Pentágono prevê China aumentando suas bases militares no exterior
Washington, 2 Mai 2019 (AFP) - O departamento de Defesa dos Estados Unidos prevê que a China aumentará suas bases militares em todo o mundo para proteger seus investimentos nas Novas Rotas da Seda, seu ambicioso projeto de infraestrutura, revela um relatório oficial publicado nesta quinta-feira.
A China tem oficialmente uma única base militar no exterior, no Djibuti, mas Pequim "tentará estabelecer bases militares adicionais em países com os quais (...) tem relações amigáveis de longa data, como o Paquistão, ou países que tradicionalmente abrigam militares estrangeiros", destacou o Pentágono.
"Projetos chineses como as Novas Rotas da Seda provavelmente trarão instalações militares no exterior para responder a uma necessidade percebida de garantir a segurança desses projetos", aponta o relatório anual do departamento de Defesa aos congressistas norte-americanos.
"Os líderes chineses usam o crescente peso econômico, diplomático e militar da China para estabelecer seu domínio na região e ampliar a influência de seu país no mundo", acrescenta o documento.
Esse esforço pode ser limitado, no entanto, pelas dúvidas de outros países quando se trata de hospedar permanentemente soldados do Exército chinês, segundo o relatório.
O Oriente Médio, o Sudeste Asiático e o Pacífico Ocidental podem abrigar novas bases chinesas.
Pequim já instalou postos militares avançados em ilhas disputadas no Mar do Sul da China. E no ano passado, um alto funcionário do Ministério da Defesa afegão disse à AFP que a China estava negociando a construção de uma base militar nas montanhas de Wakhan, no noroeste do Afeganistão.
O Washington Post também identificou recentemente um posto avançado que abriga muitos soldados chineses no leste do Tadjiquistão, perto de uma região estratégica entre as montanhas de Wakhan, China e Paquistão.
O presidente chinês, Xi Jinping, expressou seu desejo de estender o poder de seu país para além dos vizinhos, aumentando seu peso em instituições internacionais, adquirindo tecnologia de ponta e impondo uma forte presença econômica em todo o mundo.
De acordo com o relatório do Pentágono, o plano da China também inclui uma extensão do poder militar na terra, no mar e no espaço.
Essa iniciativa, oficialmente chamada de "Cinturão (terra) e Rota (marítima)" em chinês, busca construir infraestruturas de transporte e energia em países do mundo inteiro que precisam delas.
Lançada em 2013 por Xi Jinping, a iniciativa é financiada com investimentos ou empréstimos de várias centenas de bilhões de euros.
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