Contra câncer, Cuba e Estados Unidos criam primeira empresa mista de biotecnologia
Cuba e Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira a criação de sua primeira empresa mista para desenvolver novos medicamentos e terapias contra o câncer, na zona franca do megaporto de Mariel.
Innovative Inmmunotherapy Aliance S.A., formada pelo Roswell Park Comprehensive Cancer Center (com sede em Buffalo) e pelo Centro de Imunologia Molecular de Havana, é "a primeira empresa mista de biotecnologia entre Estados Unidos e Cuba", anunciou o governador de Nova York, Andrew Cuomo, em um comunicado enviado à AFP.
Cuomo qualificou essa aliança como um "passo histórico" que "permitirá avançar na pesquisa e desenvolvimento de novos medicamentos contra o câncer que podem prolongar e melhorar a sobrevivência de milhares de pacientes nos Estados Unidos".
Leia também:
Durante uma missão comercial à ilha em 2015, o governador Cuomo facilitou os primeiros contatos entre os dois centros científicos, que agora se associam para combater o câncer.
Simultaneamente, o grupo estatal Bio Cuba Farma informou que a primeira empresa mista entre Cuba e Estados Unidos no campo da biotecnologia será instalada na zona franca do porto de Mariel, 45 km ao oeste de Havana.
Terá entre seus produtos principais a vacina CIMAVax-EGF, uma nova terapia contra um tipo de câncer de pulmão, assim como "outros tratamentos adicionais de imunoterapia desenvolvidos em Cuba para diferentes tumores", detalhou o grupo em seu site.
A empresa cubano-americana é fundada em um momento em que as relações entre os dois países estão em retrocesso, segundo Havana, depois de que o governo de Donald Trump decidiu reverter a histórica aproximação iniciada em 2014 pelo presidente Barack Obama.
Cuba aprovou em 2014 uma nova Lei de Investimento Estrangeiro para dar mais incentivos ao capital estrangeiro e inaugurou o megaporto de Mariel, uma zona franca que deve se tornar o principal polo industrial da ilha.
O projeto de nova Constituição, que será submetido a referendo em 24 de fevereiro de 2019, reconhece "a importância do investimento estrangeiro para o desenvolvimento econômico do país", um mecanismo que já existia mas só como complemento ao majoritário investimento estatal na ilha socialista.
O presidente cubano, Miguel Díaz-Canel, considerou em junho o investimento estrangeiro como uma "prioridade" e criticou que algumas negociações para captar capital estrangeiro se prolonguem excessivamente e impeçam concretizar projetos.
Até agora, em meio ao embargo dos Estados Unidos, às restrições impostas pelo governo e aos problemas burocráticos, a média de investimento estrangeiro está muito abaixo dos 2,5 bilhões de dólares por ano que o país necessita para apoiar seu crescimento.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.