Cúpula sobre a Síria insiste em manutenção de cessar-fogo em Idlib
Istambul, 28 Out 2018 (AFP) - Dirigentes da Turquia, Rússia, França e Alemanha reuniram-se neste sábado em Istambul num encontro de cúpula inédito sobre a Síria, em que defenderam a manutenção do cessar-fogo em vigor na província síria rebelde de Idlib e uma solução política para o conflito que assola aquele país desde 2011.
A reunião "insistiu na importância de um cessar-fogo duradouro, destacando a necessidade de dar continuidade à luta contra o terrorismo", diz a declaração final, lida pelo presidente turco, Recep Erdogan.
Esta cúpula inédita reuniu Erdogan aos presidentes da Rússia, Vladimir Putin; França, Emmanuel Macron; e a chanceler alemã, Angela Merkel.
"Contamos com a Rússia para exercer uma pressão muito clara sobre o regime, que deve a sua sobrevivência a Moscou", declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, em entrevista coletiva após o encontro.
"O desafio é acabar com duas guerras: a guerra contra o terrorismo e a guerra do regime contra amplas partes de sua população", disse Merkel.
Rússia e Turquia fecharam no mês passado um acordo que permitiu evitar uma grande ofensiva do regime sírio em Idlib, último grande reduto da oposição, localizado no noroeste da Síria.
Nos últimos dias, no entanto, foram registradas divergências, e ataques do regime deixaram sete mortos ontem, balanço mais alto desde a entrada em vigor do cessar-fogo.
Em sua declaração final, os dirigentes pediram a criação, até o fim do ano, de um Comitê Constitucional dedicado a elaborar a nova Carta Magna síria.
Os quatro países pediram a garantia de um "acesso rápido, seguro e sem restrições das organizações humanitárias à Síria".
Segundo a declaração final da reunião, os quatro países "destacaram a necessidade de criar em todo o país condições que permitam o retorno seguro e voluntário dos refugiados".
O acordo entre Moscou (aliada do regime) e Ancara (que apoia os rebeldes) previa a implantação de uma zona desmilitarizada de 15 a 20 quilômetros para separar os territórios rebeldes de Idlib das regiões governamentais.
Durante a reunião de cúpula, os líderes deveriam "estudar fórmulas novas para trazer uma solução política" para o conflito, segundo Ancara. O enviado das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, participou do encontro em Istambul.
- 'Enfoques distintos' -Turquia e Rússia formam, com o Irã, um trio ineludível em campo, onde estes três países, com interesses próprios, investiram grandes recursos militares.
Já França e Alemanha formam, com outros cinco países, incluindo os Estados Unidos, o "pequeno grupo" sobre a Síria, que trabalha por uma solução política, embora seus esforços sejam ofuscados pelo processo de Astana, liderado por Ancara, Moscou e Teerã.
"Há enfoques distintos, mas, a grosso modo, todos desejam, naturalmente, encontrar uma solução política para a Síria", assinalou ontem o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Os quatro países também discutiram a reconstrução da Síria, mas a ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, advertiu que a mesma não pode acontecer "em favor da ditadura de Assad".
Dois importantes personagens do conflito na Síria - Irã e Estados Unidos - estiveram ausentes hoje. Macron conversou esta semana com o presidente americano, Donald Trump, para definir posições.
O encontro de hoje aconteceu em um momento de comoção, após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul.
A guerra na Síria já deixou mais de 360 mil mortos e milhões de desalojados desde 2011.
A reunião "insistiu na importância de um cessar-fogo duradouro, destacando a necessidade de dar continuidade à luta contra o terrorismo", diz a declaração final, lida pelo presidente turco, Recep Erdogan.
Esta cúpula inédita reuniu Erdogan aos presidentes da Rússia, Vladimir Putin; França, Emmanuel Macron; e a chanceler alemã, Angela Merkel.
"Contamos com a Rússia para exercer uma pressão muito clara sobre o regime, que deve a sua sobrevivência a Moscou", declarou o presidente francês, Emmanuel Macron, em entrevista coletiva após o encontro.
"O desafio é acabar com duas guerras: a guerra contra o terrorismo e a guerra do regime contra amplas partes de sua população", disse Merkel.
Rússia e Turquia fecharam no mês passado um acordo que permitiu evitar uma grande ofensiva do regime sírio em Idlib, último grande reduto da oposição, localizado no noroeste da Síria.
Nos últimos dias, no entanto, foram registradas divergências, e ataques do regime deixaram sete mortos ontem, balanço mais alto desde a entrada em vigor do cessar-fogo.
Em sua declaração final, os dirigentes pediram a criação, até o fim do ano, de um Comitê Constitucional dedicado a elaborar a nova Carta Magna síria.
Os quatro países pediram a garantia de um "acesso rápido, seguro e sem restrições das organizações humanitárias à Síria".
Segundo a declaração final da reunião, os quatro países "destacaram a necessidade de criar em todo o país condições que permitam o retorno seguro e voluntário dos refugiados".
O acordo entre Moscou (aliada do regime) e Ancara (que apoia os rebeldes) previa a implantação de uma zona desmilitarizada de 15 a 20 quilômetros para separar os territórios rebeldes de Idlib das regiões governamentais.
Durante a reunião de cúpula, os líderes deveriam "estudar fórmulas novas para trazer uma solução política" para o conflito, segundo Ancara. O enviado das Nações Unidas para a Síria, Staffan de Mistura, participou do encontro em Istambul.
- 'Enfoques distintos' -Turquia e Rússia formam, com o Irã, um trio ineludível em campo, onde estes três países, com interesses próprios, investiram grandes recursos militares.
Já França e Alemanha formam, com outros cinco países, incluindo os Estados Unidos, o "pequeno grupo" sobre a Síria, que trabalha por uma solução política, embora seus esforços sejam ofuscados pelo processo de Astana, liderado por Ancara, Moscou e Teerã.
"Há enfoques distintos, mas, a grosso modo, todos desejam, naturalmente, encontrar uma solução política para a Síria", assinalou ontem o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov.
Os quatro países também discutiram a reconstrução da Síria, mas a ministra alemã da Defesa, Ursula von der Leyen, advertiu que a mesma não pode acontecer "em favor da ditadura de Assad".
Dois importantes personagens do conflito na Síria - Irã e Estados Unidos - estiveram ausentes hoje. Macron conversou esta semana com o presidente americano, Donald Trump, para definir posições.
O encontro de hoje aconteceu em um momento de comoção, após o assassinato do jornalista saudita Jamal Khashoggi no consulado de seu país em Istambul.
A guerra na Síria já deixou mais de 360 mil mortos e milhões de desalojados desde 2011.
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