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Bolívia emite ordem de prisão contra Evo Morales por sedição e terrorismo

Edgard Garrido/Reuters
Imagem: Edgard Garrido/Reuters

Do UOL, em São Paulo*

18/12/2019 15h39

O Ministério Público da Bolívia emitiu hoje um mandado de prisão contra o ex-presidente Evo Morales, atualmente refugiado na Argentina, acusando-o de sedição (perturbação da ordem pública), terrorismo e financiamento ao terrorismo, segundo informou o jornal boliviano La Razón.

O caso é baseado em um vídeo revelado pelo governo em que, em uma conversa com o líder cocaleiro Faustino Yucra Yarwi atribuída ao ex-presidente, Morales planeja bloqueios em vias de transporte para deixar as cidades sem comida. O ex-presidente alega que o áudio é uma montagem.

Como os supostos crimes foram cometidos depois de sua renúncia, e não durante seu mandato presidencial, Evo Morales será processado na justiça comum.

A queixa contra Morales foi apresentada ao Ministério Público boliviano pelo governo autoproclamado da ex-senadora Jeanine Áñez, que o acusou de incitar a violência a partir de seu asilo no México.

Arturo Murillo, membro do governo de Áñez, provocou o ex-presidente ao compartilhar a ordem de prisão em seu Twitter: "Para seu conhecimento", escreveu.

A determinação, assinada pelos procuradores de La Paz Jhimmy Almanza e Richard Villaca, ordena a procuradores, policiais e/ou funcionários públicos que "apreendam e conduzam o senhor Juan Evo Morales Ayma aos escritórios da Procuradoria". Faustino Yujra Yarwi também é procurado.

Evo Morales está na Argentina desde a semana passada. Ele havia deixado a Bolívia em 11 de novembro, um dia depois de renunciar à presidência, pressionado pelas Forças Armadas e em meio a acusações de ter fraudado a apuração das eleições de 20 de outubro.

No Twitter, Morales definiu sua ordem de prisão como injusta. "Catorze anos após nossa revolução, o que recebo do governo é uma ordem de prisão injusta, ilegal e inconstitucional. Isso não me assusta, enquanto estiver vivo seguirei com mais força na luta política e ideológica por uma Bolívia livre e soberana", escreveu.

*Com AFP, EFE e Reuters