Diretora financeira da Huawei comparece à justiça canadense
Washington, 29 Jan 2019 (AFP) - A diretora financeira da companhia chinesa Huawei, Meng Wanzhou, compareceu nesta terça-feira (29) a um tribunal em Vancouver, Canadá, para modificar os termos de sua liberdade condicional, um dia depois que um tribunal dos Estados Unidos revelou as acusações que motivaram seu pedido de extradição.
O anúncio, por parte do governo de Donald Trump, de uma série de acusações contra Meng Wanzhou e contra a empresa chinesa enfureceu Pequim, levando o governo a afirmar que os Estados Unidos têm "fins políticos" e pediu a Ottawa que libere sua executiva.
Washington acusa a Huawei e seu número 2 de espionagem industrial e violar as sanções americanas contra o Irã.
Filha do fundador do grupo de telecomunicações, a executiva compareceu em Vancouver ao juiz da Corte Suprema de Columbia Britânica, William Ehrcke, para solicitar ajustes a seus termos de liberdade condicional, segundo jornalistas que estiveram na audiência.
O magistrado abordou primeiro o pedido de extradição de Washington, transmitida oficialmente na segunda-feira ao governo canadense: fixou para 6 de março a audiência para que a justiça canadense aceite ou não o pedido americano, segundo os jornalistas.
Acusações contra a HuaweiAlém das acusações contra a Huawaei e Meng Wanzhou, o Departamento de Justiça americano também acusou duas filiais da Huawei por roubo de segredos industriais, no caso de tecnologias móveis da americana T-Mobile.
Para os engenheiros da Huawei, a acusação diz respeito ao robô "Tappy", idealizado pela T-Mobile para reproduzir um dedo humano e, assim, testar aparelhos celulares.
As duas filiais, Huawei Device Co. Ltd. e Huawei Device Co. USA, receberam dez acusações por fatos relativos ao período 2012-2014, incluindo uma suspeita de obstrução de Justiça.
Os indiciamentos "expõem as ações descaradas e persistentes da Huawei para explorar empresas e instituições financeiras americanas e para ameaçar o mercado global livre e justo", afirmou o diretor do FBI, Christopher Wray.
Em um comunicado, a Huawei negou que o grupo, alguma de suas filiais, ou empresas afiliadas tenham cometido as supostas violações da lei americana citadas em cada uma das acusações.
A empresa afirma que "não tem conhecimento de atos condenáveis por parte de Meng e está convencida de que os tribunais americanos chegarão à mesma conclusão".
- Extradição e demissão -A detenção no início de dezembro em Vancouver de Meng Wanzhou provocou uma crise diplomática.
Washington confirmou que apresentará um pedido formal de extradição até a data-limite de 30 de janeiro.
No que foi interpretado como uma represália, pouco depois a China prendeu dois canadenses, e um tribunal chinês condenou um terceiro cidadão desse país à morte.
A crise diplomática com Ottawa levou o primeiro-ministro canadense, Justin Trudeau, a demitir o embaixador do país na China, John McCallum, após comentários controversos do diplomata sobre o processo de extradição de Meng Wanzhou.
A Huawei é alvo de suspeitas em vários países ocidentais, o que levou o ministro chinês das Relações Exteriores, Wang Yi, a denunciar na semana passada uma campanha internacional "injusta e imoral".
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