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Israel recebe líderes mundiais para comemorar libertação de Auschwitz

Foto de maio de 1944 mostra judeus desembarcando de um trem no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau - Yad Vashem Archives/AFP
Foto de maio de 1944 mostra judeus desembarcando de um trem no campo de extermínio de Auschwitz-Birkenau Imagem: Yad Vashem Archives/AFP

Jerusalém

23/01/2020 10h05

Israel acolhe cerca de 40 líderes mundiais hoje, incluindo os presidentes russo, Vladimir Putin, e francês, Emmanuel Macron, e o vice-presidente dos Estados Unidos, Mike Pence, para comemorar o 75º aniversário da libertação do campo nazista de Auschwitz, onde morreram mais de 1,1 milhão de pessoas, principalmente judeus.

Entre os chefes de Estado presentes à cerimônia também estão o rei da Espanha, Felipe 6º, o presidente argentino, Alberto Fernández, que faz sua primeira viagem oficial desde que assumiu a presidência, além do presidente alemão, Frank-Walter Steinmeier.

Milhares de policiais e outras forças de segurança foram mobilizados em Jerusalém para esta comemoração, apresentada como a reunião política mais importante da história de Israel.

"É um encontro histórico não apenas para Israel e para o povo judeu, mas para toda a humanidade", disse o presidente israelense, Reuven Rivlin, em uma recepção em sua residência oficial em Jerusalém.

Cem sobreviventes do Holocausto participarão das comemorações. Entre eles está Yona Amit, de 81 anos, que foi escondida dos nazistas quando era criança durante a guerra. Perdeu vários membros de sua família, incluindo um primo.

"Troquei meu sapato com ele quando brincávamos", antes de sua captura, relatou. "Todos foram enviados diretamente para Auschwitz (...). E, entre eles, meu primo, com meus sapatos, enviado para as câmaras de gás".

"Meus sapatos ficaram numa montanha de sapatos em Auschwitz. Eles estavam lá. E eu ainda estou aqui", acrescenta.

Libertação

O campo de extermínio de Auschwitz foi libertado pelo Exército Vermelho Soviético em 27 de janeiro de 1945.

Após sua chegada a Israel, o presidente russo, Vladimir Putin, foi recebido pelo ministro israelense das Relações Exteriores, Israel Katz.

"Em Israel, admiramos o heroísmo do povo russo na guerra e o papel crucial do Exército Vermelho na derrota da Alemanha nazista e na libertação dos campos de extermínio, incluindo Auschwitz", disse Katz, segundo seu porta-voz.

O ponto central da comemoração será no Museu do Holocausto em Jerusalém, chamado Yad Vashem, onde Macron, Putin, o príncipe britânico Charles e os presidentes Steinmeier e Rivlin farão discursos em memória dos milhões de judeus mortos pelos nazistas durante a Segunda Guerra Mundial.

Andrzej Duda, presidente da Polônia, país sob ocupação nazista durante a guerra em cujo território estava o campo de Auschwitz, não participará das comemorações, pois não foi convidado para falar durante a cerimônia.

Já o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, estabeleceu esta semana uma relação entre a "Solução Final" dos nazistas e as ameaças que Israel enfrenta atualmente, especialmente diante do Irã.

Nos campos de extermínio nazistas, "um terço do povo judeu" foi morto e, hoje, "o Irã declara abertamente todos os dias que deseja apagar Israel da face da Terra", disse ele.

O Irã nega as acusações de antissemitismo e diz que, embora se oponha ao Estado hebreu e defenda a causa palestina, não tem nenhum problema com o povo judeu.