Congresso boliviano define novas autoridades eleitorais
O Congresso bicameral da Bolívia escolheu na madrugada de hoje seis autoridades do Tribunal Supremo Eleitoral (TSE), um passo fundamental para a convocação de eleições gerais após a crise política que motivou a renúncia de Evo Morales à presidência em novembro.
O Parlamento, em acordo entre governistas e opositores e em sessão pública, designou como novas autoridades Óscar Hassenteufel, Francisco Vargas, Daniel Atahuichi, Angélica Rsuiz, Rosario Baptista e Nancy Gutiérrez, que se unem a Salvador Romero, autoridade eleitoral nomeada pela autoproclamada presidente Jeanine Áñez.
"Houve um acordo (entre partidos) para dar aos cidadãos credibilidade e confiabilidade, para dar ao país eleições limpas", declarou Oscar Ortiz, senador governista e presidente de uma comissão que organizou os nomes.
As novas autoridades devem definir agora um calendário eleitoral. Romero deseja se reunir com os novos colegas com este objetivo.
"Muito provavelmente no dia 2 de janeiro será convocado o processo eleitoral e vamos anunciar o calendário eleitoral", afirmou.
O magistrado disse que foi acertado com o Parlamento a aprovação de uma nova lei para substituir a atual que estabelece prazo máximo de 48 horas para definir um programa das eleições.
Os partidos esperam o plano com as datas para escolher seus candidatos à presidência.
O ex-chefe de Estado Evo Morales, refugiado na Argentina, reiterou que não será candidato outra vez. A Procuradoria boliviana ordenou ontem a prisão de Morales em uma investigação por "sedição e terrorismo".
O partido de Morales busca um substituto, enquanto o ex-presidente de centro Carlos Mesa e o líder regional de direita Luis Fernando Camacho já anunciaram que devem apresentar candidaturas.
A eleição das novas autoridades eleitorais pelo Congresso foi necessária porque as anteriores estão detidas ou sob julgamento, depois da divulgação de um relatório de auditoria da Organização dos Estados Americanos (OEA) que apontou irregularidades nas eleições de 20 de outubro em favor de Morales, que passou 14 anos no poder e pretendia governar até 2025 após a votação.
As denúncias de fraude provocaram distúrbios sociais e políticos, que resultaram na renúncia do ex-presidente e, segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), provocaram 36 mortes em confrontos entre civis e entre estes e forças combinadas da polícia e do exército.
Após a renúncia, Morales partiu para o asilo no México, mas poucas semanas depois viajou para a Argentina.
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