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EUA aprova venda de mísseis Patriot à Turquia por US$ 3,5 bilhões

19/12/2018 18h02

Washington, 19 dez 2018 (AFP) - Os Estados Unidos anunciaram nesta quarta-feira (19) a aprovação de uma venda de mísseis à Turquia no valor de 3,5 bilhões de dólares, meses depois de Washington expressar indignação por uma compra de armas russas por Ancara.

O Departamento de Estado fez o anúncio, que inclui 80 mísseis guiados Patriot, horas depois de o presidente Donald Trump afirmar que os Estados Unidos vão retirar suas tropas da Síria.

"A venda proposta aumentará as capacidades defensivas das forças militares ad Turquia para se proteger de agressões hostis e proteger os aliados da Otan que poderiam treinar e operar dentro das fronteiras da Turquia", disse em um comunicado.

Esta decisão, à qual o Congresso dos Estados Unidos ainda pode se opor, é uma "alternativa" ao sistema russo antimísseis S-400, que Ancara quer comprar apesar das advertências dos Estados Unidos, disse à AFP um porta-voz do Departamento de Estado.

"Fizemos uma advertência clara à Turquia que a potencial compra do sistema S-400 poderia colocar em perigo" a venda de aviões de combate F-35 americanos para Ancara e expor o governo turco a sanções de Washington, acrescentou.

Há um ano, Ancara anunciou um acordo para comprar mísseis S-400 da Rússia, adversário histórico dos Estados Unidos, provocando uma repreensão por parte de seus aliados na Otan, grupo originalmente formado como um baluarte contra uma possível ameaça da extinta União Soviética.

Uma compra de Ancara da Rússia "teria sérias consequências para a capacidade dos Estados Unidos de fazer negócios com a Turquia em todo o espectro do comércio de defesa", disse o funcionário, que manteve seu anonimato.

"É importante que os países-membros da Otan adquiram equipamento militar que seja interoperável com os sistemas da Otan. Um sistema russo não atenderia a esse padrão", destacou.

O anúncio é feito horas depois de Trump afirmar que os Estados Unidos derrotaram o grupo Estado Islâmico (EI) na vizinha Síria, e anunciar a retirada das tropas americanas deste país, que protegeram a campanha da Turquia contra os combatentes curdos.

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