Topo

Esse conteúdo é antigo

Governo interino e partido de Morales dialogam para pacificar Bolívia

Evo Morales, ex-presidente da Bolívia - Enzo De Luca/ABI/Handout via Xinhua
Evo Morales, ex-presidente da Bolívia Imagem: Enzo De Luca/ABI/Handout via Xinhua

14/11/2019 19h38

O governo interino da Bolívia anunciou hoje que instalou uma "mesa de negociação" com dirigentes do partido do ex-presidente Evo Morales com a finalidade de reduzir as tensões, em meio a protestos que se estendem por quatro semanas.

"Estamos em uma mesa de diálogo, acreditamos que é possível pacificar o país", informou o ministro da Presidência, Jerjes Justiniano.

Participam do diálogo, de acordo com o funcionário, delegados da autoproclamada presidente, Jeanine Áñez, e congressistas do Movimento Ao Socialismo (MAS), o partido de Morales, entre eles a senadora Adriana Salvatierra, ex-presidente da Câmara alta, e a deputada Betty Yañíquez.

Justiniano disse que as negociações estão em recesso para se estudar as exigências do MAS para estabelecer um acordo.

"Se querem uma lei que lhes garanta que não haverá perseguição política, perfeito", afirmou. Além disso, "nos pediram: queremos um salvo-conduto para todos nossos dirigentes".

As duas condições, disse, serão concedidas. "Se chegarmos a um âmbito de pacificação, têm todas as condições para ficarem no território nacional".

"Pediram, inclusive, a possibilidade de que Evo Morales possa vir livremente. Não tem problema. É mais um cidadão, é o ex-presidente", afirmou Justiano.

Contudo, "lamentamos muito as declarações incendiárias do (ex) presidente de que não estamos buscando paz".

Morales disse em entrevista coletiva no México, onde está asilado, que está disposto a retornar a seu país para pacificá-lo se o povo pedir isso.

"Ele mesmo se faz ver como um salvador da pátria (...). Eu acho que declarações como essas apenas incendiam", avaliou o ministro, que disse que o objetivo do diálogo é que "a paz volte à normalidade".

As ruas de La Paz são palco de manifestações de partidários de Morales, que não reconhecem o governo provisório e exigem a restituição do mandatário indígena, que renunciou sob pressão de protestos opositores e a pedido das forças armadas, após acusações de irregularidades nas eleições que venceu.