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Mattis pede cessar-fogo no Iêmen e negociações de paz nos próximos 30 dias

30/10/2018 22h27

Washington, 31 Out 2018 (AFP) - O secretário de Defesa dos EUA, Jim Mattis, pediu nesta terça-feira (30) um cessar-fogo no Iêmen e que os partidos sentem à mesa de negociações nos próximos 30 dias.

O chefe do Pentágono disse que os EUA vêm observando o conflito "por tempo suficiente" e declarou acreditar que a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos, que estão em uma coalizão apoiada pelos EUA combatendo os rebeldes xiitas huthi, estejam prontos para negociações.

"Temos que nos mover em direção a um esforço de paz aqui, e não podemos dizer que vamos fazer isso em algum momento no futuro", disse Mattis no Instituto de Paz dos EUA em Washington. "Precisamos fazer isso nos próximos 30 dias".

Ele disse que os Estados Unidos estão pedindo a todas as partes em conflito que se encontrem com o enviado especial da ONU, Martin Griffiths, na Suécia, em novembro, para "chegar a uma solução".

O secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, pediu nesta terça-feira o fim de todos os ataques aéreos nas áreas povoadas do Iêmen, conduzidos pela coalizão liderada pela Arábia Saudita.

"A hora é agora para a cessação das hostilidades, incluindo ataques com mísseis e UAV (drones) de áreas controladas por huthis no Reino da Arábia Saudita e nos Emirados Árabes Unidos", disse Pompeo em um comunicado.

"Posteriormente, os ataques aéreos da coalizão devem cessar em todas as áreas povoadas do Iêmen", acrescentou.

A Arábia Saudita e seus aliados intervieram no conflito entre o presidente do Iêmen Abedrabbo Mansour Hadi, cujo governo é reconhecido pelas Nações Unidas, e os huthis em 2015.

Quase 10.000 pessoas já foram mortas e o país agora está à beira da fome.

Os Estados Unidos enfrentaram duras críticas internacionais por seu papel no apoio à coalizão liderada pela Arábia Saudita, especialmente depois que uma série de ataques matou dezenas de civis.

Mattis disse que o apoio dos EUA se baseia principalmente no treinamento da força aérea saudita para que ela melhore sua mira e não soltar bombas quando houver qualquer dúvida sobre o que eles podem atingir.

"Nosso objetivo agora é alcançar um nível de capacitação por parte dessas forças que lutam contra os huthis para que eles não matem pessoas inocentes".

No mês passado, as negociações de paz lideradas pela ONU não avançaram depois que os rebeldes huthis se recusaram a voar para Genebra por causa do que eles disseram ser uma falha da ONU em garantir um retorno seguro à capital Sanaa, controlada pelo grupo desde 2014.