Ultimato, droga, fusão: os principais pontos da trégua comercial entre EUA e China
Noventa dias de trégua, compra de produtos americanos, uma fusão bloqueada e um opiáceo: o que se sabe da trégua comercial anunciada no sábado pela China e pelos Estados Unidos.
- 90 dias. Washington renuncia ao aumento previsto de 10% para 25% das tarifas sobre US$ 200 bilhões de importações chinesas - metade do total - a partir de 1º de janeiro.
Mas a Casa Branca garantiu que esta decisão foi apenas suspensa, especificamente por um período de 90 dias. Se os dois países não chegarem a um acordo sobre "mudanças estruturais" em suas relações comerciais, especialmente no que diz respeito às transferências "forçadas" de tecnologia e propriedade intelectual, "as tarifas de 10% vão aumentar para 25% ", alertou em comunicado a presidência dos Estados Unidos.
- "Buy American". Washington também informou que Pequim está empenhado em comprar uma quantidade "não definida, mas muito substancial" de produtos americanos, para reduzir o enorme desequilíbrio comercial entre os dois países. Em particular, a China prometeu começar "imediatamente" a comprar produtos agrícolas.
- Fusão. O presidente chinês, Xi Jinping, disse estar "aberto" a aprovar uma gigantesca fusão de semicondutores, até então bloqueada, se for apresentada novamente a ele. Trata-se da aquisição esperada da holandesa NXP pela americana Qualcomm. O projeto de mais de US$ 40 bilhões foi bloqueado pelos reguladores chineses, um veto interpretado como retaliação contra a ofensiva tarifária americana.
- Droga. De acordo com a Casa Branca, Pequim prometeu intensificar a repressão ao tráfico de fentanil para os Estados Unidos, tendo como pano de fundo uma explosão de mortes relacionadas a esse narcótico sintético. Essa droga produzida na Ásia é considerada de 30 a 50 vezes mais poderosa que a heroína e 50 a 100 vezes mais poderosa que a morfina. Cerca de 28.000 americanos morreram em 2017 por fentanil ou drogas equivalentes.
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