Advogado do traficante El Chapo diz que cartel subornou presidentes do México
O advogado do narcotraficante mexicano Joaquín "Chapo" Guzmán, cujo processo começou nesta terça-feira em um tribunal de Nova York, afirmou que o Cartel de Sinaloa pagou subornos milionários ao atual presidente do México, Enrique Peña Nieto, e a seu antecessor, Felipe Calderón.
O advogado Jeffrey Lichtman também garantiu ao juri que o verdadeiro líder do Cartel de Sinaloa é Ismael "Mayo" Zambada, que jamais passou um dia na prisão e segue foragido, responsável pelo pagamento "ao atual e ao anterior presidentes do México (..) milhões de dólares em subornos".
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Felipe Calderón reagiu imediatamente às acusações afirmando que as declarações do advogado "são absolutamente falsas e temerárias".
"Nem ele (El Chapo), nem o Cartel de Sinaloa ou qualquer outro realizou pagamentos para minha pessoa", escreveu Calderón no Twitter.
Segundo Lichtman, "a verdade é que El Chapo não controlava nada, e sim Mayo Zambada".
"Mayo pode determinar quem será preso e quem a Polícia e o Exército devem matar", afirmou Lichtman, um experiente advogado especializado em defender membros do crime organizado.
Lichtman destacou que nos últimos dois anos, desde que El Chapo foi extraditado para os Estados Unidos, "o fluxo de drogas não parou". "O negócio continua como sempre".
O advogado também atacou o antigos aliados de El Chapo que aderiram ao programa de delação premiada: "estas testemunhas mataram promotores, tentaram matar presidentes (...), por que motivo o governo está indo tão longe, concedendo vistos para que permaneçam neste país, entre nós? Por que querem infectar este país com estes degenerados?! Porque El Chapo é o maior prêmio com o qual a promotoria sonha".
El Chapo ouviu os argumentos de forma tranquila, com a ajuda de uma tradutora, após entrar no tribunal com o rosto sereno e jogar um beijo para sua mulher, Emma Coronel, de 29 anos, sentada entre o público.
Acusado de enviar aos Estados Unidos 155 toneladas de cocaína e outras drogas, El Chapo pode ser condenado à prisão perpétua.
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