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Estuprador em série não identificado é denunciado com base em perfil de DNA

Imagem feita por computador a partir de DNA mostra retrato de estuprador - Montgomery County Police Department/AFP
Imagem feita por computador a partir de DNA mostra retrato de estuprador Imagem: Montgomery County Police Department/AFP

Washington

19/06/2018 20h25

Em uma corrida contra o tempo, promotores federais dos EUA tomaram a medida incomum de denunciar o perfil de DNA de um homem suspeito de realizar uma série de estupros na área de Washington há mais de uma década.

O Gabinete do Procurador dos EUA para o Distrito de Colúmbia anunciou nesta terça-feira as acusações contra um estuprador em série não identificado, conhecido apenas como John Doe - versão norte-americana para João Ninguém.

Conhecido como o Estuprador de Hotel da área de DC, ele está ligado por seu DNA a seis ataques sexuais na área de Washington entre 1998 e 2006.

O homem é suspeito em pelo menos oito outros incidentes e foi denunciado por um grande júri por dois estupros ocorridos na capital americana em maio de 2003.

Muitas de suas vítimas eram camareiras que foram agredidas enquanto estavam limpando quartos de hotel.

Jessie  Liu, procuradora federal do distrito de Colúmbia, disse que os promotores asseguraram a denúncia pelos ataques de 2003 para evitar sua prescrição.

"Atualmente, o DC tem um prazo de prescrição de 15 anos para abuso sexual em primeiro grau", recordou Liu em entrevista coletiva a qual compareceram agentes do FBI e o chefe de polícia de Washington.

"Mas a lei de DC nos permite denunciar um infrator desconhecido sob o pseudônimo de John Doe quando sua identidade foi estabelecida com razoável certeza por seu perfil de DNA", destacou.

"Uma denúncia de John Doe como esta (...) nos permitirá processar o agressor quando o caso for finalmente resolvido", acrescentou. "Isso significa que o infrator não escapará da justiça devido à passagem do tempo".

Liu disse que esta foi a primeira vez que a procuradoria do distrito de Colúmbia garantiu uma denúncia de John Doe com base em um perfil de DNA.

A polícia também divulgou um retrato falado do suspeito - um homem afro-americano que estaria agora na faixa dos 30 ou 40 anos - e ofereceu uma recompensa de US$ 45 mil por informações que levem à sua prisão.

O retrato foi produzido não a partir de testemunhas oculares, disse o FBI, mas do DNA deixado pelo suspeito.

A tecnologia de DNA figurou com destaque em vários casos de crimes recentes nos EUA.

Autoridades da Califórnia anunciaram a prisão, em abril, de um estuprador e assassino em série conhecido como Golden  State  Killer, que foi capturado 40 anos depois de seus crimes por investigadores que encontraram a correspondência entre o DNA deixado em cenas de crime e um site de genealogia.