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Regime sírio chega a acordo de cessar-fogo com rebeldes no sul

06/07/2018 16h45

Deraa, Syrie, 6 Jul 2018 (AFP) - O regime sírio chegou a um acordo de cessar-fogo nesta sexta-feira com os rebeldes no sul do país que inclui a entrega de armas pesadas e semipesadas em todas as cidades, após uma ofensiva devastadora de duas semanas por parte de Damasco e seu aliado russo.

A Rússia supervisionou essas negociações que buscavam uma rendição dos rebeldes na região meridional de Deraa, descrita como o "berço" da revolta contra o presidente sírio Bashar al Assad em 2011.

A guerra na Síria começou após a repressão dessas manifestações pró-democracia por parte do regime.

O acordo estipula uma trégua e o regime controlará "todos os postos de observação ao longo da fronteira sírio-jordaniana".

Nesta sexta-feira, o exército conseguiu se apoderar do posto-chave de Nasib, por onde passa grande parte do comércio com a Jordânia.

Por outro lado, os rebeldes contrários ao acordo poderão abandonar a região com suas famílias rumo à província de Idleb, no noroeste.

- Retomam o controle de Nasib -Em Nasib, "veículos da polícia militar russa e representantes do governo (sírio) nas fronteiras chegaram ao posto (...) sem a necessidade de combate", informou à AFP o diretor do Observatório Sírio de Direitos Humanos (OSDH), Rami Abdel Rahman.

A agência de notícias oficial síria Sana informou que "a bandeira síria foi içada à altura do posto de Nasib", sem dar mais detalhes.

Os bombardeios contra as zonas rebeldes da província meridional de Deraa foram retomados na última quarta-feira após o fracasso das negociações.

O regime assumiu o controle de 30 localidades da província de Deraa graças aos acordos e às vitórias militares. Damasco controla agora dois terços desta região, contra apenas 30% antes da ofensiva.

Pela primeira vez desde 2015, as forças de Assad controlam a fronteira com a Jordânia na província de Deraa, uma área de 275 quilômetros quadrados.

Segundo o porta-voz do comando rebelde, Hussein Abazeed, o acordo preliminar negociado nesta sexta-feira previa o traslado com todas as garantias de segurança de pelo menos 6.000 pessoas - combatentes e civis -, para a província de Idleb, no noroeste do país, ainda sob controle insurgente.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, afirmou em um comunicado que "750.000 vidas estão em perigo" em uma região na qual o número de deslocados chegou a 325.000.

Por outro lado, um atentado com carro-bomba matou pelo menos 18 pessoas em uma cidade do leste da Síria, incluindo 11 membros da força regional apoiada pelos Estados Unidos contra o grupo extremista Estado Islâmico (EI), informou uma ONG.

"Um carro-bomba explodiu em frente à base das Forças Democráticas Sírias em Al-Bsayra, uma cidade em Deir Ezzor", uma região do leste, informou o OSDH.

O ataque "matou um comandante e outros militares, assim como sete civis, incluindo três crianças", explicou.

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