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Secretário de Bento 16 é afastado depois de livro polêmico

Obra do arcebispo alemão Georg Gänswein (foto) sobre celibato defende fortemente o celibato dos padres, um tema polêmico na Igreja - Max Rossi/Reuters
Obra do arcebispo alemão Georg Gänswein (foto) sobre celibato defende fortemente o celibato dos padres, um tema polêmico na Igreja Imagem: Max Rossi/Reuters

Da AFP, na Cidade do Vaticano

05/02/2020 13h24

O secretário particular do papa emérito Bento 16, no centro de uma polêmica em torno de um livro sobre o celibato, foi licenciado segundo um jornal alemão, enquanto o Vaticano evocou uma diminuição de suas funções.

O arcebispo alemão Georg Gänswein é normalmente responsável como "prefeito da Casa Pontifícia" — cargo de grande visibilidade — por organizar as audiências do papa Francisco, acompanhando os fiéis ou chefes de Estado. Mas o prelado de 63 anos não é visto há várias semanas nessa função.

O jornal bávaro Tagespost — próximo do arcebispo que lhe concedeu uma rara entrevista em 17 de janeiro — afirma que ele foi posto em licença, sine die.

"O secretário particular do papa emérito permanece à frente da prefeitura, responsável pelas audiências públicas do papa, mas foi licenciado para conceder mais tempo a Bento 16", escreveu o jornal, que explica esse afastamento pela controversa publicação de um livro co-assinado pelo papa emérito e pelo cardeal ultraconservador guineense Robert Sarah.

"Sua ausência de certos audiências nas últimas semanas" está ligada a uma "redistribuição comum de vários compromissos e tarefas do prefeito da Casa Pontifícia, que como vocês sabem é também o secretário pessoal do papa emérito", minimizou o diretor de comunicação do Vaticano, Matteo Bruni, contactado pela AFP.

O arcebispo Gänswein é responsável pelo bem-estar do papa emérito Bento 16, 92 anos, decidindo sobre seus compromissos em seu mosteiro na Cidade do Vaticano, onde mora com ele.

A publicação, em meados de janeiro, de uma obra defendendo fortemente o celibato dos padres, um tema polêmico na Igreja, levantou muitas questões sobre sua paternidade. Ele trazia na capa as fotos de Bento 16 e do cardeal Robert Sarah.

Enquanto o papa Francisco deve se pronunciar muito em breve sobre a questão do celibato sacerdotal na Amazônia, o livro pareceu para alguns como uma possível interferência em seu pontificado pelo papa emérito e para outros como um aviso de advertência da ala tradicionalista da Igreja Católica.

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