Masaya porque é o exemplo de resistência cívica. Acreditam que arrasá-los vai acabar com os protestos no resto do país", acrescenta.
O departamento de Masaya abriga mais de 300.000 habitantes, dos quais 100.000 vivem no município de mesmo nome.
Em um de seus municípios, Niquinohomo, nasceu em 1895 o herói nacional Augusto César Sandino, um pequeno e corajoso camponês que formou e dirigiu um exército popular para lutar contra a ocupação americana no século passado.
Masaya também é um atrativo turístico por sua história e seu mercado de artesanatos, que foi destruído nos protestos, como por sua proximidade com o vulcão Masaya, um dos poucos no mundo com atividade de lava em seu interior visível de sua cratera.
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